O sofrimento de Jesus e a salvação da humanidade

O sofrimento de Jesus e a salvação da humanidade

Os escritores dos Evangelhos tiveram o cuidado de elencar as atividades de Jesus, de Seus discípulos e demais personagens que, de forma voluntária ou não, aparecem nas páginas das Sagradas Escrituras, e um desses personagens é Judas Iscariotes, o homem que traiu o Filho de Deus em troca de 30 moedas de prata oferecidas pelos fariseus. Judas foi contado como um dos 12 apóstolos que seguiram o Messias em Seu ministério terreno e teve a chance de observar o seu Mestre, ouvir Seus ensinos e participar de Suas realizações. Apesar disso, aquele homem não teve escrúpulos de entregar aos inimigos o meigo Jesus que o havia acolhido para fazer parte do Reino de Deus.

Em Lucas 22.3, o autor do Evangelho retrata bem a atividade sinistra de Judas Iscariotes, que arquitetou o plano para entregar o seu Mestre aos líderes religiosos, apesar de Jesus jamais ter deixado de considerar o discípulo como “amigo” (Mateus 26.50). Judas planejou tudo para a prisão do Nazareno. Apesar disso, o Senhor jamais o hostilizou e sempre o tratou com o mesmo amor dedicado aos demais discípulos.

Prezado leitor, preste atenção: Jesus estava para ser traído por Judas, Seu amigo, que compartilhava o alimento com o Senhor, e teve a oportunidade de comer no mesmo prato (Mateus 26.23); por outro lado, os discípulos concentraram as suas atenções nas suas divergências acerca do Reino dos Céus e de uma maneira bem questionável: os circunstantes discutiam entre si acerca de quem seria o maior (Lucas 22.24). Naquele contexto, Jesus sofria uma terrível agonia e lá estavam os apóstolos em disputa acerca de posição. Aqueles homens estavam tão envolvidos com seus interesses que não observaram o estado de ânimo do Senhor naquele momento crucial. Os Seus amigos não estavam preocupados com o que se passava com Jesus, que sofria pelo fato de um de Seus cooperadores deixar-se levar pelo Maligno e consumar um ato terrível. O Senhor sente a traição em Sua alma.

Já no Monte das Oliveiras, o Salvador clama a Deus em agonia e o evangelista Lucas registra que grandes gotas de sangue escorriam pelo corpo do Mestre caindo ao chão (v. 44). Apesar disso, os discípulos O ignoraram e foram dormir (v. 45).

O Filho de Deus estava no Getsêmani e clamava: “Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres” (Mateus 26.39). A angústia de Jesus era muito grande pelo fato de saber a magnitude de Seu sofrimento. Logo depois, o Messias é detido pelos guardas do Templo. Nesse momento, os discípulos O abandonaram. Já em poder de Seus captores, Ele foi objeto da zombaria de homens cruéis que O feriram e, mais tarde, colocaram uma coroa de espinhos em Sua cabeça. Jesus foi condenado à morte após um julgamento tendencioso conduzido pelo governador romano Pôncio Pilatos.

Os sofrimentos que já relatamos acima foram sofrimentos físicos; contudo, Seus sofrimentos transcenderam o abalo em Seu corpo. Os percalços relatados sangraram a Sua alma também. Digo também: não foi apenas a atitude infame de Judas que decepcionou; os demais também decepcionaram ao empreenderem fuga no momento em que Jesus mais precisou deles. 

Os discípulos cantaram com Cristo hinos de adoração a Deus. Naqueles tempos, os judeus cantavam nessa ocasião os Salmos 114, 118 e 136. O hino 114 lembrava as maravilhas operadas por Deus no Êxodo, o 118 relata a segurança encontrada no Senhor e o 136 lembra a misericórdia divina, que é mais profunda que o nosso entendimento. 

Prezado leitor, essa palavra é dirigida a você, que possivelmente tem experimentado uma perda significativa e está com a alma sangrando. Jesus foi traído por um de Seus seguidores e, mais tarde, sofreu terrivelmente nas mãos de Seus inimigos. A sua alma sangra neste momento? Eu tenho algo para destacar: Jesus cravou todo esse sofrimento na cruz do Calvário. Em Seu último suspiro, o Senhor exclamou: “Está consumado” (João 19.30). As decepções, os sofrimentos, as perseguições, as bofetadas, Ele cravou na cruz do Calvário. No momento em que o Nazareno exclamou “Pai perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lucas 23.34), naquele instante, Jesus cravou na cruz todo o seu sofrimento e decepção, e ao terceiro dia o Messias ressuscitou sem mágoa ou sofrimento algum outrora produzido ao longo de Seu sofrimento para salvar toda a humanidade. 

por José Wellington Costa Junior

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