A operação do Espírito Santo na perspectiva pentecostal (parte 2)

A operação do Espírito Santo na perspectiva pentecostal (parte 2)
A sobrenatural operação do Espírito não foi uma criatividade dos apóstolos após a ascensão do Senhor para o céu, mas é uma determinante na perspectiva do próprio Jesus que os havia dito que ficassem em Jerusalém, “até que do alto fossem revestidos de poder”, ou mais precisamente, “revestidos do poder do alto” (Lucas 24.49 – VKJ), tendo na ocasião restado para eles duas opções: desconsiderarem as palavras ouvidas, ou atenderem a suprema determinação, o que ensejou, pela obediência dos quase cento e vinte irmãos, o cumprimento da promessa conforme foi enunciada pelo profeta Joel, e todos foram cheios do Espírito Santo, o que desde então acontece quando os crentes, com fé e perseverança, buscam esse poder, crendo que o Senhor Jesus afirmou: “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo que há de vir sobre vós” (Atos 1.8a).

Que seria da igreja, desde o início de sua história, se não fosse o batismo com o Espírito Santo? Imaginamos que não teria acontecido o ímpeto missionário que revolucionou as nações onde chegaram os primeiros pentecostais, a começar de Jerusalém, e na ocasião poucos teriam se interessado pela evangelização, pregando de forma anêmica, medrosa e mecânica, sem maiores incentivos para cumprirem a missão determinada por Jesus. Outrossim, os mensageiros do evangelho, a contar dos apóstolos, não teriam se empenhado da forma impactante como aconteceu, tampouco o apóstolo Paulo teria registrado na carta aos Colossenses, por ele escrita no ano 60 d.C, que esse evangelho havia frutificado em todo o mundo, “já tendo sido pregado a toda criatura que há debaixo do céu” (Colossenses 1.6 e 23). Não houvesse ocorrido o derramamento do Espírito Santo, certamente que os cristãos do primeiro século teriam se organizado apenas como um grupo de crentes formais, desestimulados, sem iniciativas e, de certa forma, omitido o “ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda a criatura”.

As verdades pentecostais resultantes do derramamento do Espírito Santo são inegáveis e não devem ser desprezadas ou subestimadas, a exemplo do que aconteceu com as igrejas no período primitivo quanto recente, que num lapso de tempo foram poderosas e operosas e depois se acomodaram como congregações decadentes, mergulhadas na formalidade, algumas se tornando denominações históricas, mantendo o ajuntamento de crentes acostumados com eventos especiais e cultos espiritualmente frios, por vias de consequência, transformadas em igrejas desinteressadas pelo avanço do evangelho a ser pregado a toda criatura, desconsiderando dessa forma o que escreveu o apóstolo Paulo aos Romanos: “Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele que não ouviram? E como ouvirão se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam a paz, dos que anunciam coisas boas! (Romanos 10.13-15).

Numa igreja genuinamente avivada os crentes são estimulados a cumprirem a grande comissão determinada por Jesus, desenvolvendo a obra da evangelização na dimensão de sua capacidade missionária, do contrário, convenhamos, sem esse revestimento patrocinado pelo batismo no Espírito Santo, a congregação apenas acomoda um aglomerado de cristãos superficiais, teóricos, espiritualmente desanimados, socialmente festeiros e despreocupados com as almas perdidas, vivendo um tipo de cristianismo sem motivações, o que nos faz entender o que ocasionou o apóstolo Paulo exortar a igreja em Éfeso, antes tão avivada e evangelizadora: “Desperta tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos, e Cristo e esclarecerá” (Efésios 5.14), posteriormente essa mesma igreja foi surpreendentemente censurada pelo próprio Senhor Jesus com a dura reprimenda: “tenho contra ti que deixaste o teu primeiro amor. Lembra-te pois, de onde caíste, arrepende-te e pratica as primeiras obras” (Apocalipse 2.4,5).

O derramamento do Espírito no dia de Pentecostes continua abundante e quantos buscarem esse batismo serão correspondidos, pois é propósito de Deus que os crentes sejam revestidos desse poder como testemunhas eloquentes do Seu Filho, pregando o evangelho com autoridade e confirmados com os sinais que os seguirão (Marcos 16.20), identificados com o testemunho do apóstolo Paulo: “A minha palavra e a minha pregação não constituíram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do Espírito e de poder” (1 Coríntios 2.4). Admitimos, portanto, que os crentes alheios ao batismo no Espírito Santo são desprovidos do impacto espiritual causado por esse poder e, quando ocorre um momento de efusão do Espírito durante um culto, não sentem ardor nos corações nem reagem ao glamour espiritual que invade o ambiente, permanecendo como meros assistentes entre os demais, despidos do sentimento de que o culto é uma ocasião de reverência, devoção e glorificação a Deus. Esses, portanto, são potenciais contribuintes para o esfriamento espiritual de uma igreja.

Jesus vem breve e, enquanto isso não ocorrer, nós, que O aguardamos, sejamos crentes cheios do Espírito Santo, vivenciando e testificando da experiência pessoal desse glorioso batismo, ao mesmo tempo orando para que esse poder se manifeste continuamente nas nossas igrejas, pois cremos, como nunca, que estamos vivendo um tempo no qual se faz necessário que o Espírito Santo desperte uma geração de crentes neste presente século, promovendo um grande avivamento que possa quebrantar e aquecer os corações e, dessa forma, com lágrimas e compaixão pelas almas, possam cumprir o “ide e pregai o evangelho a toda criatura”, pois se faltarem crentes pentecostais e a evangelização se tornar uma teoria ou uma eventualidade, Deus fará cumprir, de alguma maneira, as palavras proferidas por João Batista: “Não presumais de vós mesmos, dizendo: Temos por pai a Abraão; porque eu vos digo que mesmo destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão” (Mateus 3.9). Convém lembrar as palavras do saudoso pastor Elizeu Queiroz de Souza, em artigo publicado no Mensageiro da paz de 15 de maio de 1962: “Uma igreja que não tem e não busca o poder do Espírito Santo está fadada à derrota e torna-se uma igreja morta, pois é Ele quem dá vida abundante aos crentes. O Dia de Pentecostes é um dia memorável, especialmente para nós, que até nos foi dado o nome de pentecostais. Que formoso nome! Que belo significado ele tem! Que magnífica memória ele evoca! Sejamos, pois, e continuemos a ser pentecostais”.

Amados, o Senhor Jesus sempre respondeu e responderá a todos os que creem e suplicam pelo batismo no Espírito Santo, cujo acontecimento, no Dia de Pentecostes, não foi um acaso histórico ou um acontecimento acidental, mas o cumprimento de uma promessa proclamada pelo profeta Joel (Joel 2.28,29), que está vigente e permanece disposta aos que buscam, como Ele mesmo afirmou: “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á. Porque aquele que pede recebe; e o que busca encontra; e ao que bate, se abre” (Mateus 7.7,8). Consideremos, portanto, o que diz as Escrituras: “Então, me invocareis, e ireis, e orareis a mim, e eu os ouvirei. E buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração” (Jeremias 29.12,13). Credes vós nisso?

por Kemuel Sotero Pinheiro

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