Ser mãe: bênçãos e responsabilidades

Ser mãe: bênçãos e responsabilidades


“Levantam-se seus filhos e chamam-na bem-aventurada” (Provérbios 31.28a). De todos os papeis desempenhados pela mulher durante a trajetória da sua vida, o papel de mãe é extremamente significativo e duradouro, ou seja, é um papel que se desempenha durante toda a vida. Ser mãe é ter o privilégio de gerar e abrigar em seu ventre uma nova vida; é conviver e compartilhar simbioticamente com o crescimento do novo ser, participando e disponibilizando o seu próprio organismo para isso; é ter o privilégio de reconhecer os mais fortes sentimentos despertados pela constatação da gravidez. É, na maioria das vezes, o acontecimento ímpar para autorrealização de uma mulher.

A mulher cristã tem a sua ótica da maternidade ampliada. Ela recebe o filho como um presente de Deus. “Os filhos são herança do Senhor” (Salmos 127.3). Eles são bênçãos do Senhor (Salmos 128.3; Deuteronômio 28.4; 1 Timóteo 2.15). Logo, suas percepções e preocupações estarão voltadas para o pequeno bebê que transformará sua rotina diária numa grande aventura com fortes emoções e muito trabalho. A partir de então, ela passa a entender e a suprir as necessidades do filho que inicia a sua vida totalmente dependente, sendo acompanhado por ela com amor, carinho e dedicação, e capaz de transmitir segurança à criança, que, paralelamente ao ensino, disciplina e coerência, prepara e treina a criança para a autonomia. A tarefa é árdua e exige tempo de qualidade, talento, energia e boa comunicação com a criança para alcançar os objetivos propostos.

A mulher cristã é preocupada com o desenvolvimento do filho como um todo: espírito, alma e corpo. Ela exerce influência na formação da personalidade da criança, passando, não só através de palavras, mas dos exemplos vivenciados em família e na sociedade, os valores morais e cristãos que nortearão o comportamento infantil. Assim eles poderão se tornar adultos saudáveis e bem ajustados.

A mãe tem a oportunidade de vivenciar, desde a mais tenra idade, os anos mais importantes no processo de desenvolvimento, quando a criança é mais flexível e vulnerável à assimilação dos valores e princípios eternos. A criança é “matéria prima” de muito boa qualidade.

O amor, a boa vontade, a postura firme e a profunda compreensão serão a base da maternidade bem-sucedida (1 Coríntios 13.4-8). A mãe crente possui características especiais. Dentre elas, possui sensibilidade para entender a importância também do cuidado com a vida espiritual de seus filhos: “Ensina a criança no caminho em que deve andar. E ainda quando for velho não desviara dele” (Provérbios 22.6). Ela dará a seus filhos conhecimento de Cristo e Seu poder, levando-os a ter uma experiência pessoal com Deus. Será capaz de interceder por eles em oração, dando apoio espiritual.

Componentes desejáveis e imprescindíveis à mãe cristã

1) Amar o filho com amor incondicional e valorizá-lo. Valorizar os filhos significa:

a) Criar ambiente no lar onde eles possam compartilhar alegrias e suavizar as tristezas (Colossenses 3.21);

b) Selecionar boas sementes para plantar no coração deles, no tempo certo do seu desenvolvimento (Eclesiastes 3.1);

c) Preparar o filho para a vida (Gênesis 18.19; Efésios 6.4);

d) Construir uma lista de prioridades, onde a atenção para ouvir o que o filho tem a dizer, a valorização de suas qualidades e a correção dos defeitos com amor e firmeza estejam à frente de tantas outras coisas também importantes (Salmos 78.4);

e) Acreditar no seu potencial, garantindo motivação para boas realizações e comprovação de que é capaz. Respeitá-lo e ensiná-lo são também sinônimo de valorização (Efésios 6.4), bem como esperar dele o devido respeito (Hebreus 12.9);

f) Reconhecer suas características positivas, corrigir quando necessário, levando-os a interpretar o amor de Deus como pai amoroso que nos corrige, ensina e reconhece (Hebreus 12.6-8; Provérbios 19.18; 22.6, 15);

g) Fazer a vontade de Deus conhecida pelos filhos, como faziam os israelitas com os seus filhos. Foi ordem de Deus (Deuteronômio 11.18-20);

h) Ensiná-los a obedecer. Eles aprenderão a obedecer a Deus;

i) Demonstrar amor incondicional;

j) Tornar evidente o amor através da disciplina;

l) Não ridicularizá-los na frente de outras pessoas;

m) Não menosprezá-los, ameaçá-los ou suborná-los. Esse procedimento afeta a sua autoestima;

n) Possuir fina sensibilidade para que, através de suas palavras, reações e comportamentos, com valor de sentimentos, ajudem a mudar comportamentos, despertem respeito, confiança e vontade.

2) Sabedoria. É a capacidade de discernir, compreender e agir no momento certo e da melhor maneira possível. A mãe sábia não age por impulso.

3) Saber administrar prioridades. É a capacidade para identificar as tarefas, posicionando-as numa hierarquia de prioridades, ou seja, o que é mais importante ou urgente é realizado em primeiro lugar e em seguida as demais coisas.

4) Recorrer a Cristo como orientador e fonte de motivação (João 15.5b).

5) Usar o tempo de maneira eficiente, criando uma rotina organizada na busca dos objetivos propostos. “Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios, remindo o tempo, porquanto os dias são maus” (Efésios 5.15,16).

6) Ser flexível para aprender sempre e mudar de atitude quando for necessário. A intransigência impede o nosso crescimento e o dos nossos filhos.

7) Ter sensibilidade e fé no Senhor Jesus, sabendo que para Ele todas as coisas são possíveis (Mateus 19.26). A mãe que assim procede consegue visualizar todas as possibilidades da vida e, através do amor, torná-las mais fáceis. Pela fé ela também mostra ao filho o caminho da salvação e o valor de pertencer a Cristo. A Bíblia traz exemplos de inúmeras mulheres que se destacaram como mães diligentes. Maria, mãe de Jesus, é um deles. Ela foi escolhida por Deus para ser a mãe do Salvador. Ela possuía características que agradavam a Deus, como humildade, submissão, santidade e uma vida de oração. Maria soube ouvir e entender a vontade de Deus a respeito da criação de Jesus (Lucas 1.46 a 51).

Como Palavra de Deus, a Bíblia contém boas lições sobre o correto desenvolvimento dos nossos filhos. Contém também a orientação precisa para auxiliar as mães nessa tarefa.

Vivemos num mundo corrompido, que apresenta aos nossos filhos só o lado satisfatório que os prazeres do mundo oferecem, em nada contribuindo para a salvação da alma deles e da felicidade plena e duradoura que o Senhor nos proporciona. Ajudar a mantê-los saudáveis de corpo e mente, crescendo espiritualmente, é básico e fundamental. Para isso, é necessário recorrer à graça e à sabedoria que vêm de Deus (Lucas 2.52; Colossenses 3.21). Mãe cristã, reconhecemos o seu valor e agradecemos a Deus por sua preciosa vida! A lei da semeadura é verdadeira. “Porque tudo o que o homem semear, isto também ceifará” (Gálatas 6.7b). O reconhecimento virá através das bênçãos que você usufruirá em família e também do testemunho de quem mais te conhece, daqueles que conhecem o teu caráter, que foram gerados e acalentados muito perto do teu coração. Refiro-me ao elogio dos seus filhos: “Levantam-se os seus filhos, e lhe chamam bem-aventurada” (Provérbios 31.28a).

por Sonia Pires Ramos

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