Seria possível pagar pela salvação? E se tivéssemos que fazer isso?

Seria possível pagar pela salvação? E se tivéssemos que fazer isso?


A pergunta sobre o preço da salvação ecoa através das eras, reverberando nos corações das pessoas e nas mentes dos pensadores. E se, de fato, tivéssemos que pagar por nossa redenção? Esta reflexão nos conduz por uma jornada espiritual e teológica, mergulhando nas profundezas da graça divina e do sacrifício de Cristo. É através das lentes da Escritura Sagrada que vamos explorar essa questão crucial.

A tradição cristã apresenta a salvação como um dom gratuito de Deus, manifestado através do sacrifício supremo de Jesus Cristo na cruz. O texto de Efésios 2:8-9 declara: “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie”. Nesse versículo, percebemos claramente que a salvação é um presente divino, e não algo que podemos adquirir por mérito próprio.

No entanto, a ideia de pagar pela salvação não é estranha às Escrituras; porém, esse preço foi pago por Cristo. No texto de Romanos 6:23, lemos: “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor”. O apóstolo Paulo contrasta a morte espiritual resultante do pecado com a vida eterna oferecida gratuitamente por Deus. Esta passagem ressalta que o preço do pecado é a morte, mas Deus, em sua misericórdia, oferece a salvação como um dom, sem custo para nós, porque Cristo pagou o preço. Ao observar a Parábola do Filho Pródigo (Lucas 15.11-32), podemos constatar que há também uma perspectiva poderosa sobre a graça divina. O filho mais jovem demandou sua parte da herança e desperdiçou tudo em uma vida de pecado. Não obstante, quando ele retorna arrependido, seu pai o recebe de braços abertos, sem exigir pagamento ou punição. Assim, fica evidente nessa ilustração o amor incondicional de Deus, a Sua disposição para perdoar.

A ideia de pagarmos pela nossa salvação é absurda. Primeiro, porque subverte a própria essência do Evangelho. Se pudéssemos pagar por nossa salvação, isso implicaria que somos capazes de nos redimir por nossos próprios meios, invalidando assim o sacrifício de Cristo. Como Paulo escreve em Gálatas 2:21: “Não anulo a graça de Deus; pois, se a justiça provém da lei, então Cristo morreu em vão”. Além disso, a noção de pagar pela salvação levanta questões sobre a natureza de Deus. Se Ele exigisse um preço, quem seria capaz de pagá-lo? Como Isaías 64.6 nos lembra, “todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças, como trapo da imundícia”. Nenhum de nós é digno o suficiente para adquirir nossa própria salvação, quanto mais pagar por ela.

Essa reflexão nos leva a entender que se a salvação dependesse de nosso próprio esforço ou mérito, estaríamos irremediavelmente perdidos. No entanto, a mensagem central do Evangelho é que a salvação é um dom gracioso de Deus, oferecido livremente a todos que creem em Seu Filho, Jesus Cristo. O texto de João 3:16 proclama: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”.

A salvação é um presente divino, inalcançável por nossos próprios meios. Nossa única resposta é aceitar humildemente esse presente, reconhecendo nossa necessidade de redenção e confiando na obra consumada de Cristo na cruz. Que possamos viver em gratidão pela graça salvadora de Deus, compartilhando essa mensagem de esperança com um mundo que anseia por ela. Amém!

por Agissé Levi da Silveira

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