Como lidar com personalidades diferentes

Como lidar com personalidades diferentes


Abordagem científica e bíblica sobre os tipos de personalidade e a forma como devemos tratá-los

A constituição da personalidade, como esta se forma, quantos tipos podem ser catalogados e quais as características mais evidentes de cada uma são questões que têm ocupado os cientistas das áreas da Psicologia, Psiquiatria e Psicanálise ao longo das últimas oito décadas. A personalidade é aquilo de nós que se apresenta aos outros. É a dimensão do indivíduo que é percebida, vista e entendida pelos outros.

Os fatores formadores da personalidade são dois: Os heredo-constitucionais (que são os fatores da predisposição genética, inata), e fatores ambientais (as primitivas experiências emocionais com os pais, o ambiente cultural e as experiências da realidade da vida de cada um). Os autores atuais falam que há uma permanente interação entre nature (fatores biológicos) e murture (fatores ambientais). Numa equação mais didática, poderíamos dizer que fatores inatos trazem o potencial para o temperamento e fatores ambientais carregam o potencial para a formação do caráter.

A palavra “caráter” deriva do grego charaxo, que significa gravar. O caráter faz referência ao que é constante numa pessoa, porque foi gravado nela, e, por conseguinte, aos condicionamentos (comportamentais e emocionais que foram vivenciados. A personalidade é a combinação do temperamento mais o caráter. Etimologicamente a palavra derivou-se do latim persona, uma máscara, através da qual um ator representa o seu papel. Neste sentido se referia à aparência externa, ou ao papel que alguém desempenhava.

Classificação da personalidade

A primeira classificação da personalidade em tipos foi levantada pelo famoso médico grego, Hipócrates (460 a 370 a.C.). Para ele, os temperamentos humanos  e dividem em sanguíneo, melancólico, colérico e fleumático. Mais tarde, Theophrastus, discípulo de Aristóteles, fundou a “caractereologia”, uma descrição literária de tipos de personalidade. Chegou a descrever quase trinta tipos de pessoas, tais como  homem avaro, 0 adulador, o loquaz etc.

Duzentos anos mais tarde, o francês Jean De La Bruyère e vários ingleses, entre eles, Bem Jonson, Joseph Addison, Richard Steele, Samuel Butler, recomeçaram a escrever sobre o caráter e o temperamento.

O século 19 produziu várias teorias interessantes de tipos de personalidades. Alexandre Bain, sugeriu três tipos: intelectual, emocional e volutivo. Friedrich Nietzsche propôs a personalidade apolônica: calma, razão, repressão das paixões, e dionisífaca: sentidos e os impulsos. William James, dividiu em dois grupos: “mentalidades impressionáveis” e “mentalidades consistentes”.

Muitos avanços aconteceram após a emancipação da Psicologia. Provavelmente, a teoria tipológica mais conhecida é a de introversão-extroversão de Carl G Jung.

Sigmund Freud, o pai da psicanálise, fala das três estruturas: neurótica, psicótica e perversa. Após Freud, podemos colecionar várias teorias sobre a personalidade. (o que não é o objetivo deste artigo).

O que a maioria dos psicólogos concordam é que o desenvolvimento da personalidade resulta de muitas influências que operam no indivíduo e sobre ele. O temperamento de uma pessoa, a sua energia subjacente e disposição emocional, é afetado por sua carga genética, pela composição do sistema nervoso e por outras condições físicas ou fisiológicas.

Mas esses fatores por si mesmos não determinam a configuração “concluída” da personalidade. O padrão da personalidade de um indivíduo, que inclui gestos, atividades, valores, interesses, comportamentos e ideias, é a combinação daqueles com os fatores ambientais.

Na verdade, a personalidade é uma estrutura complexa que pode ser mapeada nos seus contornos mais aparentes, mas ainda não em toda a sua profundidade.

Vejamos agora os tipos de personalidade e suas respectivas características.

Tipo 1 – Perfeccionista

a) Perfeccionista: Afetividade reprimida (parece pouco relaxado, tenso, triste e severo; a expressão emocional é mantida sobre rígido controle).

b) Autoimagem escrupulosa: Vê a si mesmo como esforçado, digno de confiança e eficiente; valoriza a autodisciplina, a prudência e a lealdade.

c) Respeitabilidade interpessoal: Exige uma devoção fora do comum às convenções e propriedades sociais; prefere os relacionamentos pessoais polidos, formais e corretos.

d) Rigidez de comportamento: Mantém um padrão de vida bem estruturado, altamente regulado e repetitivo; demonstra preferência pelo trabalho organizado, metódico e meticuloso.

Este tipo de personalidade é identificada no DSM III como personalidade compulsiva. São pessoas respeitosas, insinuantes e até mesmo subservientes com relação aos seus superiores, esforçando-se ao máximo para impressioná-los com sua eficiência e seriedade. São além disso autoritários, reprovadores, orgulhosos, cheios de regulamentos e formalistas.

Justificam suas intenções agressivas, recorrendo a regras ou autoridades acima de si mesmos. Sentem-se superiores em virtude de seus elevados padrões morais e intelectuais. Mantém uma ordem meticulosa em tudo que os cerca. São excessivamente pontuais; precisam encontrar sempre a palavra adequada para cada situação. Têm a necessidade de alcançar o mais elevado grau de excelência.

Com relação aos outros, ele pode insistir que se mostrem à altura de seus padrões de perfeição e pode desprezá-los por deixarem de fazer isso. Precisa do respeito dos outros, muito mais do que de admiração. A ideia da sorte imerecida, boa ou má, lhe é estranha. Seu próprio sucesso, prosperidade ou boa saúde é, por conseguinte, mais uma prova da sua virtude, do que algo a ser desfrutado. Todos os que o cercam precisam obedecê-lo, pois quem quer que se recuse está errado. Seu código moral o proíbe de tolerar exceções; seu ideal precisa ser realizado sob todas as circunstâncias.

São pessoas que podem desempenhar um papel bastante útil na vida social como reformadores, promotores públicos, pedagogos etc. Em todas as esferas, o tipo perfeccionista, é difícil de agradar, e são intolerantes em relação a tudo que é desarrumado, tanto seu quanto de outra pessoa. Coulter afirma: “seu trabalho manifesta aquele toque final particular, aquele polimento final que revela uma intenção meticulosa ao detalhe”. Ele assume a liderança nos relacionamentos pessoais, determinando seu tom e esfera de ação, nada mais restando aos outros senão aquiescer.

Sendo dominador não consegue tolerar que outras pessoas assumam o comando e insiste em tomar sozinho todas as decisões. O enfático endosso das normas e da autoridade sancionada geralmente envolve uma orientação conservadora ou, adotando a linguagem de David Riesman, a tendência de se inclinar para a tradição. Além disso, podemos perceber um grupo de características, que variam de ordem de limpeza a uma inclinação puritana, como uma forma de despertar a afeição através do mérito.

Tiro 2 РHistri̫nica

O histriônico tem um caráter centrado no orgulho. Brotando do orgulho como ramos maléficos, neste tipo de personalidade, encontramos a desobediência, a ostentação, a hipocrisia, o desprezo, a arrogância, o despudor, a autoadmiração, a insolência, a altivez, a impaciência, a obstinação e a vaidade. A imagem que estes traços criam caracteriza um indivíduo que não apenas afirma o próprio valor, como também o faz com um autoengrandecimento agressivo diante dos outros e uma desconsideração pelas autoridades e pelos valores estabelecidos. A personalidade histriónica apresenta pelo menos três das seguintes características:

  • Autodramatização (manifestação exagerada das emoções);
  • Um incessante atrair das atenções para si mesmo;
  • Um anseio pela atividade e agitação;
  • Reação excessiva e exagerada diante de eventos sem muita importância;
  • Explosões ou acessos irracionais de raiva

Nos relacionamentos interpessoais, pelo menos duas das seguintes características são manifestadas:

  • É percebido pelos outros como superficial e desprovido de autenticidade, mesmo que superficialmente cordial e atraente.
  • Egocêntrico, tolerante consigo mesmo e desatencioso com os outros.
  • Vaidoso, iracundo, intolerante, sarcástico e exigente.
  • Inclinado a ameaças, gestos ou tentativas manipuladoras.

Este tipo de personalidade desenvolve uma requintada sensibilidade pelas disposições de ânimo e pensamentos daqueles que desejam agradar. Essa hiper vigilância permite que entre rapidamente em contato com as manobras que irão ajudá-los a alcançar os objetivos que desejam. Essa extrema orientação para o outro, que visa alcançar a aprovação, resulta, contudo, num estilo de vida que se caracteriza por um padrão instável de comportamento e emoções.

Como nos outros tipos de personalidades, na dimensão das qualidades, o histriônico é prático, enérgico, audacioso, resoluto, capaz de iniciativas, bom gestor de criatividades e diplomata.

Tiro 3 – Esquizoide

Pessoas com esta personalidade tem na introversão a variável essencial. Há um movimento de afastamento do exterior em direção ao interior e a sensibilidade às experiências internas. Existem várias características identificáveis, deste tipo de personalidade:

  • Frieza, distanciamento emocional e ausência de sentimentos de ternura pelas outras pessoas.
  • Poucas amizades.
  • Amor à privacidade.
  • Necessidade de ficar sozinho quando está com problemas.
  • Indeciso.
  • Desconfiado.
  • Repressão oral e restrição geral ao barulho.
  • Inibição da comunicação social.
  • Moderação dos movimentos e discrição na expressão dos sentimentos.

Muitos destes traços expressam o aspecto excessivamente sensível do temperamento.

Tiro 4 – Sádica ou Explosiva

Nas palavras de Kurt Schneider, “eles são desobedientes e rebeldes; a menor provocação ficam furiosos ou mesmo violentos sem nenhuma consideração”.

Na caracterologia de Erich Fromm (1964), ele reconhece que a “atitude deles é colorida por uma mistura de hostilidade e manipulação” e que “encontramos, ainda, a suspeita e o cinismo, a inveja e o ciúme”. Outras características podem ser acrescentadas:

  • Incapacidade de manter um comportamento coerente no trabalho e na família.
  • Falta de habilidade de funcionar como pai ou mãe responsável.
  • Dificuldade em aceitar as normas sociais com relação a um comportamento legal.
  • Irritabilidade e agressividade.
  • Dificuldade em honrar obrigações financeiras.
  • Dificuldade em fazer planos para o futuro.
  • Afetividade hostil. Explode prontamente em discussões e ataques; agressividade verbal.
  • Autoimagem segura (orgulhosamente caracteriza o eu como autoconfiança, vigorosamente ativo e obstinado; competitivo, voltado para o poder).
  • Projeção malévola (afirma que quase todas as pessoas são desonestas, controladoras e punitivas; justifica as próprias atitudes duvidosas, hostis e vingativas, imputando-as aos outros).

Controle

A atração da vida destas pessoas repousa em seu controle. Ela enfatiza sua determinação, consciente ou inconsciente, de superar cada obstáculo (dentro ou fora de si mesma) e a crença de que ela deveria ser capaz de fazer isso. Há uma obsessão pelo controle. O lado inverso da necessidade de controle é o medo que ela sente de qualquer coisa que sugira o desamparo; esse é o medo mais agudo que ela tem.

A pessoa de personalidade sádica, em seu comportamento diante das outras pessoas, é abertamente arrogante, frequentemente rude e ofensivo, embora às vezes, características sejam encobertas por uma camada superficial de polidez e gentileza. De uma maneira sutil e grosseira, percebendo ou não, ela humilha e explora as outras pessoas. Quando a pessoa, deste tipo de personalidade, vê que Suas exigências não são satisfeitas, se entregam a uma vingança punitiva, que pode ir da irritabilidade ao mau humor, para fazer os outros a se sentirem culpados. Há um lado positivo desta personalidade:

  • Autoconfiança (otimismo e determinação).
  • Gosto pela aventura e pela iniciativa.
  • Prazer em dominar.
  • Jeito direto e audacioso de fazer negócios.
  • Coragem para lutar.
  • Aparência amadurecida.
  • Entusiasta e destemido.
  • Age rapidamente diante das adversidades.
  • Voltado para metas e atividades.

Tipo 5 – Narcisista

O principal interesse, deste tipo de personalidade, está voltado para a autopreservação. É do tipo independente e não é facilmente intimidado. As pessoas com esta personalidade, impressionam os outros com seus talentos. É com elas que seus semelhantes têm uma probabilidade especial de aprender. Elas assumem prontamente o papel de líderes, conferem um novo estímulo ao desenvolvimento cultural e social.

O narcisista transmite uma qualidade calma e autoconfiança ao comportamento social. Seu ar aparentemente imperturbável, de autossatisfação, é nutrido por um enorme senso de vaidade e autossuficiência. Por isso, os narcisistas parecem carecer de humildade e são excessivamente egocêntricos e pouco generosos.

Os sentimentos de superioridade são mais visíveis e estão mais presentes na consciência do indivíduo, enquanto os sentimentos de inferioridade estão ocultos e são negados e reprimidos.

Sua autoimagem é de que são pessoas superiores, indivíduos extremamente especiais, merecedoras de direitos e privilégios fora do comum. Além disso, qualquer um que deixe de respeitá-los é encarado com desprezo e desdém. Estas pessoas se inclinam a exagerar seus atributos, a transformar livremente os fracassos em sucessos, a construir longas e intrincadas racionalizações que inflam seu valor pessoal ou justificam o que eles sentem ser seu direito, rapidamente subestimando aqueles que se recusam aceitar ou realçar sua autoimagem.

Os narcisistas sofrem poucos conflitos. Seu passado os supriu, talvez bem demais, com elevadas expectativas e estímulos. Como resultado, eles são inclinados a confiar nos outros e a se sentirem confiantes de que as coisas darão certo para eles. Refletem muito pouco sobre o que os outros pensam. Suas manobras defensivas são transparentes, uma camuflagem deficiente para um olho perspicaz. Essa falha em disfarçar melhor também contribui para o fato de eles serem considerados presunçosos e arrogantes.

Há uma nítida relutância em discutir ou negociar. Embora ele possa ser belicoso e aprecie o debate intelectual, ele não gosta de discutir num nível pessoal, tendo em vista a relutante perda de dignidade pessoal que isso possa acarretar.

A pessoa narcisista é delicada e afável ao lidar com os outros e pode ser ligeiramente lisonjeira quando quer. Ela espera ser lisonjeada em troca e absorve a lisonja por mais clamorosa que ela seja. O narcisista acha que sabe tudo e quer que os outros acatem suas opiniões, às vezes deixando passar a mensagem de que os dissidentes são tratantes ou tolos. Ele repetidamente subestima seus concorrentes, colegas, familiares e até mesmo os amigos, ao mesmo tempo em que amplifica a própria influência ou aptidão. Algumas características, a mais, se evidenciam na pessoa narcisista:

  • Arrogância e prepotência.
  • Tendência à permissividade hedonística.
  • Rebeldia.
  • Aparência de modéstia.
  • Falta de disciplina (ausência de compromisso).
  • Sedução (aspecto afável, caloroso, prestativo, amigável e generoso).
  • Exibicionismo (sabichão, bem-informado).
  • Compulsão para explicar as coisas.
  • Persuasivo.
  • Egocêntrico.

Apesar de muitas características negativas, esta personalidade apresenta dimensões que a qualifica para muitas ações construtivas e profissionais. Positivamente são:

  • Líderes.
  • Motivadores.
  • Despertam nos outros seus talentos.
  • Bons professores (com sua habilidade de persuasão).
  • Verbosidade fluente.
  • Orientadores.
  • Mobilizadores.

Tiro 6 – Masoquista

Os resmungos, lamentações e tendência a ficar desgostoso têm sido observados desde a antiguidade, ao passo que o padrão da personalidade masoquista foi redescoberta por Abraham e elaborada por Horney. O DMS III não inclui esta síndrome da personalidade masoquista porque inclui entre os distúrbios de humor. Porém, como existe uma “constante ênfase emocional nas sombrias emoções envolvidas em todas as experiências da vida”, Schneider descreve um tipo de pessoa “pessimista e cética, a qual, no fundo, nega a vida”, e, “no entanto, a envolve com uma espécie de amor não correspondido.”

Trata-se de um tipo de pessoa excessivamente séria, amargurada, e para quem tudo está de certo modo estragado. Tudo isso não é necessariamente óbvio, às vezes, o indivíduo melancólico fica oculto. Ele pode manifestar alegria e uma atividade hipomaníaca como uma forma de escapar da tristeza. O fato de se compararem com aqueles que vivem felizes faz com que eles considerem o sofrimento uma coisa nobre.

Outros veem o sofrimento como um mérito que, ao lado da sua tendência para refletir sobre a amargura da vida terrena e a profunda necessidade de ajuda, os leva a buscar um refúgio filosófico ou religioso.

Seu pessimismo diante de todas as coisas encerra algo de fanático pela tragédia. Eles quase jubilam com os novos fracassos (têm prazer em contar que estão sofrendo), e tampouco desejam algo de bom para os outros. Têm uma maneira de enfrentar a vida através da dependência e da autodepreciação. Ao atrair o sofrimento, ele justifica suas exigências de afeto, controle e reparações. Traços pertinentes da personalidade masoquista:

  • Inveja;
  • Autoimagem medíocre (sente-se inadequado, sensação de ridículo, feio, vergonha, repulsivo... );
  • Foco no sofrimento;
  • Sensíveis (apaixonados e românticos);
  • Atenciosas (compreensivas, cordiais, apologéticas, delicadas e carinhosas);
  • Sagacidade;
  • Refinamento (delicadeza e gentileza);
  • Interesses artístico;
  • Cumpridores dos deveres.

As pessoas com esta personalidade são fleumáticas (teoria de Hipócrates), desconfiadas, introvertidas, desmotivadas e indecisas.

Tipo 7 – Dependente

As características mais frequentes deste tipo de temperamento são as seguintes:

  • Amor ao conforto físico.
  • Reações lentas.
  • Socialização da comida.Prazer na digestão.
  • Amor pela cerimônia polida.
  • Afabilidade indiscriminada.
  • Ganância de afeição e aprovação.
  • Orientação para as pessoas.
  • Tolerância, complacência.
  • Facilidade de comunicar os sentimentos.
  • Necessidade extrema da companhia das pessoas.
  • Dificuldade de iniciar projetos ou fazer as coisas por si mesmas.
  • Preocupação com o medo de abandono.
  • Vulnerabilidade a críticas.

Seu comportamento exterior é harmonioso, discreto, dando a impressão de um repouso agradável, ou de uma resposta solidária, sem nenhum desejo de afetar, impressionar ou mudar os outros de alguma forma. Mantém sempre uma neutralidade benevolente diante das situações. Keirsey, especialista em temperamentos, diz que “se apenas um único adjetivo pudesse ser apresentado, fidedigno seria a melhor escolha para descrever este tipo de pessoa”.

São os grandes protetores das instituições estabelecidas, como o lar, a escola, os grupos cívicos e outros. Poderíamos acrescentar como traços desta personalidade, ainda:

  • Fácil adaptabilidade às situações.
  • Resignação.
  • Generosidade (bondade, abnegação).
  • Sujeição (quase robotizada nos hábitos).
  • Distração.
  • Preguiça intelectual.

Ainda poderíamos comentar sobre a personalidade paranoica, que se define pela cautela, distanciamento, ardilosidade, ciúme e desconfiança. Com frequência lhes ocorrem que os outros estão reparando especialmente neles, ou dizendo coisas vulgares a seu respeito. A baixa autoestima e a hipersensibilidade à possível rejeição, intolerância e legalismo são constituintes desse tipo de pessoa.

Há, para além dessas caracterologias, outras teorias à respeito da personalidade, do caráter e temperamento das pessoas. Conhecer mais exaustivamente estes conceitos talvez seja tarefa para os profissionais da área, todavia, saber lidar com pessoas diferentes é uma necessidade de todos nós.

Daniel Goleman, psicólogo norte-americano, no seu livro, Inteligência Emocional, diz: “Os padrões emocionais podem ser mudados, porque temperamento não é destino”. Jerome Kagam, eminente psicólogo da Universidade de Harvard, afirma que existe no mínimo quatro grupos de temperamentos: tímido, ousado, otimista e melancólico. Segundo Kagam, cada um deles pode ser redirecionado para o lado bom.

Para Goleman, o pior analfabetismo é o analfabetismo emocional: incapacidade de controlar as emoções, resolução de desentendimentos de forma pacífica e, enfim, a boa convivência entre as pessoas.

Há no mínimo quatro capacidades que temos que desenvolver no manejo de nossos relacionamentos interpessoais:

  • Organizar grupos de pessoas para ações altruístas, serviço, missão e iniciativa.
  • Negociar soluções. Saber mediar, evitar ou resolver conflitos.
  • Ligação e empatia pessoal. Talento em estabelecer relacionamentos, reconhecer e reagir adequadamente aos sentimentos e preocupações das pessoas.
  • Avaliação social – puder detectar e intuir sentimentos, motivos e necessidades das pessoas.

A habilidade de lidar com todos os tipos de pessoas é uma especialidade de vida que nos faz instrumento propiciador de relacionamentos saudáveis. Sejam as pessoas teimosas, inflexíveis, agressivas, autoritárias, manipuladas, insensíveis, inseguras, desagregadoras, prepotentes, perfeccionistas, entusiastas, conservadoras, orgulhosas, tímidas, impulsivas ou do jeito que forem, cabe tanto aos líderes quanto aos liderados, aos país e aos filhos, ao marido e à mulher, disciplinar-se numa compreensão mais perspicaz das emoções dos outros para conviver melhor. Finalmente considere isso:

  • Como não existe uma pessoa que só tenha defeitos, ela, por mais monstruosa que seja, tem qualidades, Identifique-as.
  • Observe quais as atitudes que provocam o lado ruim das pessoas, e evite-as.
  • Quando descobrir que qualquer tentativa de convivência civilizada com alguém nunca tem êxito, evite maiores contatos.
  • Conheça mais um pouco de si mesmo, isso facilitará uma melhor gestão dos seus relacionamentos.
  • Descubra o que provoca o lado bom das pessoas.
  •  Lembre-se que o temperamento/personalidade das pessoas não permanece inflexível a vida toda. O fruto do Espírito (Gálatas 5.22-23) é o maior remédio para a cura da dimensão negativa da nossa personalidade.
  • Não seja ingênuo ao ponto de confundir salvação da alma, que é a justificação jurídica do pecado, com a sanidade total da psiquê, da mente. Porém, acredite sempre no desenvolvimento saudável das pessoas que andam com Cristo.
  • Seja autêntico nos seus relacionamentos. “Portanto, tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei-o vós também a eles” (Mateus 7.12).

por Anthonio Siqueira

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