Adão primeiro homem criado por Deus, foi feito à Sua imagem (Gênesis 1.26). Ele foi criado como um ser pessoal, com espírito, mente, emoções, consciência e poder de escolha (livre arbítrio). Ao transgredir o mandamento divino e ser confrontado por Deus, Adão comete a primeira trapaça da história, di-zendo que fora enganado por sua mulher: “A mulher que me deste por companheira, ela me deu da árvore, e eu comi” (Gênesis 3.12). Então, Deus expulsou o primeiro casal do jardim onde os havia colocado.
Desde então, muitos outros seres humanos começaram a
trapacear, lançando sobre outros suas próprias culpas. Esse estado de coisas
fez com que o mundo anti-diluviano se enchesse de corrupção, trapaças e violência
de toda sorte (Gênesis 6.11-13), culminando com o juízo do grande dilúvio
universal, do qual se salvou somente Noé e sua família (Gênesis 6.17; 7.21).
Nos dias de Sodoma e Gomorra, o pecado e a corrupção eram tantos que Deus
exerceu juízo destruindo-as com fogo do céu (Gênesis 19.24). Já na era cristã,
no ano 79 d.C., a cidade italiana de Pompéia, com uma população de 20 mil
habitantes, onde o pecado e a libertinagem de todas as formas campeavam, foi
totalmente destruída num só momento pelo vulcão Vesúvio, restando até hoje
apenas cinzas. Mesmo assim, o homem não se dá por avisado e continua atualmente
trapaceando e mentindo nos negócios, no casamento, na política, prejudicando a si
mesmo, ao próximo e à família. Os dias atuais estão marcados por uma sociedade
que despreza Deus, a Bíblia e a igreja. Assim, nós lemos em Gálatas 6.7: “Deus
não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará”
(Gálatas 6.7).
Trapaças na Casa de Deus
Nos dias atuais, é inegável a existência de homens
trapaceiros na igreja, procurando tirar proveito em benefício próprio. Nos dias
de Jesus, lá estavam os trapaceiros no templo vendendo animais para os
sacrifícios, muitas vezes com defeitos, o que era proibido pela lei de Moisés
(Mateus 21.12,13; Êxodo 12.5; 29.1; Levítico 4.3). Jesus expulsou os cambistas
e disse-lhes: “A minha casa é chamada casa de oração”. As pessoas que vinham a
Jerusalém para a Festa da Páscoa precisavam de animais para os sacrifícios rituais,
mas a área do Templo não era o lugar permitido para aquelas atividades.
As negociatas e trapaças no ministério cristão vão além do
que se possa imaginar. São maus exemplos: compras de cargos ministeriais; consagrações
à custa de pagamentos antecipados; preferência aos que dão um dízimo maior;
vendas de curas e milagres; inovações na liturgia do culto sagrado; passagens famosas
do Antigo Testamento são usadas para prover campanhas de arrecadação
financeira; e liberação de costumes mundanos na igreja. O apóstolo Paulo tinha
em mente estas coisas quando escreveu ao jovem pastor Timóteo, dizendo: “...para
que saibas como convém andar na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, a
coluna e firmeza da verdade” (1 Timóteo 3.15); “Tem cuidado de ti mesmo e da
doutrina; persevera nestas coisas, porque fazendo isto te salvarás tanto a ti
mesmo como aos que te ouvem” (1 Timóteo 4.16); “Os homens maus e enganadores
irão de mal para pior, enganando e sendo enganados” (2 Timóteo 3.13).
Tais coisas têm produzido muita confusão no meio do povo
Deus, causando até mesmo o surgimento de novas seitas e heresias. Muitos irmãos
questionam o fato de muitos pregadores andarem pregando e orando pelos
enfermos, mesmo com um mau testemunho. No entanto, é preciso lembrar que Deus deu
o dom, porém o nosso caráter e o bom testemunho Ele deixa para nós mesmos
administrarmos, lembrando que o caráter está acima do dom. Ao ensinar sobre a existência
de falsos líderes, falsos profetas e trapaceiros no meio do povo de Deus, Jesus
não disse que eles seriam conhecidos pelo dom, mas sim pelos seus frutos - isto
é, seu caráter (Mateus 7.15-20). A falta de caráter tem feito com que muitos líderes
percam o temor de Deus e se tornem trapaceiros no meio do povo, escandalizando
a muitos e fazendo a obra do Senhor de qualquer jeito. É nesse sentido que o profeta
Jeremias adverte: “Maldito aquele que fizer a obra do Senhor relaxadamente” (Jeremias
48.10).
O apóstolo Pedro rejeitou a oferta de Simão, o mágico, que desejava
comprar o dom de Deus com dinheiro, pronunciando uma terrível sentença de juízo
sobre aquele homem (At 8.18-21). No Reino de Deus, não existe chamada, cargos
ou dons ministeriais à venda. Nenhuma oferta, falcatrua, jeitinho ou trapaça
deve servir de motivo para alguém chegar ao santo ministério, somente a certeza
de uma chamada divina e o dom ministerial. “Ninguém toma para si essa honra
senão aquele que foi chamado por Deus como Arão” (Hebreus 5.4; cf. Efésios 3.7;
4.11; Atos 13.2,3).
Deus cuida daqueles a quem Ele chama
O julgamento de Deus será inevitável sobre aqueles que procederem
de forma contrária ao que Deus já estabeleceu, ou se insubordinarem contra
aqueles que Ele mesmo constituiu. Se não, vejamos.
Quando Miriã e Arão questionaram o ministério de Moisés, Deus
mesmo interveio em socorro de Seu servo, punindo Miriã com uma lepra que durou
sete dias (Números 12.1,2,15). Quando Corá, Datã e Abirão quiseram usurpar o
ministério de Moisés e Arão (Números 16.1-3), Deus puniu aqueles homens abrindo
a terra sepultando-os vivos (Números 16.28-33). De todos os que saíram do Egito
pela mão de Moisés, somente Josué e Calebe entraram na terra de Canaã. Deus os
preservou por terem perseverado em seguir ao Senhor (Números 14.30; 26.64,65).
Amados e queridos irmãos, sejamos perseverantes e fiéis até o
fim, guardando tudo o que o Senhor confiou às nossas mãos, e, por certo, o
Senhor nos livrará de toda má obra e nos guardará para o Seu Reino celestial. A
Ele seja glória para todo o sempre. Amém!
por Waldemar Pereira Paixão
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