Uma vida espiritual vitoriosa

Uma vida espiritual vitoriosa


Obter uma vida espiritual vitoriosa significa viver pela fé, numa entrega a Deus de tudo que somos, que temos e que desejamos

Nada mais persuasivo que as palavras do Senhor Jesus para falarmos de vida espiritual vitoriosa. As palavras de Jesus relembram a superabundância da graça de Deus para ter-se vitória sobre as ameaças dos inimigos da vida das ovelhas, que são os lobos devoradores. Jesus é o Bom Pastor que quer a felicidade das ovelhas.

Neste artigo, o objetivo é destacar a importância da vida devocional dos obreiros. Normalmente, tratamos dessa matéria para a igreja de um modo geral. A essência do assunto não discrimina igreja ou obreiros, porque abrange a todos os que servem a Cristo. Porém, quero desenvolver meu pensamento sobre o modo como um obreiro pode ter e cultivar uma vida espiritual vitoriosa. Jesus a­rmou: “Eu vim para que tenham vida e a tenham com abundância” (João 10.10).

O apóstolo Paulo foi o escritor do Novo Testamento que mais se preocupou com a vida espiritual dos obreiros. Na sua 1ª Carta a Timoteo, que pastoreava a igreja em Éfeso, Paulo deu exortações objetivas não só a Timoteo, pois essas orientações servem a todos os obreiros que o ajudavam no ministério do pastorado.

O capítulo 4, nos versos de 6 a 10, retrata a preocupação do apóstolo com Timoteo, quando apela para a sua história e diz que ele “foi criado com as palavras da fé” (v.6). Ora, o que se entende com esta expressão, especialmente com o termo “criado”, é que Timoteo havia sido “alimentado” (no grego, entrepho), o que signifi­ca ter sido nutrido, criado e alimentado com uma dieta especial, que implica as “palavras da fé”. Sua dieta lhe deu forças para obter maturidade suficiente para enfrentar as difi­culdades da vida espiritual.

De fato, Paulo queria que Timoteo fosse forte e resistente contra as ameaças que podiam prejudicar a sua vida devocional com Deus. Acima de tudo, Paulo exorta a Timoteo a que exercitasse a piedade, o que signifi­cava, na realidade, um exercício espiritual que objetivasse a dedicação às Escrituras, à oração contínua e à aplicação no exercício das atividades pastorais.

A diversidade de textos bíblicos que tratam da vida espiritual e como cultivá-la é imensurável. Entretanto, busquei entre tantos textos e ideias bíblicas um texto que pudesse exprimir a visão de uma vida cristã vitoriosa. Detive-me numa metáfora utilizada por Jesus que traz a fi­gura da videira e os ramos, no Evangelho de João, capítulo 15. Às vezes, os intérpretes confundem essa metáfora com uma parábola ou uma alegoria. Porém, essa questão de linguagem fi­gurada não afeta em nada o ensino básico que Jesus queria ensinar aos Seus discípulos.

O ministério terrestre de Jesus estava chegando ao fi­m e Ele, então, entrega as últimas instruções a Seus discípulos nos capítulos 13 e 14 do Evangelho de João. Ao encerrar esse sermão, Ele o faz sob a forma de um diálogo, em uma série de perguntas e respostas (João 13.36 – 14.24). Jesus encerra seu discurso, convidando seus discípulos para um encontro mais particular, e diz no capítulo 14, verso 31: “Levantai-vos, vamo-nos”.

Estando apenas os 12 apóstolos num lugar em particular, quatro deles fi­zeram algumas perguntas a Jesus motivados por algumas declarações feitas por Ele acerca do futuro deles mesmos e da ausência de Jesus na continuidade da missão que eles teriam de cumprir depois de Sua morte e ressurreição. Esses discípulos curiosos e apreensivos foram Pedro, Tomé, Filipe e Judas Tadeu.

A ansiedade desses discípulos era saber que tipo de vida eles teriam depois da Sua partida de volta para o Pai. Qual a garantia que teriam de que a vida espiritual deles seria vitoriosa?

As quatro perguntas

A primeira pergunta, como não poderia deixar de ser, foi uma pergunta de Pedro: “Senhor, para onde vais?” (João 13.36). Essa pergunta foi feita em função da declaração de Jesus um pouco antes no Seu discurso: “Para onde eu vou não podereis ir” (João 13.33). A mente dos discípulos parecia estar fechada para o entendimento pleno do discurso de Jesus. Era, de fato, um pergunta que demonstrava medo, desespero e lamento, porque nem Pedro e nem os demais haviam entendido o que Jesus comentou com eles. Como eles teriam prazer em servir ao Senhor depois da sua partida? Jesus voltou a explicar-lhes e, então, Pedro mesmo revelou seu amor e admiração pelo Senhor e declarou estar pronto para morrer por Jesus.

A segunda pergunta veio da parte de Tomé (João 14.22-24). Depois que Jesus deu a resposta a Pedro, Tomé adiantou-se para perto de Jesus depois que Ele havia dito a eles que voltaria para o Pai e prepararia um lugar especial nas moradas de Deus, e disse literalmente: “Vós sabeis para onde vou e conheceis o caminho” (João 14.4). Tomé não se contentou com a resposta porque queria saber mais detalhadamente sobre esse “caminho para o Pai”, e então fez a pergunta: “Como podemos saber o caminho?” (João 14.5). Imagino que Jesus olhou para dentro dos olhos de Tomé, porque o conhecia bem e sabia da sinceridade de Tomé, quando lhe respondeu: “Eu sou o caminho” (João 14.6). A pergunta de Tomé mudara o foco da discussão e Jesus lhe disse ainda mais: “Ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14.6).

No versículo 7, a resposta de Jesus é mais incisiva, quando diz: “Se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai; e desde agora o conheceis e o tendes visto” (João 14.7). O comentário desse texto na Bíblia da Bíblia de Estudo NAA diz o seguinte: ”Jesus como o caminho para o Pai cumpre os símbolos e ensinamentos do Antigo Testamento que mostram a exclusividade do acesso a Deus, tais como o véu (Êxodo 26.33) que impedia o acesso de todos, exceto do sumo sacerdote levítico, à presença de Deus (Levíticos 16); a rejeição das invenções humanas como meios para se aproximar de Deus (Levíticos 10.2),;a escolha exclusiva de Arão para representar Israel diante de Deus em seu santuário (Números 17.5). Jesus é o único caminho para Deus (Atos 4.12), e somente ele pode prover o acesso a Deus”.

Naquele momento de reflexão e revelação, Jesus declara que Ele mesmo era UM com o Pai, de maneira que quem O visse estaria vendo o próprio Pai.

A terceira pergunta veio da parte de Filipe (João 14.8). Essa pergunta veio na forma de um pedido especial: “Mostra-nos o Pai”. Era o mesmo que dizer: “Onde está o Pai para que O vejamos?”. Jesus foi enfático na resposta a Filipe, fazendo-lhe uma crítica construtiva, e lhe diz: “Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe”. Na verdade, a ideia que prevalecia era a de uma presença física, como era a presença de Jesus entre eles. Tudo o que desejavam os discípulos era ter a presença física de Jesus entre eles. Por isso, aceitar a ideia de uma presença apenas espiritual, que eles não podiam ver, nem tocar, mas apenas sentir, era algo ainda difícil para eles compreenderem. A meta desejada era a manifestação visível do Pai. Filipe era um discípulo compenetrado e estudioso e, por isso, desejava uma teofania, a manifestação visível do Deus invisível, imaginando que a revelação material da divindade seria uma prova irrefutável da Sua existência (João 14.8). Mas Jesus lhes revela: “Quem me vê a mim vê o Pai; e como me dizes tu: Mostra-nos o Pai?”.

 Jesus esclarece ainda aos seus discípulos (capítulo 14) que a sua partida para o Pai não signifi­cava um fi­m para a realização das obras de Deus (João 14.12). A promessa de “fazer obras maiores” não signifi­cava obras de dimensões iguais às que Jesus fez. Não era em termos de valor ou signifi­cado. As obras que fi­zermos sempre serão as “obras de Deus”, mas poderão ter um alcance muito maior, porque o Evangelho seria levado em todo o mundo. O que seriam “nossas obras”? São, essencialmente, a pregação do Evangelho com sinais e prodígios em nome de Jesus. Quando o Espírito Santo foi enviado, depois da partida de Jesus para o Pai, o poder do Espírito Santo seria derramado sobre os discípulos e eles fariam obras gloriosas.

A quarta pergunta é a pergunta de Judas Tadeu (João 14.22-24). Esse Judas não é o Iscariotes que traiu Jesus. Tem havido, ao longo da história da Igreja, a tentativa de desvendar a origem desse apóstolo. A tradição romana diz que, possivelmente, Judas Tadeu tenha sido um dos meio-irmão do próprio Jesus. Existe até um texto que fala de Judas Tadeu como fi­lho de Tiago, e não como um meio-irmão de Jesus, fi­lho de José, marido de Maria (Lucas 6.16). Outras tradições a­rmam que ele era fi­lho, de fato, de Alfeu Cleofas e de Maria Cleofas, e, portanto, primo-irmão de Jesus. Entretanto, essa discussão não invalida a sua importância como um grande apóstolo que atuou especialmente na Armênia, na Síria e em outros lugares. No contexto deste artigo, chama a atenção a sua pergunta a Jesus: “Por que razão o Senhor se manifestará a nós e não ao mundo?” (João 14.22). A preocupação dos discípulos era a declaração de Jesus de que Jesus estaria ausente no mundo, e porque voltaria ao Seio do Pai. Por outro lado, Jesus já havia dito aos Seus discípulos que Ele enviaria “outro consolador”, o Espírito Santo, e esse Consolador preencheria o espaço vazio deixado por Jesus. Ele estaria sempre com eles, como uma presença espiritual dentro deles e entre eles. A promessa dessa presença do Espírito Santo (João 14.16), o “Paracleto divino”, haveria de iluminar a mente de cada discípulo.

A partir desse discurso, Jesus conduz os Seus discípulos a uma introspecção para falar-lhes de uma comunhão que eles deveriam ter com o Senhor e com os outros discípulos. Ele usa, então, a fi­gura da videira e dos ramos para falar dessa intimidade.

A metáfora da videira e dos ramos

Como dissemos no início deste artigo, o texto bíblico que usaremos é João 15.1-16. Nos três Evangelhos sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas), encontramos muitas parábolas de Jesus. Porém, no Evangelho de João, além se ser uma escritura que trata de Cristo com suas duas naturezas – a divina e a humana –, usa com especial carinho essa metáfora, cujo sentido é o de linguagem fi­gurada de comparação para expressar uma verdade.

A metáfora da videira e dos ramos usada por Jesus tinha por objetivo mostrar o relacionamento entre o crente e Jesus. Trata-se de um relacionamento interior refletido exteriormente.

Como obter uma vida cristã vitoriosa? A vida espiritual requer uma prática equilibrada e saudável, não apenas vertical, mas também relacional. Isso signifi­ca que, além da relação vertical com Deus, Ele espera que tenhamos uma relação com o nosso próximo, com os nossos irmãos em Cristo.

A metáfora da videira e dos ramos nos apresenta o relacionamento desejado entre o crente e Jesus. Trata-se de um relacionamento interior que reflete-se exteriormente. Jesus é o Tronco e nós somos os ramos (“as varas”).

A vida interior dos ramos (João 15.1-8)

Antes de considerarmos os aspectos dessa relação entre “o tronco e os ramos”, que trata da comunhão entre o crente e Jesus, precisamos considerar o fato de que a chave que liga a fonte geradora de poder efetivo e operante é aquela relação íntima que gera a comunhão com Deus.

Em relação ao obreiro, a comunhão implica uma relação de intimidade recíproca entre o obreiro e o Senhor Jesus. Paulo declarou em Romanos 8.29: “Porque os que dantes conheceu, também os predestinou para serem confo­rmes à imagem de seu Filho, a fi­m de que Ele seja o primogênito entre muitos irmãos”. Essa escritura declara que Deus, o Pai, nos predestinou para “sermos conforme à imagem de seu Filho” , indicando uma relação de intimidade e reciprocidade.

A expressão “os que dantes conheceu” significa que o Seu prévio conhecimento sobre nós de antemão nos tornou objetos do Seu amor e comunhão. Esse conhecimento prévio de Deus mediante a comunhão com Ele promove um processo evolutivo que nos faz absorver a imagem de Jesus no nosso comportamento cotidiano. Implica sermos parecidos com Jesus.

A palavra “comunhão” é koinonia no grego do Novo Testamento e sugere a ideia de “partilhar”, de “ter ou possuir algo”. Ora, “o ter” no contexto da palavra “comunhão” é enfatizado pelo apóstolo João, com o sentido de “ter-se mutuamente” numa relação com Cristo. O velho João, em sua epístola, escreveu aos crentes: “Aquele que tem o Filho tem a vida; aquele que não tem o Filho de Deus não tem a vida” (1 João 5.12).

Aprendemos nesta metáfora da videira e dos ramos que os níveis de comunhão entre Jesus Cristo e Seus discípulos pode ser qualifi­cada, inicialmente, como:

1 – Comunhão relacional

Jesus apela para uma relação íntima entre Ele e Seus discípulos, quando diz: “Estai em mim” (João 15.4). Quando Jesus usou esta expressão estava falando de uma posição conquistada no corpo místico de Jesus. Ele disse “Estar em mim” e isso fala de uma posição espiritual elevada e conquistada para uma relação de intimidade com Ele. O apóstolo Paulo entendeu que essa posição elevada do crente chega a um nível que ele chama de “regiões celestiais em Cristo”. Ele escreveu assim: “Bendito o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bençãos espirituais nos lugares [ou regiões] celestiais em Cristo” (Efésios 1.3). Ora, as “regiões (lugares) celestiais” não se referem, neste contexto, ao céu ou ao lugar onde Deus habita. Se refere à conquista de uma posição que coloca o crente numa profunda comunhão com Deus através de Cristo. Quando existe essa comunhão com Cristo, é porque existe uma reciprocidade com Ele mediante uma vida devocional integral que resulta em alegria e prazer. A preposição “em” torna-se signifi­cante e dominante na linguagem do Novo Testamento. Jesus empregou-a 31 vezes nos capítulos 14 e 15 do Evangelho de João. Paulo empregou esse pronome “em” 104 vezes na Carta aos Efésios. Isso signifi­ca que os ramos só terão vida enquanto estiverem ligados ao Tronco.

Aprendemos, pelo menos, três lições preciosas na ­gura dessa metáfora. A primeira lição indica uma relação interna que exteriormente não depende de nada. A segunda lição ensina que essa relação com Ele é vital, onde a vida do Tronco passa para os ramos. A terceira lição que aprendemos é que devemos ter e manter uma relação essencial com Ele, no sentido de que não podemos fazer nada sem Ele, pois Jesus mesmo disse: “Sem mim nada podeis fazer” (João 15.5).

2 – Nossa relação ocorre numa posição interna em Cristo (João 15.4)

Jesus disse de forma incisiva: “Estai em mim”. Mais uma vez, precisamos mostrar que se trata aqui de uma posição conquistada e não de conduta. Nosso relacionamento com Cristo não depende das obras que façamos, mas de nossa posição na vida de Cristo. Adão foi criado em uma santa inclusão com Deus, isto é, “em Deus”. Depois que ele pecou, perdeu sua posição no relacionamento original com Deus (Gênesis 2.7; Romanos 3.23). Na verdade, por natureza, todo homem nasce e está em Adão e participa de sua natureza e pecaminosidade (Romanos 5.14). Deus vê o pecador em Adão, como o velho homem, separado e caído da relação com Deus; mas em Cristo Deus vê o pecador remido, como um novo homem restaurado à posição original, agora em Cristo. “Se alguém está em Cristo, nova criatura é” (2 Coríntios 5.17).

3 – Nossa relação com Cristo nos dá uma nova possessão

“E eu em vós” (João 15.5). Agora, a vida vitoriosa do crente é possível porque ele não está apenas ligado em Cristo, mas Cristo está em nós, numa relação mútua de comunhão, que torna o crente satisfeito. Jesus disse: “Como o ramo de si mesmo não pode dar fruto se não estiver no tronco, assim também vós, se não estiverdes em mim” (João 15.4).

4 – Nossa relação com Cristo mantém-nos com uma nova provisão (João 15.4)

Cristo deve estar no crente, não como um ornamento, um enfeite, mas como uma fonte de vida nova. Temos que admitir que sem Cristo não temos vida. Ele é a provisão espiritual essencial que precisamos. Esta comunhão provisional indica que os ramos não se auto provisionam, mas necessitam da videira que os provê pelo caule interior a seiva que os faz crescer e frutifi­car. A falta de cultivo e limpeza da videira facilita a formação de pragas, de pequenas colônias de pequenos bichinhos que se alimentam da seiva interior e impedem o curso normal da seiva para os demais ramos. Assim como “o tronco da videira” necessita dos ramos para fruti­ficar, também “os ramos” só têm vida e energia alimentados pela seiva produzida pelo tronco. Nenhum ramo frutifi­ca isoladamente. Deus conta conosco para haver uma fruti­ficação mútua no exercício do ministério cristão. Quando tentamos encontrar provisão em outras fontes, começamos a secar e a morrer espiritualmente. Alguns crentes dizem: “Estou me esforçando para viver cristãmente”. São os tipos de crentes que querem viver por si próprios, para não depender de igreja, e por isso vivem em fraquezas. É impossível subsistir espiritualmente fora da comunhão com o Corpo de Cristo, Sua igreja.

5 – Nossa relação deve ser numa interdependência mútua

Jesus disse: “Estai em mim, e eu em vós” (João 15.4). Indiscutivelmente, há uma dependência mútua entre o tronco e os ramos. O tronco precisa dos ramos para poder frutifi­car, e os ramos precisam do tronco para receber a seiva que torna possível a fruti­ficação. Os ramos não precisam fazer esforço para frutifi­car, porque dependem totalmente do tronco. Jesus disse: “Sem mim nada podeis fazer” (João 15.5). NEle está a força, o poder. Sem Ele, nada acontece.

A vida exterior dos ramos

Algumas preciosas lições e práticas aprendemos com esta relação entre a videira os ramos. Em primeiro lugar, a videira é uma só, mas os ramos são muitos. Todos os ramos são distintos entre si, indicando que cada crente é diferente do outro.

Em segundo lugar, a videira é que promove as posições (os lugares) de cada um dos ramos. Dependendo do canal livre no interior de cada ramo para que a seiva passe livremente, o resultado será de responsabilidade individual do ramo. Os ramos não escolhem posições na videira, porque esse trabalho é da videira. Jesus disse “Estai em mim” e isso é o quanto basta para cada crente. Os ramos não dizem: “Eu quero fi­car aqui ou ali”. Os ramos aceitam seus lugares na videira sem reclamações, pois a função essencial de cada ramo é frutifi­car. Os ramos não mudam de posição ou lugar na videira.

Em terceiro lugar, os ramos mais carregados de frutos são os que se abaixam mais no tronco.

Em quarto lugar, os ramos estão na videira para uma função específi­ca, que é produzir frutos. Jesus disse em João 15.16: “Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça”. Há crentes que só produzem madeira e folhas. Geralmente, os que produzem apenas madeira são fortes, mas são frios e inexpressivos. Normalmente são duros, intransigentes com os demais. Há crentes que produzem muita folha, indicando uma espiritualidade de aparência, mas que geralmente são carnais. Quando o interior está cheio da seiva da Palavra de Deus, a produção exterior acontece.

Em quinto lugar, numa videira tem ramos velhos e novos. A Bíblia fala dos neó­fitos na fé para os quais se requer paciência dos mais velhos.

A lei que rege a videira e os ramos

A lei é uma só para todos os ramos. Jesus falou do ramo que não dá nenhum fruto (João 15.2). Naturalmente, o ramo que não dá nenhum fruto toma o lugar de outro ramo que pode produzir fruto. A disciplina para esse ramo infrutífero é ser podado, cortado da videira, porque não presta para mais nada.

Porém, Jesus falou também do ramo que dá fruto (João 15.2). Jesus referiu-se a “todo ramo que dá fruto”. Alguns crentes fruti­ficam pobremente, porque mantêm uma vida cristã de rotina, sem renovação. São aqueles crentes que fazem tudo certinho, mas são mornos na fé, sem nenhum fervor, como os crentes da igreja de Laodiceia (Apocalipse 3.15,16). Jesus falou também do ramo que dá mais fruto (João 15.2). Jesus disse: “...e limpa todo o ramo que dá fruto, para que dê mais fruto”. É o crente que busca sempre a renovação espiritual e que se interessa em produzir mais fruto na sua vida cristã.

Por último, Jesus falou do ramo que dá muito fruto: “Nisto é glorifi­cado meu Pai, que deis muito fruto” (João 15.8). Com a visão da metáfora da videira e dos seus ramos, podemos entender que a vida cristã vitoriosa é aquela que leva em conta os princípios bíblicos essenciais para uma vida plena e signi­ficativa no mundo em que vivemos. A nossa relação com Cristo, mediante a liberdade que damos a Seu Espírito para operar poderosamente em nossa vida, nos fortalecerá para uma vida cristã vitoriosa.

por Elienai Cabral

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