Ataque do Irã a Israel aumenta tensões

Ataque do Irã a Israel aumenta tensões


Escalada de grandes conflitos no mundo preocupa; o que diz a Bíblia?

Na madrugada do dia 14 de abril, pela primeira vez, o Irã atacou o estado de Israel, enviando mais de 350 drones shahed lançados do seu território e dos territórios do Iraque e Síria, e mais de uma centena de mísseis balísticos e algumas dezenas de poderosos mísseis de cruzeiro. Os terroristas do Hezbollah, no Líbano, e do Houthi, no Iêmen, ambos aliados do Irã, lançaram respectivamente foguetes e drones contra Israel. O principal alvo dos ataques não foi Tel Aviv, capital política de Israel, como se esperava, mas Jerusalém.

Com a ajuda de caças dos Estados Unidos, Reino Unido, França e Jordânia, e a ação do sistema de Iron Dome (“Domo de Ferro”) e dos mísseis antibalísticos Arrow (“Flecha”) de Israel, todos os drones foram abatidos (só os EUA anunciaram ter derrubado 80 deles) e 99% dos mísseis foram destruídos. A Arábia Saudita e os Emirados Árabes ajudaram nas áreas de inteligência e fornecendo combustível. Os poucos mísseis que não foram interceptados causaram alguns estragos, mas não vítimas. Apenas uma pessoa foi ferida e uma base aérea de Israel no Negev foi parcialmente atingida. Até o fechamento desta edição, Israel, que prometeu revidar, ainda não havia atacado o Irã, mas apenas forças do Hezbollah no sul do Líbano.

Esse evento marca o fim da “guerra fria” entre Israel e Irã. Até então, o Irã só atacava Israel indiretamente, através de seus aliados do Hamas, Jihad islâmica, Hezbollah e Houthi.

O que provocou o conflito

O que provocou a entrada direta do Irã na guerra foi o evento do dia 1º de abril, quando a Embaixada do Irã na Síria foi bombardeada, matando o principal general da Guarda Nacional Revolucionária iraniana, o comandante sênior Mohammad Reza Zahedi, além de outros oficiais que ali estavam. O general Zahedi seria um dos responsáveis pela elaboração do ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023. Em resposta, o líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, anunciou: “Israel será punido”. Dias depois, em 11 de abril, após o fim do Ramadã, o mês sagrado do islamismo (que neste ano foi de 10 de março a 9 de abril), ele anunciou que Israel seria atacado em 48 horas. No mesmo dia, os órgãos de inteligência dos Estados Unidos confirmaram que o Irã estava mesmo se preparando para um ataque, que seria perpetrado com mísseis e drones, e tendo como alvos prédios do governo israelense e estruturas militares – só não havia a confirmação da data.

Ainda no dia 11 de abril, o general Michael Erik Kurilla, do Comando Central dos EUA, desembarcou em Israel para uma reunião com o alto comando das Forças de Defesa de Israel (FDI) e com o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant; e o chefe do Estado-Maior das FDI, Herzi Halevi. As redes sociais das FDI publicaram uma foto oficial da reunião. Kurilla prometeu ficar “vários dias” em solo israelense. A mensagem clara para os iranianos é de que se Israel fosse atacado, os Estados Unidos sairiam em defesa de seus aliados. O Canal 14 em Israel relatou na tarde do dia 12 de abril que um “navio de mísseis avançados” da Marinha dos EUA, “provavelmente um destruidor de mísseis guiados da classe Arleigh Burke”, chegou ao largo da costa de Israel para ajudar na interceptação de mísseis e drones lançados por iranianos e/ou grupos proxy apoiados pelo Irã contra Israel. Ainda no dia 12, 40 foguetes do Hezbollah foram lançados direto do Líbano contra Israel, mas foram interceptados no ar pelas forças israelenses.

Repercussão e possível Terceira Guerra Mundial

Após os ataques, os Estados Unidos anunciaram “apoio inabalável” a Israel, a União Europeia condenou os ataques do Irã e a Rússia – que é aliada do Irã – pediu o apaziguamento de Israel para encerrar o conflito. Israel, por sua vez, convocou uma reunião de emergência no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) pedindo “todas as sanções possíveis” contra o Irã. Enquanto isso, até o fechamento desta edição, o gabinete de guerra de Israel estava discutindo como seria a resposta bélica ao ataque do Irã. Cogitava-se que, nesse provável ataque, Israel aproveitaria para destruir as instalações de enriquecimento de urânio do Irã, para impedir que o país islâmico chegue a produzir bombas atômicas, um desejo antigo iraniano.

Com a escalada do conflito no Oriente Médio, aumentou a apreensão dos especialistas em relação a uma Terceira Guerra Mundial. Afinal, a Segunda Guerra Mundial começou com três guerras regionais que se interconectaram, resultando em um conflito mundial. O Japão lutava pelo controle do Oriente, a Itália lutava pelo controle do Mediterrâneo e do norte da África, e a Alemanha pelo controle do resto da Europa. Logo, os três se uniram, formando o Eixo, contra o qual se uniram EUA, Inglaterra e Rússia, formando os Aliados, para combater o Eixo.

Com o atual conflito na Europa, envolvendo Rússia e Ucrânia, e o conflito no Oriente Médio, envolvendo Israel e Irã, faltaria apenas o início do já pré-anunciado conflito entre China e Taiwan para que o mundo seja oficialmente arrastado para um terceiro conflito de ordem mundial. Os dois blocos em oposição seriam liderados por Rússia, China e Irã, de um lado, e EUA, União Europeia e Israel, do outro, com vários outros países de aliando a um ou a outro bloco.

Os Estados Unidos e a Europa já estão envolvidos no conflito no Oriente Médio, e o Reino Unido e a União Europeia ameaçam entrar no conflito contra a Rússia na Ucrânia, ainda mais que as forças de resistência ucranianas acabaram sucumbindo nos últimos meses à forte recuperação do exército russo, que retomou várias cidades recentemente, inclusive no próprio dia do ataque do Irã a Israel. Como todos os especialistas têm afirmado, sem a ajuda dos EUA e dos demais europeus, a Ucrânia perderá a guerra; e se perder, a paz em toda a Europa estará ameaçada. Acredita-se que a Rússia – que conta com recursos bélicos vindos do Irã e da China – começará em seguida uma invasão a outros países do leste europeu. Quanto a Taiwan, uma invasão à ilha levará os Estados Unidos, seu aliado, a entrar em conflito com a China.

Pontos de conexão com as profecias bíblicas

Os pontos de relação desses atuais conflitos com as profecias bíblicas são os vaticínios de Cristo de que a proximidade de Seu Retorno seria marcada por “guerras e rumores de guerra”, com “nações contra nações”, mas que não deveríamos temer pensando que é o fim, porque ainda não seria o fim (Mateus 24.6; Lucas 21.9-11); e a atual e estreita união entre Rússia e Irã, que evoca a profecia de Ezequiel 38 e 39, que fala de um futuro mais à frente, quando Rússia e Irã liderarão um bloco de países, notadamente nações islâmicas, que cercarão Israel no final dos tempos, momento no qual o povo judeu estaria isolado e Deus mesmo se encarregaria de salvar o Seu povo da destruição.

Mas, quanto ao agora, o que deve fazer o povo de Deus? Orar pela paz. Pela paz em Israel e no mundo. E se esses conflitos mesmo assim inexoravelmente escalarem, devemos orar para que Deus, que governa a história, preserve o Seu povo e os inocentes no meio desse caos, e abrevie esses conflitos. Além disso, devemos nos manter pregando o Evangelho de Cristo a este mundo cada vez mais cheio de desespero e apreensões, porque só o Príncipe da Paz tem a resposta não só para os nossos conflitos pessoais, mas também para o mundo em conflito.

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