Bento Ricardo dos Santos Júnior, nascido em Itajaà (SC) e oriundo de um lar evangélico, decidiu observar a sociedade por outro ângulo, quando aos 15 anos parou de frequentar as reuniões da Assembleia de Deus e manifestou interesse pelos complexos ritmos musicais de bandas de Black Death Metal que, influenciado pelo Thrash Metal, justifica a sua nomenclatura ao apresentar em seu repertório o andamento acelerado, vocais guturais, blast beats e letras que mencionam a morte, horror, violência e se voltando contra a religião.
“Eu não havia tido um encontro transformador com o Senhor
Jesus Cristo e já na adolescência, sem o devido discernimento, passei a
frequentar vários shows dos ‘metaleiros’ entre os anos de 1992 à 1997. Eu escutava
as músicas das bandas Black Sabbath, Impaled Nazareno, Blasfemy, Rotting
Christ, Mayhem, Profanatica, Havoejetc”, comenta Bento.
O envolvimento do então adolescente com esse ambiente carregado
de ódio manifestado por meio de músicas e comportamentos divorciados da Palavra
de Deus o levou a se aproximar do satanismo, inclusive comprometendo-se a
servir ao PrÃncipe das Trevas. Durante uma madrugada, no intuito de demonstrar a
sua fidelidade aos demônios, ele realizou um ritual satânico ao cortar um dedo
e escrever em uma folha de papel virgem a seguinte inscrição: “Entrego minha
alma a ti, Satanás”. Com esse gesto, parecia que tudo estava perdido na vida de
Bento Ricardo e que seu destino seria as trevas eternas. Apesar disso, seus
pais, fervorosos cristãos, não perderam a esperança e se mantiveram em oração
contÃnua em busca da misericórdia divina para seu filho. “Lembro-me que, ao
chegar em casa e abrir a porta dos fundos, eu observava a atitude de meu
saudoso pai, presbÃtero Bento Ricardo, e da minha mãe, Marlene Nogueira, com os
joelhos dobrados e em oração ao Senhor! Jamais esquecerei estes momentos tão
marcantes e que hoje são um legado para mim!”, lembra Bento.
Enquanto pertenceu a esse ambiente contaminado, Bento Ricardo
Junior participou de rituais em que os adoradores do demônio queimavam
exemplares da BÃblia Sagrada e invocaram entidades malignas. “Nesse ritual que
foi realizado à noite, as potestades dos ares desceram até nós. Na verdade, o
Maligno me atormentava com sonhos e a sua presença era muito real, já que eu o
contemplava. Seu aspecto era como uma nuvem corpórea negra”, recorda ele.
Já em sua juventude, Bento Ricardo Junior ainda trilhava o
perigoso caminho da magia negra, tudo iniciado pelo apreço pelas bandas de Black
Death Metal. Os pais intercediam por sua alma na presença de Deus a fim de
livrá-lo das drogas e da cadeia. “O clamor de meus pais foi respondido. Senti o
EspÃrito Santo me conscientizando da necessidade de eu ter Jesus como meu
Senhor e Salvador. Por isso, aparei os meus cabelos, adquiri novo vestuário e
passei a buscar ao Senhor em oração, atitude corroborada por meu pai. Era nesses
momentos de meditação que o EspÃrito Santo se comunicava comigo”, testifica.
Em meio ao processo de transformação, Bento Ricardo ainda
marcou presença em um show de Thrash Metal em Guaramirim (SC), onde mais
uma vez o jovem contemplou os participantes queimarem exemplares da BÃblia
Sagrada ao longo da apresentação musical. “Naquele momento, ouvi como que o Senhor
falando comigo me dizendo que eu não deveria pronunciar o nome ‘Satanás’, pois
significava derrota. Então, procurei um local para eu sentar e permaneci toda a
noite ‘sedado’, por assim dizer, pela ação do EspÃrito Santo, me mostrando a
terrÃvel realidade do envolvimento com o satanismo. Assim, percebi que deveria
mudar rapidamente o meu modo de vida”, conta.
Ainda comprometido com a cultura das bandas de rock pesado, mas
agora ciente do que elas representavam, ao chegar em casa, ele incinerou os discos
e CDs contendo músicas malignas, o vestuário de estilo dark que ainda restava
em seu armário de roupas, e as cruzes de cemitério que faziam parte de sua
devoção aos demônios, bem como os livros de magia negra. Todos os objetos que o
conectavam ao submundo das trevas, sem exceção, foram destruÃdos. “Continuei a
buscar ao Senhor, mas o inimigo não desistiu de mim. Ouvia como vozes de
acusação me dizendo eu já havia realizado atividades nesse submundo e só agora
pedia ajuda a Deus. Em contraposição, o EspÃrito Santo me aconselhava Ã
contÃnua oração como a chave da vitória para vencer as forças das trevas. No
dia 1 de maio de 1998, uma sexta-feira, eu fui à Assembleia de Deus, no bairro
São Vicente, em ItajaÃ, e no pátio eu contemplei a presença de anjos, acima de
três metros, que tocavam o refrão do hino 433 da Harpa Cristã: ‘Sois bem-vindos,
campeões de Jeová! Parabéns, mas não fingidos, a congregação vos dá’. Ali,
tomei a decisão de entregar a minha vida inteiramente ao Senhor Jesus. Instantaneamente,
fui liberto do satanismo e dos vÃcios do cigarro, cocaÃna e bebida alcoólica”,
jubila.
Hoje, Bento Ricardo Junior é pastor e casado há 13 anos com Gisele
Camargo, a quem conheceu no campo missionário no municÃpio de Itaiópolis (SC).
Da união, o casal foi presenteado com o nascimento dos filhos Estevan, Estefany
e Esther. Atualmente, a famÃlia serve ao Senhor na Igreja Evangélica Assembleia
de Deus em Joinville (IEADJO). “Agradeço ao Senhor pelos livramentos que me
concedeu ao longo de minha trajetória nesse submundo de bandas de Heavy Metal e
suas consequências. Hoje eu sirvo ao meu Senhor Jesus com alegria, certo de que
fui liberto das forças malignas que tinham a intenção de me levar ao inferno!”,
celebra.
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