Quem são os sete espíritos descritos em Apocalipse 1.4?

Quem são os sete espíritos descritos em Apocalipse 1.4?

“João, às sete igrejas que estão na Ásia: Graça e paz seja convosco da parte daquele que é, e que era, e que há de vir, e da dos sete espíritos que estão diante do seu trono”.

São várias as interpretações da expressão “sete espíritos” no versículo acima. Algumas versões evitam a caixa alta em “espíritos” pelo fato de o Espírito Santo ser Um, singular, e não plural. O plural indica o aspecto sétuplo das operações do Espírito, conforme descreve Isaías 11.4: “O Espírito do Senhor repousará sobre ele, o espírito de sabedoria e de entendimento; o espírito de conselho e de fortaleza; o espírito de conhecimento e de temor do Senhor”. Usei aqui a versão “Almeida Século 21” – de cuja revisão tomei parte – para mostrar que o Espírito Santo, como “o Espírito do Senhor”, está presente no início do versículo com inicial maiúscula, enquanto na sequência a palavra “espírito” vem sempre com minúscula, indicando apenas as qualificações ideais do Governo do Messias.

Temos, então, no texto de Isaías, no v. 2, o Messias cheio do Espírito de Deus. Nos vv. 3 e 4, temos um perfeito ministério da justiça: “E deleitar-se-á no temor do Senhor e não julgará segundo a vista dos seus olhos, nem repreenderá segundo o ouvir dos seus ouvidos; mas julgará com justiça os pobres, e repreenderá com equidade os mansos da terra, e ferirá a terra com a vara de sua boca, e com o sopro dos seus lábios matará o ímpio. E a justiça será o cinto dos seus lombos, e a verdade, o cinto dos seus rins”. Nos vv. 6-8, o governo messiânico transforma a terra num paraíso: “E morará o lobo com o cordeiro, e o leopardo com o cabrito se deitará, e o bezerro, e o filho de leão, e a nédia ovelha viverão juntos, e um menino pequeno os guiará. A vaca e a ursa pastarão juntas, e seus filhos juntos se deitarão; e o leão comerá palha como o boi. E brincará a criança de peito sobre a toca da áspide, e o já desmamado meterá a mão na cova do basilisco”. E no v. 9, alcança-se o objetivo supremo do governo messiânico, que é o conhecimento pessoal de Deus: “Não se fará mal nem dano algum em todo o monte da minha santidade, porque a terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar”.

A nota de rodapé da NVT (Nova Versão Transformadora) revela que alguns acham que os sete espíritos poderiam ser sete anjos, mas a mesma nota se apressa em refutar essa interpretação, pois a frase está situada entre as referências a Deus, o Pai (1,4), e a Deus, o Filho (1.5), fazendo dessa passagem uma descrição da Trindade.

O número sete, além de ser o indicativo da perfeição do Espírito Santo, é também a garantia de que a Bíblia não é produto da mente humana, mas uma emanação  da  mente  de  Deus.  Por  volta  de  1890,  Ivan  Panin,  de  nacionalidade russa e professor universitário nos EUA, embora fosse ateu, esporadicamente lia a Bíblia nas línguas originais a fim de manter-se atualizado no grego e hebraico. Numa de suas leituras, casualmente começou a somar os valores numéricos das letras do  alfabeto grego e percebeu algo que chamou a sua atenção: todo o texto estava baseado no número sete e seus múltiplos. Ele foi para o hebraico e percebeu o mesmo critério. Juntamente com outros dois professores, preencheram eles milhares de folhas de cálculo. A Bíblia toda mantinha tais características. Mais tarde, escreveu Panin: “Devemos assumir que um Poder maior do que o homem guiou os escritores bíblicos de tal maneira, quer soubessem quer não, que eles fizeram exatamente o que o Grande Deus os inspirou a fazê-lo”.

Por Abraão de Almeida.

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