Terremoto mata dezenas de milhares

Terremoto mata dezenas de milhares

Cristãos na Turquia socorrem vítimas da destruição nos dois países

Até o fechamento desta edição, mais de 23 mil pessoas haviam morrido em decorrência de um terremoto de grande magnitude — 7,8 graus na Escala de Richter — ocorrido no dia 6 de fevereiro no sul da Turquia e noroeste da Síria, seguido de mais de 70 réplicas até o dia 8 de fevereiro, tornando esse tremor, em número de vítimas, o sexto maior neste século, mas com potencial de subir ainda nesse ranking global, já que as autoridades falavam que o número de mortos poderia ser, ao final, de quase 100 mil. Este é mais um sinal da proximidade da Segunda Vinda de Jesus, uma vez que o Senhor Jesus Cristo falou em seu Sermão Profético que um dos sinais da Sua Vinda seria a ocorrência de “grandes terremotos (...) em vários lugares” (Lucas 21.11).

A contagem total de mortos considera a estatística dos dois países. As informações sobre os números de mortos foram compiladas por ambos os governos e por grupos de resgate. O fenômeno sísmico ocorreu mais precisamente no povoado de Kahramanmaras, no sudoeste da Turquia, próximo a fronteira com a Síria. O raio de alcance foi de 250 quilômetros, por isso, centenas de municípios e cidades dos dois países sentiram fortemente o abalo. O epicentro ocorreu a 10 quilômetros da superfície — profundidade considerada baixa e explica, em parte, a magnitude da destruição provocada.

A organização cristã internacional Portas Abertas noticiou o relato de uma testemunha na Síria: “O terremoto afetou muitas cidades na Síria, como Alepo, Latakia, Tartus, Homs e Hama. Foi assustador. Eu moro em um apartamento e agradeço a Deus, pois o edifício não foi destruído”. A testemunha acrescentou que o líder da igreja local acabou preso nos escombros em Alepo além de confirmar a destruição de 43 edifícios. Circularam relatos de que os prédios na cidade de Latakia também foram danificados. “Não sabemos ainda quantos parceiros da nossa organização foram impactados na Síria. Estamos observando a situação para compartilhar as atualizações”, disse a organização.

Outro testemunho enviado a Portas Abertas foi de uma missionária peruana radicada na Turquia. Ela reforçou a necessidade da intercessão junto a Deus pela nação asiática: “Faço parte da equipe na Turquia e estamos bem, graças a Deus. Existem áreas onde o terremoto foi muito forte. Nós estamos em oração, uma vez que muitos cristãos turcos perderam familiares. Crianças estão desamparadas, pois muitas famílias ainda estão sob os escombros. Deus os abençoe e vamos nos unir. Sim, porque todas as nações pertencem ao Senhor. Estamos em intercessão e peço a você que faça o mesmo”.

A comunidade cristã dos locais afetados foi um dos primeiros grupos a atender a demanda causada pela catástrofe na Turquia e na Síria. “Deus tenha misericórdia de nós, Cristo tenha misericórdia”, lamentou Gokhan Talas, fundador do ministério evangélico Miras Publishing em Istambul. “Esta é a nossa única reflexão espiritual agora”, enfatizou.

O líder evangélico disse que seu primeiro instinto foi comparecer aos locais afetados, porém, ao tomar conhecimento de nevascas profundas e estradas com retenções através de relatórios, ele mudou de marcha. Sua esposa, então, atravessou a noite em ligações telefônicas para os crentes em Malatya, no intuito de coordenar a ajuda. O casal, juntamente com membros de sua igreja e de outras congregações protestantes em toda a Turquia, adquiriram cobertores, remédios e fraldas para bebês e enviaram às áreas afetadas.

“Deste lado da eternidade, nada está claro”, disse Talas. “Mas nosso doce Senhor está sofrendo conosco”, completou. O líder turco fez um alerta quanto à atividade de aproveitadores da generosidade das pessoas, incluindo na generosidade a pequena comunidade evangélica turca, formada por cerca de 10 mil crentes. A comunidade recebe os próprios suprimentos através da ONG Ä°lk Umut DerneÄŸi (em inglês, First Hope Association — FHA), uma entidade protestante turca que colabora com o Crescente Vermelho local e a Autoridade de Gestão de Emergências e Desastres da Turquia (AFAD). Por sua vez, as autoridades anunciaram que mais de 5 mil prédios foram destruídos pelo terremoto de magnitude 7,8. Foram mobilizadas mais de 13 mil equipes de busca e salvamento, que forneceram 41 mil tendas, 100 mil camas e 300 mil cobertores. Até o final desta edição, foram computados cerca de 8 mil resgatados. Entre os resgatados está o pastor Mehmet e sua esposa Deniz em Malatya, que são amigos de Talas e atravessaram metade de um dia sob os escombros, sob intenso frio, sendo salvos pela ação dos vizinhos.

Terremoto mata dezenas de milhares

“A FHA iniciou seus trabalhos em 2014 a fim de ajudar as vítimas da inundação de refugiados da Síria. A instituição trabalha em conjunto com a Associação de Igrejas Protestantes”, disse Demokan Kileci, presidente do conselho da FHA. O ativista transportou os primeiros lotes de ajuda em um veículo 4x4, levando 14 horas no volante por 440 milhas a sudeste de sua casa em Ancara, capital turca, até Gaziantep, a 32 quilômetros ao sul do epicentro. Kileci levou o dobro do tempo padrão para chegar ao seu destino. O ativista deixou no local uma das cinco unidades móveis de higiene da FHA e uma padaria móvel. Outras duas foram encaminhadas para Antakya, a antiga Antioquia bíblica, e uma quarta para Kahramanmaras, local onde houve um tremor secundário de magnitude 7,5.

As notícias vindas da Síria também são desalentadoras: o padre ortodoxo grego Emad Daher foi vítima do desabamento da catedral melquita em Aleppo. O arcebispo emérito Jean-Clement Jeanbart acabou sendo hospitalizado. Toda a base da igreja presbiteriana em Aleppo mudou com os tremores na cidade. “As crianças gritavam, as mulheres choravam e os homens não conseguiam tomar decisões. Ninguém sabia o que fazer”, disse o pastor Ibrahim Nseir. O líder presbiteriano saiu às ruas para alertar às pessoas para voltarem aos seus lares por medida de segurança. Apesar disso, em poucos minutos veio abaixo um prédio de apartamentos, resultando em terror para as multidões, que buscaram abrigo nos parques públicos. Diante de um quadro de dor e destruição, o pastor sírio abriu a escola evangélica afiliada à igreja para receber os sem-teto e as pessoas temerosas de que suas casas viessem a desabar em seguida. O abastecimento de comida e água foi garantido pelos anciãos, professores da escola dominical e líderes do ministério feminino. A maior parte dos fiéis de sua igreja reside agora lá dentro. “Não sei se tenho sentimentos, não tenho tempo para sentimentos. Há tanto trauma, os desafios são enormes e a igreja deve ajudar”, disse pastor Nseir.

Compartilhe este artigo. Obrigado.

Comentário

Seu comentário é muito importante

Postagem Anterior Próxima Postagem