Perigos no lar: como vencê-los?

Perigos no lar: como vencê-los?

A essência do termo “casa” é o mesmo para lar, significa não se tratar da edificação arquitetônica erguida com materiais de construção. É importante saber que o lar é o local onde a família é estabelecida e seus ocupantes aprendem a respeitar as características, o espaço e os bens do próximo, incluindo o compartilhamento de regras, limites, valores, princípios etc. É um espaço de compartilhamento de informações além do descanso no final do dia.

O falecido escritor norte-americano Alvin Toffler em seu livro Choque do Futuro deixou registrada a seguinte perícope: “que a família é o problema número um da sociedade contemporânea”. Eu confesso que concordo com o pensamento do autor, por causa de um cuidadoso estudo no qual os diversos problemas em torno da economia, política, conflitos de interesse econômico entre as potências mundiais, não superam a complexidade do ambiente familiar, que inclusive chama a atenção da sociedade.

Hoje todos nós convivemos com terríveis investidas que visam tão somente desestabilizar e conduzir a família ao fracasso, em todos os aspectos. Satanás trabalha com o objetivo a contaminar e destruir o seio familiar, mas a graça de Deus é maior do que os ardis satânicos. Desejo retratar uma pálida imagem de um relatório sobre este importante assunto: foi constatado que a infidelidade atinge mais de 50% dos casais, o relacionamento homossexual tem se transformado em lugar comum na sociedade, sem falar que o índice de divórcio aumenta assustadoramente. Convivemos com o drama dos casamentos descartáveis, com a descarada permissão de nossa sociedade que aplaude tal conduta.

Vamos destacar nesse texto a passagem bíblica no Evangelho de Lucas, capítulo 15, onde o evangelista reuniu três parábolas cujo conteúdo gira em torno das perdas dos personagens evolvidos. As narrativas são caracterizadas por algo que acabou perdido e foi encontrado. Tudo indica que o Senhor Jesus se preocupava em ensinar sobre o dever de procurar o que se perdeu. Embora o conteúdo da primeira das histórias registradas pareça simples, contudo traz uma importante mensagem para nossas vidas. A mulher da parábola não perdeu a moeda na rua, mas dentro de seu lar. Com isso, devemos constatar que as maiores perdas da vida são aquelas que acontecem dentro de casa. Para aquela mulher, a perda de uma moeda tinha um grande significado, era como perder um valor.

Vamos reforçar o argumento com outro texto: 1 Crônicas 7.23. Este é um dos textos menos lido e mais ignorado. O Espírito Santo fez questão de frisar “Depois coabitou com sua mulher, e ela concebeu, e teve um filho; e chamou-o Berias; porque ia mal na sua casa”. Que exemplo notável para ilustrar a realidade de muitas famílias, ou seja, estão muito mal.

Relacionamento familiar

A maior das ameaças à família não descansa no fato de perder objetos, mas perder seus membros. O Filho de Deus ensinou que relacionamentos são mais importantes do que bens materiais (cf Mateus 5.22-25). O leitor deve lembrar-se de Mateus 26.18,19 (“em tua casa celebrarei a páscoa”). Por que em tua casa? Porque a celebração da festa cristã tem início na casa; que alegria uma pessoa pode sentir na igreja se não estiver bem em casa? De nada adianta uma vida supostamente dedicada ao Senhor se a família não ocupa lugar de destaque? Existem pessoas que consideram que a obra de Deus primacial em sua vida, porém é grande a quantidade de obreiros que após intensa dedicação na Seara do Mestre (sem dúvida, algo louvável e que merece toda consideração), entretanto observam seus filhos longe dos apriscos do Senhor e desgostosos com os genitores e a igreja.

O segundo perigo reside na falta de bons exemplos. Não raras vezes os filhos reproduzem o que presenciaram em sua criação, naturalmente os filhos tendem a imitar a conduta do pai. São grandes as chances de os filhos repetirem seus atos.

Os especialistas afirmam que o desenvolvimento saudável da criança está ligado a três condições: disciplina, afeto e exemplo. A Palavra de Deus traz diversos exemplos da beleza do bom testemunho, mas eu vou destacar a substituição de Elias por Eliseu. O futuro profeta não pediu os bens materiais de Elias, mas buscou a “porção dobrada” do seu espírito. O discípulo tanto apreciava o poder, o caráter e a espiritualidade do seu mestre que almejou ser como ele. É muito importante os filhos admirarem o caráter dos pais de modo a imitá-los, ainda mais quando os genitores já estiverem mortos.

Uma pesquisa realizada a alguns anos atrás com as principais igrejas nos Estados Unidos revelaram um distanciamento entre o que se sabe do que se vive. Foi constatado que, dos entrevistados, apenas 32% acreditavam que a sua fé tinha alguma relação com seu comportamento ou estilo de vida, isto significa que 68% dos crentes professos não estão alinhados com o que vivem. Mas e você que lê este artigo? Está infectado juntamente com a sua família?

O que fazer para proteger a família?

Diante de tantos ataques contra a família tradicional resta perguntar: o que pode ser feito? Como vencer os demônios que não medem esforços para destruir o referencial do ser humano? Vamos destacar algumas medidas a serem adotadas.

Lute contra as influências mundanas. A Bíblia alerta sobre duas verdades em relação ao mundo. Em primeiro lugar “não ameis o mundo” (1 João 2.15) e depois “não vos conformeis com este mundo” (Romanos 12.2).

Mantenha a palavra de Deus como regra de fé e prática. É necessário o controle sobre a programação televisiva ou o conteúdo acessado na internet.

Ensine valores morais e espirituais aos seus filhos. Vamos reforçar o que foi comentado anteriormente: o lar tem que ser declarado como um altar de adoração a Deus, sendo mentoreado pelos coordenadores da Escola Bíblica Dominical e dos cultos de ensino bíblico. Os especialistas da área da família explicam que quando os pais conversam com os filhos sobre assuntos considerados embaraçosos, os genitores ficam mais próximos, facilitando a proteção.

Realize sempre cultos domésticos. Este recurso é considerado impopular atualmente. Infelizmente, foi constatado que 90% dos lares evangélicos não realizam o culto doméstico, e a maioria dos novos convertidos nem sequer ouviram falar algo a respeito. O culto doméstico é um excelente caminho para a estabilidade do lar.

Diante dos fatos, torna-se impossível secundarizar os males que tem solapado os lares. Em 2010, uma tragédia abateu-se sobre o Japão sob a forma de um tsunami. Fazendo uma analogia, as famílias de nossa sociedade atual têm sido atingidas em todas as áreas: social, moral, emocional e espiritual. Por conseguinte, devemos viver sob a égide da Palavra de Deus, sem esquecer as sábias palavras do apóstolo João registradas em sua epístola (1 João 2.17) “o mundo passa e as suas concupiscências, mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre”.

por Celso Rodrigues da Silva

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