Neste texto, faço um trocadilho com a “elevada” saudação nazista criada e difundida à exaustão pelo ministro da propaganda de Hitler, Joseph Goebbles, durante sua sangrenta e grandiosa campanha militar pela conquista da Europa e outros continentes, responsável pela eclosão da 2ª Guerra Mundial que, além de dizimar milhões de vidas inocentes, minar as riquezas de prósperas nações, lançando o mundo num retrocesso econômico sem precedentes, quase extinguiu da face da terra os descendentes de Abraão. A referida saudação foi adotada pelo partido nazista como um símbolo da lealdade e culto da personalidade de Hitler, a qual consistia em levantar o braço direito estendido para frente enquanto se pronunciava com ênfase em singular alemão as palavras Heil mein Führer! (Salve meu líder!) ou simplesmente Heil Hitler! (“Salve Hitler”), reconhecendo ser o líder do terceiro Reich uma espécie de divindade, salvador da pátria alemã, capaz de restaurar a glória e estender as fronteiras do “exclusivo” império da raça ariana, tão injustiçado e espoliado pelos vencedores da 1ª Guerra Mundial. Ao final, percebeu-se que os nazistas eram na verdade um bando de loucos desvairados seguindo um maníaco sem personalidade, alma e coração. Infelizmente, o mesmo sentimento que atordoou a mente de Hitler e de seus partidários, tornando-os insanos, sedentos de poder e glória humana, vem contagiado a muitos líderes nestes últimos dias, levando-os a uma propensa busca por veneração, honra e lisonjas. Alguns chegam ao descalabro de se imaginar genuínos deuses, membros exclusivos do “Olimpo Cristão”, gestor de vidas, formuladores de regras, intervindo de forma arbitrária nas decisões e no destino de seus liderados.
Muitos “líderes”, abusando da autoridade que lhes foi
conferida por Deus, infringem as leis, atropelam direitos, violam normas,
mutilam as Escrituras, no afã de beneficiar-se de uma posição que não lhes foi
outorgada vitaliciamente, mas confiada pela soberania do Altíssimo àqueles que
atenderam ao chamado para conduzir o seu rebanho com cuidado, e não por força,
nem torpe ganância, nem como tendo domínio sobre a herança do Senhor, mas
servindo de exemplo, conforme escreveu Pedro, um dos primeiros e mais próximos
apóstolos de Jesus, considerado uma das colunas de sua Igreja (1 Pedro 5.2,3; Gálatas
2.9). Outros, num acesso de incurável insanidade (fazendo trocadilho com a
singular, humilde e exemplar declaração do profeta João Batista), arrogam para si
uma indevida honra, alegando atrevidamente: “Importa que ELE cresça, e EU
também”. A glória e o temor já não são mais devidos ao Senhor, tampouco a
adoração é exclusividade da divindade, pois se acham partícipes de um direito que
lhes não foi conferido, mas que pertence unicamente ao Todo Poderoso, pois a
Sua honra e louvor jamais dará a ninguém (Isaías 42.8). Muitos querem honra, não no sentido de respeito ou
consideração, mas de veneração mesmo já que se julgam verdadeiras divindades de
nosso século, cujo alter ego deve ser bajulado e suas vontades, decisões
e objetivos “obedecidos” cegamente, sem questionamentos, nem análise crítica
textual à luz da Bíblia. Como diz o slogan de certa igreja: “Jesus Cristo é o
Senhor”; mas, infelizmente alguns líderes tem se apossado desse senhorio, acreditando
ter o direito de governar a Igreja como se fosse seu próprio império e, para
isso, se cercam de um batalhão de choque como a Gestapo e a SS (duas das mais
temíveis organizações militares da máquina bélica alemã) trucidando
impiedosamente todos os que discordam de suas ações ou se interpõe em seu
caminho.
Na realidade, muitos “líderes” têm agido como Caronte
(barqueiro da mitologia grega que, por duas míseras moedas, transportava passageiros
para o mundo dos mortos pelas águas dos rios Estige e Aqueronte) conduzindo sem
nenhum temor rebanhos inteiros à perdição, ao invés de dirigi-los aos céus,
salvando suas almas do juízo e castigo eternos. Infelizmente, em alguns
ministérios Cristo deixou de ser a cabeça da Igreja, tornando-se apenas os
ombros que sustentam o pesado fardo que os homens têm imposto sobre ela. Também
já não é o autor e consumador da fé, tendo se tornado apenas um mero
coadjuvante de indivíduos ávidos por fama e aplausos, falsificadores da
palavra, propagadores de falsos milagres, que só pensam em promover seus nomes,
colocando-os acima de Deus. É com pesar que constatamos uma radical mudança na
vida e atitudes de líderes que deveriam ensinar a verdade, combater o pecado,
afastando seus liderados do mal, os incentivando a uma maior proximidade com
Deus, bem como, despertando-os para a realidade da iminente volta de Cristo
para arrebatar a Sua Igreja.
Algo que não podemos esquecer e que a história registra com incontestes
evidências, é que, assim como a máquina bélica de Hitler foi desmantelada pela
união, esforço, coragem, sangue, suor e lágrimas dos aliados, pondo fim a anos
de terror e sofrimento que abalaram a população mundial, do mesmo modo Deus têm
reservado não apenas sete mil, mas milhões de fiéis (1 Reis 19.18) para fazer a
diferença no meio de uma geração corrompida e perversa, cujo compromisso com
seus propósitos e Palavra estão acima de qualquer posição ou lucros e, que ainda
protestam contra o pecado, a idolatria, tirania e qualquer forma de opressão,
assegurando que só o Senhor é Deus, digno de louvor, cujo Reino Eterno não passará
jamais e, que ao invés de ser incomodados com a sacrílega saudação: “Heil
líder!”, cantarão juntamente com todos os seres angelicais cheios de reverente alegria
e gratidão o eternal louvor: “Grandes e maravilhosas são as tuas obras, Senhor
Deus Todo Poderoso! Justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei dos santos.
Quem te não temerá, ó Senhor, e não magnificará o teu nome? Porque só tu és
santo; por isso todas as nações virão a ti, e se prostrarão diante de ti,
porque os teus juízos são manifestos” (Apocalipse 15.3,4).
por Cezar Frugoni
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