O cristão pode adotar o modo de vida vegano ou estará na contramão da Palavra de Deus?
O veganismo é um estilo de vida e uma ideologia que pratica o respeito aos animais. Por questões éticas não aprovam nenhuma espécie de exploração ou sofrimento infligido aos animais e assumem algumas características e modos de vida como: os hábitos alimentares são restritivos e não permitem o consumo de carnes ou derivados de animais, assim, a base alimentar dessas pessoas se torna, em sua maioria, vegetariana; o vestuário exclui qualquer origem animal; entretenimentos, experimentos científicos, rituais religiosos, trabalho ou comércio que envolvam animais são proibidos. Além disso, os mais radicais usam o argumento de que os recursos naturais da terra se esgotarão com a grande quantidade de animais que são criados em confinamento para abate, especialmente as manadas, que requerem espaços para pastar onde outrora eram florestas, pisoteiam a terra, comem a vegetação e liberam grande quantidade de poluentes. Por questão de espaço neste texto, vamos nos ater à questão alimentar.
Jesus não era vegano nem vegetariano, pois a Bíblia constata que ele comeu carne de peixe (Lucas 24.42-43) e alimentou a multidão com peixe (Mateus 14.17-21), e ele nem mesmo citou alguma referência a esse assunto; numa visão, Pedro foi instigado por Deus, num sentido simbólico, a comer toda espécie de carnes (Atos 10.10-15); e após o dilúvio Deus disse a Noé: “Tudo quanto se move, que é vivente, será para vosso mantimento” (Gênesis 9.3). Dessa forma, o crente não precisa se privar de nenhum alimento, desde que ingerido com ações de graças, mas ao mesmo tempo pode adotar um estilo de vida alimentar restritiva que lhe beneficie a saúde ou por questões éticas.
Diante do exposto, algumas posturas mínimas devem ser adotadas pelo crente: 1) evitar o radicalismo de um extremo ou outro, pois onde não há equilíbrio prejudica-se a saúde e pode tornar-se um ídolo pelo qual se briga e faz-se discórdia entre irmãos, além disso, na maioria dos radicalismos estão embutidas hipocrisias; 2) embora o veganismo seja um extremo, deve-se atentar para algumas verdades presentes nesse radicalismo e fazer-se a pergunta: será que não estamos esgotando ou espoliando os recursos naturais da terra com o nosso consumo excessivo?; 3) se algum irmão quiser ser vegano convém lembrar do que disse Paulo: “O que come não despreze o que não come; e o que não come não julgue o que come; porque Deus o recebeu por seu. [...] O que come para o Senhor come, porque dá graças a Deus; e o que não come para o Senhor não come e dá graças a Deus” (Romanos 14.3,6). Diante do que Paulo disse, a melhor postura é respeitar quem quiser ser vegano e estes por sua vez também respeitarem quem não quiser sê-lo e todos viverem plenamente suas vidas e suas atitudes como se fosse para o Senhor.
por Claiton Ivan Pommerening
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