“E esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dos mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura” (1 Tessalonicenses 1.10)
Na segunda viagem missionária, o apóstolo Paulo é impedido pelo Espírito Santo de pregar na província da Ásia; então, contornando a Mísia, desceram para Trôade, e durante a noite ele tem a visão de uma chamada à Macedônia (Atos 16.9). Atravessando a Macedônia, navegando de Trôade até Somotrácia, no dia seguinte partiram para Neápolis, de onde seguiram a Filipos, uma colônia romana. Paulo, em um dia de sábado e à beira de um rio, tem um encontro com Lídia, uma empresária da cidade, vendedora de púrpura da cidade de Tiatira. Deus abre o coração dela através da graça preveniente para receber o evangelho. Lídia é batizada bem como os de sua casa. Temos também nesta cidade de Filipos uma jovem escrava de um espírito de adivinhação, que dava lucro aos proprietários, mas que, ao encontrar Paulo, este, em nome de Jesus Cristo, repreendeu o espírito que nela estava e a jovem foi liberta, o que culminou na prisão e açoites dos missionários. Naquela prisão, Paulo e Silas oraram e louvaram a Deus, e um terremoto libertou os presos; e houve a libertação espiritual de um carcereiro.
O apóstolo dos gentios deixa Filipos, passa por Anfípolis e
Apolônia, e chega em Tessalônica, numa sinagoga judaica, que será alvoroçada
pelos missionários. Foram 21 dias, três sábados, discutindo com eles com base
nas Escrituras, explicando e provando que o Cristo deveria sofrer e ressuscitar
dentre os mortos. E dizia: “Este Jesus que lhes proclamo é o Cristo”. Alguns dos
judeus foram persuadidos e se uniram a Paulo e Silas, bem como muitos gregos
tementes a Deus, e não poucas mulheres de alta posição. E foi pregando com
poder (1 Tessalonicenses 1.5) que nasceu uma igreja na cidade.
Paulo será expulso, todavia, rumo a Beréia, a Atenas e a
Corinto, ficando por um ano e seis meses na região grega, onde receberia informações
da igreja de Tessalônia. Ele escreveria, então, uma carta aos irmãos
tessalonicenses. Paulo escreveu sua primeira carta à igreja de Tessalônica da
cidade de Corinto, por volta do ano 51 d.C., apenas alguns meses depois de ter
pregado em Tessalônica durante a sua segunda viagem missionária. Esta carta traz
elogios aos irmãos por serem um modelo de fidelidade a todas as igrejas na
Macedônia, em face da perseguição que sofriam. Paulo escreveu com o objetivo de
encorajar os cristãos daquela comunidade a que continuassem a crescer em santidade.
Entretanto, havia uma esperança para estes irmãos, que é uma esperança para
toda a igreja de Cristo peregrina nesta terra. Em Tessalonicenses 1.10, Paulo
declara que os crentes que haviam se voltado para Deus deveriam “esperar dos céus
a seu Filho, a quem ressuscitou dos mortos: Jesus, que nos livra da ira que há
de vir”.
Esta seria a expectativa dos tessalonicenses: “esperar”, o
infinitivo anamenein, que consiste em duas partes – a primeira parte (ana) que transmite
a ideia de “subir, acima, erguer”; e a segunda parte (meno) . que significa
“esperar, aguardar”, usada para pessoas que “esperam com paciência por alguém
que está chegando”. O infinitivo presente aponta para “continuar esperando por
alguém”.
A Pessoa esperada é identificada: aquele que Deus
ressuscitou dos mortos, Jesus, que nos livra da ira (rhuomai) vindoura. O uso
do pronome “nós” por Paulo aqui faz a indicação de quem Cristo livrará da ira,
a saber: os santos da igreja. O verbo rhuomai significa “atrair ou arrebatar
para si, resgatar, salvar, preservar”, ou seja, por meio de um ato poderoso de
poder, a igreja será atraída, arrebatada para si.
Jesus é aquele que já salva (1 Tessalonicenses 1.10). É
Jesus quem nos livrará da ira vindoura (Romanos 5.9). Somente por meio dEle
podemos ter a certeza de que não estamos destinados à ira (1 Tessalonicenses
5.9). A ira vindoura é um tempo futuro específico da ira de Deus (1 Tessalonicenses
5.9; Apocalipse 6.17; 15.1), escatológica, anunciada pelos profetas do Antigo
Testamento (Isaías 2.10-12; Sofonias 3.8). Indubitavelmente, seu caráter é
escatológico, é a ira que está “por vir”, iniciará com o Dia do Senhor, de
forma repentina, como um ladrão (1 Tessalonicenses 5.1-3). Contudo, a Igreja
tem uma esperança, e esta vem do céu: esperamos a iminente Volta de Cristo, que
nos salvou, libertou, batizou com o Espírito Santo e nos livrará da ira futura,
nos levando ao Céu.
por Juliano Fraga
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