Achados se avolumam em terras bíblicas

Achados se avolumam em terras bíblicas

Descobertas apontam para Tabernáculo em Siló, Reino de Judá e cananeus

O site de notícias Christian Post anunciou que arqueólogos ligados ao Kinneret Academic College, em Israel, e ao Nyack College, em Nova York (EUA), afirmam ter descoberto a região onde estava a cidade e a casa de Pedro e André, os primeiros apóstolos de Cristo. O anúncio aconteceu em El-Araj, na costa norte do Mar da Galileia, em Israel, pela equipe liderada pelos professores Mordechai Aviam e Steven Notley. Os arqueólogos encontraram um mosaico com inscrições em grego nas ruínas de uma basílica (conhecida por “Igreja dos Apóstolos”) descoberta em 2019 e que poderia comprovar o local onde os apóstolos moraram, por acreditarem que o prédio da Era Bizantina tenha sido construído sobre a casa deles. A inscrição foi traduzida pelo professor Leah Di Segni, da Universidade Hebraica, e pelo professor Yaakov Ashkenazi, do Kinneret College.

“Esta descoberta é nosso indicador mais forte de que Pedro tinha uma associação especial com o local em que seria construída a basílica, que provavelmente foi dedicada a ele. Como a tradição cristã bizantina rotineiramente identificava a casa de Pedro em Betsaida, e não em Cafarnaum, como se pensa hoje, parece provável que a basílica comemora sua casa”, disse o professor Notley.

Siló, o local do Tabernáculo

Outra  descoberta  relevante  aconteceu  no  mês  de  junho  por arqueólogos que trabalhavam em Tel Shiloh (Siló), local onde funcionava o Tabernáculo e que foi transformado em importante centro religioso israelita (Juízes 18.31). Os arqueólogos descobriram os restos de um portão nas escavações na antiga cidade bíblica. A equipe de arqueólogos é liagada a Associates for Biblical Research (ABR). Em entrevista concedida ao site All Israel News, o diretor das escavações, Scott Stripling, explicou a relevância da descoberta. “O achado é importante porque o sumo sacerdote Eli morreu no portão de Siló. Descobrimos o que pensamos ser o portão mencionado em 1 Samuel 4.18”, explicou Stripling.

Papiro raro: “Carta a Ismael”

Foi repatriada para Israel no mês de setembro uma carta de papiro dos tempos do Primeiro Templo. A operação foi possível graças aos esforços do chefe da Unidade de Prevenção de Furtos da Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA, sigla em inglês), Dr. Eitan Klein, que se deslocou até Montana, nos Estados Unidos, a fim de ter a raridade de volta a seu lugar. O especialista disse que “o material de 4 centímetros de altura e 5 centímetros de largura une dois outros fragmentos de papiro contemporâneos conhecidos com inscrição em hebraico primitivo na Terra de Israel até hoje. Ela é composta por quatro linhas fragmentadas, a primeira das quais começa com o seguinte texto: ‘Para Ismael, envie...’”. 

A análise epigráfica dá conta de que a datação por carbono de um pequeno pedaço do papiro é do final do sétimo ou início do sexto século a.C., já no crepúsculo do Reino de Judá. A busca pelo “Papiro de Ismael” teve início após a morte da principal epigrafista, Dra. Ada Yardeni, em junho de 2018. Coube ao professor Shmuel Ahituv, vencedor do Prêmio Israel da Universidade Ben-Gurion, completar o projeto final de Yardeni – um livro sobre escritas hebraicas que remontam ao Primeiro Templo.

O professor Ahituv analisou os papéis e observou a imagem de um papiro desconhecido, sem nenhum tipo de identificação ou proveniência. Em entrevista ao site The Times of Israel, o Dr. Klein disse que, após o telefonema de Ahituv, ele animou-se com a possibilidade de um terceiro papiro do mesmo período. Munido das informações, o estudioso viajou para conversar com uma das filhas de Yardeni. Elas examinaram seus registros e, ao vasculhar seu computador e e-mail, localizaram o papiro em um anexo de um e-mail do professor Bruce Zuckerman, da Universidade do Sul da Califórnia, que, por sua vez, localizou o filho do proprietário original do fragmento de papiro. A raridade foi comprada ou doada à mãe da moradora de Montana quando ela visitou Israel em 1965 como parte de uma missão cristã dos Estados Unidos.

O professor Ahituv revelou tratar-se de uma mensagem para alguém chamado Ismael, e que aparentemente lista itens para enviar e não enviar. “O nome Ismael mencionado no documento era um nome comum no período bíblico, significando ‘Deus ouvirá’”, explica Ahituv. Ele lembra que o personagem mais conhecido a receber este nome foi o filho de Abraão e Agar, mas ele é também utilizado por outras pessoas na Bíblia. O nome também aparece gravado em selos de argila chamados bullae e que eram utilizados   para correspondência.

Achados marfins citados nos Livros de Reis e Amós

A Autoridade de Antiguidades de Israel divulgou que foram descobertos cerca de 1,5 mil fragmentos de marfim nas escavações no estacionamento   da Cidade de Davi durante uma peneira no Parque Nacional Emek Tzurim, nas proximidades. Os materiais formavam um conjunto de placas de marfim que remontam à época do Primeiro Templo e são consideradas um dos materiais mais luxuosos daqueles tempos — ainda mais preciosos do que o ouro. Estes são os primeiros artefatos de marfim do período do Primeiro Templo descobertos em Jerusalém.

A Palavra de Deus faz referência ao marfim por diversas vezes, geralmente em conexão à exuberância (1 Reis 10.18; 22.39; e Amós 6.4). Os arqueólogos estimam que as peças eram utilizadas em móveis de madeira de um edifício destruído por um incêndio em Jerusalém, provavelmente na conquista da cidade pelos babilônios em 586 a.C. “No local, provavelmente moravam pessoas de posses e influência, isto é, altos funcionários do governo ou sacerdotes; os marfins foram descobertos esmagados em pequenos pedaços e queimados”, explicou o Dr. Yuval Gadot, da Universidade de Tel Aviv em Israel.

Turismo nas escavações

Quem pretende visitar a Terra Santa em abril de 2023 pode aproveitar um novo pacote turístico chamado Unearth the Land of the Bible (“Desenterrar a Terra da Bíblia”), que consiste em abrir oportunidade para o público cristão participar da história de Israel em escavações arqueológicas por todo o país. As autoridades disseram que a agenda estará aberta do dia 17 ao 27 de abril e os visitantes terão acesso à exploração de patrimônios, sítios naturais e escavações conduzidas por arqueólogos. Segundo a rede de televisão cristã God TV, o projeto será lançado antes do 75º aniversário do Estado de Israel de modo a oferecer aos visitantes a chance de desfrutar das comemorações do Dia da Independência do país.

“Nossa maravilhosa história nesta terra atrai muitos turistas, pessoas que amam Israel, que querem descobrir com suas próprias mãos os tesouros escondidos que temos aqui”, disse o ministro do Turismo israelense Yoel Razvozov.

Cananeus usavam ópio

Arqueólogos israelenses anunciaram no dia 20 de setembro a descoberta de resíduos de ópio mantidos em peças de cerâmica de 3,5 mil anos. O achado embasa a teoria de que os antigos cananeus faziam uso da droga nos rituais funerários. A pesquisa em conjunto da Autoridade de Antiguidades de Israel e do Instituto Weizmann de Ciências teve início em 2012 nas escavações na cidade de Yehud, que revelaram uma série de tumbas da Idade do Bronze. Os pesquisadores disseram ter encontrado recipientes de cerâmica que se assemelhavam às flores da papoula-dormideira que dá origem ao ópio  de 3,5 mil anos. 

“É provável que esses recipientes eram colocados nas tumbas para cerimoniais, os ritos e rituais realizados pelos vivos para seus familiares mortos. Os membros da família ou um sacerdote em seu nome tentavam convocar o espírito de seus familiares mortos e, para isso, entrava em um estado de êxtase através do uso do ópio”, declarou Ron Be’eri, arqueólogo da Autoridade de Antiguidades.

Compartilhe este artigo com seus amigos.

Comentário

Seu comentário é muito importante

Postagem Anterior Próxima Postagem