A Ciência oferece teorias sobre outros mundos fora do contexto bíblico e os ufólogos buscam comprovar a existência de vida fora da Terra. Afinal, qual o entendimento da Palavra de Deus em relação a essa questão?
O versículo em questão diz o seguinte, em uma tradução comum: “Pela fé, entendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus; de modo que o visível não foi feito daquilo que se vê”. Antes de tudo, esse versículo destaca a natureza da fé e a sua relação com a criação do mundo por parte de Deus: “Pela fé entendemos”.
O autor aos Hebreus de forma clara fundamenta sua fé nas
Escrituras Sagradas. Ou seja, ela dá crédito à narrativa das Escrituras a
respeito da obra da criação. Isso é selecionado primeiro porque, evidentemente,
é a primeira coisa que ocorre na Bíblia, é a primeira coisa que é narrada no
texto bíblico que se relaciona com o exercício da fé. Ele aponta para nenhum
exemplo em particular em que essa fé foi exercida – pois nenhuma é mencionada
especialmente –, mas se refere à natureza da fé que cada um pode observar em si
mesmo. A fé aqui exercida é a confiança na verdade das declarações divinas em
relação à criação. O significado é que nosso conhecimento sobre esse assunto é
uma mera questão de fé no testemunho divino. Não é fruto de mero raciocínio. Também
não é que a história humana retorne a esse período e nos informe disso; é
simplesmente que Deus nos disse isso em Sua Palavra. Assim nós “entendemos”, ou
seja, nosso conhecimento desse fato deriva apenas da fé, e não do nosso próprio
raciocínio. A fé tem uma retrospectiva como também uma perspectiva: não aponta
somente para a frente, para o fim do mundo, mas para trás, para o começo do
mundo.
E quanto aos “mundos”? A palavra que o apóstolo usa aqui denota
uma pluralidade de mundos e é prova de que ele supunha que havia outros mundos
além da nossa terra. Até onde o conhecimento dele se estendeu sobre esse ponto,
não temos meios de averiguar, mas não há razão para duvidar que ele
considerasse os corpos celestes como “mundos” em alguns aspectos, como o nosso.
A palavra traduzida como “mundos” é aionas, literalmente “idades” ou aeons
(eras); mas, visto que esse termo grego é constantemente utilizado como
metonímia, figura de linguagem empregada para expressar não apenas vastos períodos
de tempos, mas tudo o que existe nessas eras, traduz-se bem como “mundos”. O
termo grego aion é usado para falar sobre os mundos físicos, e não apenas sobre
períodos de tempo. Talvez pudéssemos dizer aqui que “todas as eras do tempo e
tudo quanto há nelas, foram criadas por Deus”. Não é errado afirmar, portanto,
que “mundos” aqui pode referir-se a todos os planetas do sistema solar.
Ele diz: “Foram criados”. A palavra grega usada para
“criados” é katartizo, que significa pôr em ordem, organizar, completar e pode
ser aplicado àquilo que antes existia e que deve ser colocado em ordem ou
reajustado (Mt 4.24; Mc 1.19; Mt 21.6; Hb 10.5). O significado aqui é que eles
“foram postos em ordem” pela Palavra de Deus. Isso implica o ato da criação,
mas a ideia específica é a de organizá-los na bela ordem em que estão agora. A
Ciência atesta que há um elemento ou substância original, indefinida e
desconhecida, de onde tudo provém. Desse elemento indefinido surgiram os quatro
elementos principais: a terra, o ar, o fogo e a água. O autor aos Hebreus nos
convida ao exercício da fé, conferindo a Deus e à Sua palavra a origem de tudo.
Em outras palavras: o que a Ciência chama de elemento ou substância indefinida,
o autor aos Hebreus chama de Palavra de Deus.
Embora nenhum ser humano tenha testemunhado a obra da criação,
sabemos, pelas Escrituras, que Deus criou o mundo através da Sua Palavra (Sl
33.6,9). Aceitamos isto pela fé, percebendo que o “visível” não é a única e realidade
existente. O autor aos Hebreus, portanto, nos convida ao exercício da fé nas
Escrituras Sagradas que atestam as obras feitas pelas santas mãos de Nosso Senhor.
por Sérgio Pereira
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