Comprometidos com a verdade

Comprometidos com a verdade

O evangelista Lucas, ao escrever o seu evangelho, dirigiu-se a Teófilo com o propósito de lhe mostrar as verdades dos fatos sobre Jesus desde o Seu nascimento até o Seu retorno aos céus após Sua ressurreição. Lucas não afirma ter sido uma testemunha ocular da vida de Jesus, mas assegura ter investigado cuidadosamente os fatos entre aqueles que presenciaram tudo desde o princípio. A partir dessa investigação, resolveu fazer um registro detalhado destes fatos e encaminhá-lo a Teófilo para que este pudesse “conhecer plenamente a verdade”.

Há dois aspectos fundamentais da atitude de Lucas que devem ser observados: primeiro, sua investigação sobre a verdade. O evangelista, por não ser uma testemunha ocular, resolveu investigar os fatos. A verdade, antes de ser aceita como verdade, precisa ser sempre conhecida com clareza. O segundo aspecto importante da sua atitude foi a necessidade de esclarecer a verdade. Quando temos convicção da verdade, devemos testemunhá-la.

Quantas vezes acreditamos em coisas que aprendemos e mais tarde descobrimos ser bem diferente daquilo que pensávamos. Quantas vezes a “ciência” mostrou por meio de estudos e experimentos “científicos” que certas coisas eram de uma determinada forma, porém, anos depois, novas descobertas provaram o contrário. O que é a verdade e como descobri-la? Esta talvez seja uma das questões que mais incomodam os seres humanos desde o início da sua história.

O que é a verdade

Desde os primórdios, o homem vem buscando encontrar respostas sobre o que é a verdade. No Mundo Antigo, buscava-se compreender a verdade a partir da mitologia. Tudo era explicado através de mitos. O mito era uma narrativa que procurava explicar os principais acontecimentos da vida, os fenômenos naturais, as origens do mundo e do homem por meio de deuses, semideuses e heróis (todos eles, na mitologia, são criaturas sobrenaturais). Na Idade Média, a verdade passou a ser sinônimo de fé. A Igreja Católica detinha o conhecimento e obrigava as pessoas a aceitarem os seus princípios com resignação. Copérnico, por exemplo, temia ser morto por discordar da Teoria do Geocentrismo – esta teoria, defendida pela Igreja Católica, afirmava ser a terra o centro do universo. Na Idade Moderna, a ciência passou a ser o meio usado pelo homem para explicar a verdade, porém a ciência também não foi capaz de dar as respostas que o homem precisava, de modo que, na Idade Contemporânea, um grande vazio existencial passou a incomodar o ser humano. Se a resposta não está na mitologia, na fé ou na ciência, onde está a verdade?

Outro meio usado pelo homem para descobrir a verdade tem sido a Filosofia. A Filosofia tenta compreender a verdade a partir da Metafísica, da Lógica e da Epistemologia. A Metafísica se ocupa da natureza da verdade. A Lógica se ocupa da preservação da verdade. A Epistemologia se ocupa do conhecimento da verdade. Nem mesmo a Filosofia, com toda a sua pretensão, tem sido capaz de explicar a verdade. Todas as buscas do homem têm se tornado em vão. Nada é capaz de preencher o seu vazio existencial e responder àquilo que ele mais precisa: o que é a verdade?

A verdade que precisamos crer

A verdade que o homem precisa está apenas em uma única pessoa: Jesus. Nietzsche (filósofo) afirmava que a verdade é apenas um ponto de vista. Ele não a definia nem aceitava a sua definição, porque dizia que não se pode alcançar uma certeza sobre isso. Contrariando o pensamento de cientistas e filósofos, Jesus respondeu há dois mil anos o que toda humanidade precisava saber – a verdade, ao afirmar: “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, senão por mim” (João 14.6). Pronto, o mistério foi desvendando! Agora podemos ser conhecedores da verdade. Cristo afirmou enfaticamente: “E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (João 8.32). Ele é a verdade que o mundo precisa conhecer. NEle estão todas as respostas que necessitamos desde a criação do mundo até o futuro da raça humana. Ele é o Verbo divino que, junto ao Pai, deu origem ao universo e a tudo que existe sobre os céus e embaixo na terra (João 1.1-5).

A verdade de Cristo é revelada a todos aqueles que se predispuserem a servir-lhe fielmente. Jesus, certa vez, ao explicar aos discípulos o significado das Suas parábolas, exclamou: “Porque a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas a eles não lhes é dado” (Mateus 13.11). Infelizmente, muitas pessoas ainda permeiam na dúvida porque não se aproximam de Cristo.

A verdade de Cristo está nas Escrituras Sagradas. O apóstolo Paulo ratifica isto ao admoestar a Timóteo: “Procura apresentar-te diante de Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (2 Timóteo 2.15). O próprio Jesus fez menção da Palavra de Deus como a verdade: “Santifica-os na verdade, a tua palavra é a verdade” (João 17.17). Os ensinamentos de Cristo foram reconhecidos como verdade (Lucas 20.21).

O compromisso com a verdade

Conhecer a verdade não é o suficiente. Precisamos estar comprometidos com ela. De nada adianta ser conhecedor do Código Civil e do Código Penal Brasileiro se nos tornarmos transgressores das leis. O conhecimento não impedirá as penalidades. Do mesmo modo, se conhecemos a verdade de Cristo e não a praticarmos, perecemos.

Precisamos estar comprometidos em guardar a Palavra de Deus. Ao estabelecer as leis no universo moral, o Senhor não teve a intenção ou o capricho pessoal de privar o homem de qualquer bem, mas, de acordo com o Seu caráter, atribuiu-lhe uma ação benévola. Assim como a locomotiva precisa de trilhos para se locomover, Deus procurou dar uma direção para a vida do homem. A verdade da Palavra de Deus é o roteiro dessa direção que deve ser seguida. Por isso se faz necessário guardá-la com todo coração e com toda alma (Salmos 119.11). Quem se compromete com a verdade procura vivê-la. Andar fora da direção de Deus é como uma locomotiva fora dos trilhos. A locomotiva é livre para correr o roteiro que lhe foi traçado. Ela consegue carregar inúmeros vagões carregados de toneladas de grãos. Mas, de que serviria tanta força fora dos trilhos? Torna-se num trambolho inútil, que precisa ser carregado por guindastes até uma oficina para conserto. Às vezes, não serve mais! É como o homem que se esqueceu de observar a verdade da Palavra de Deus e parte para a Eternidade sem Deus.

Cristo espera que não só conheçamos a verdade, mas que, sobretudo, vivamos comprometidos com esta verdade e a anunciemos a fim de que todos cheguem ao seu pleno conhecimento (1 Timóteo 2.4). É impossível alguém que recebeu de graça a verdade de Cristo manter-se de boca fechada. Cumpramos o que Jesus ensinou: “De graça recebestes, de graça dai” (Mateus 10.8). Anunciemos a verdade de Cristo! Deus nos pôs como atalaias. Devemos cumprir a nossa missão e usufruir desse grande privilégio.

por Jamiel de Oliveira Lopes

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