Visão bíblica e templos em declínio nos EUA

Visão bíblica e templos em declínio nos EUA

Maioria dos cristãos norte-americanos não tem cosmovisão bíblica

Um estudo publicado no início de setembro pelo Centro de Pesquisa Cultural da Universidade Cristã do Arizona revelou dados extremamente preocupantes sobre a profissão de fé dos cristãos norte-americanos (protestantes e católicos). Por exemplo, segundo o levantamento, 58% das pessoas que se identificam como cristãs acreditam que o Espírito Santo não é um ser vivo real, mas apenas um símbolo do poder, presença ou pureza de Deus.

Outro dado surpreendente é que não obstante 176 milhões de adultos norte-americanos se identifiquem como cristãos (protestantes e católicos), apenas 15 milhões ou 6% deles realmente têm uma cosmovisão 100% bíblica.

George Barna, o pesquisador-chefe do Centro de Pesquisa Cultural da Universidade Cristã do Arizona, diz que o termo “cristão”, nos EUA, se tornou, na prática, “um tanto genérico, em vez de ser um nome que reflete um profundo compromisso de buscar apaixonadamente ser como Jesus Cristo”.

“Muito frequentemente, ao que parece, pessoas que são simplesmente religiosas, ou frequentadores regulares da igreja, ou talvez pessoas que desejam uma certa reputação ou imagem, adotam o rótulo de ‘cristão’, independentemente de sua vida espiritual e intenções”, diz Barna. “Os resultados dessa pesquisa demonstram claramente o quão cuidadoso você deve ser ao interpretar os dados associados a um determinado segmento de pessoas que são rotuladas como cristãs”, diz ele, acrescentando em seguida: “As pesquisas políticas, em particular, podem enganar as pessoas quanto às opiniões e preferências dos verdadeiros seguidores de Cristo, simplesmente com base em como essas pesquisas medem a população cristã”.

Embora quase 7 em cada 10 adultos (crianças e adolescentes não entram nessa pesquisa) nos Estados Unidos (69%) tenham adotado o rótulo “cristão” para identificar sua fé, este grande grupo nutre uma ampla gama de perspectivas que não estão em harmonia com os ensinamentos bíblicos. Um que é muito preocupante é o que diz que 58% dos cristãos adultos no país acreditam que se uma pessoa é boa o suficiente ou faz coisas boas, ela pode ganhar o seu caminho para o Céu. Ora, a Bíblia afirma claramente em Efésios 2 que somos salvos “pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vós. É dom de Deus” (Efésios 2.8a).

Entre as perspectivas errôneas mais amplamente adotadas pela maioria dos cristãos adultos hoje nos Estados Unidos estão:

1) 72% argumentam que as pessoas são basicamente boas.

2) 71% consideram os sentimentos, a experiência ou a opinião de amigos e familiares como suas fontes mais confiáveis de orientação moral.

3) 66% dizem que ter fé é mais importante do que a fé que você segue.

4) 64% dizem que todas as religiões têm o mesmo valor.

5) 58% acreditam que se uma pessoa é boa o suficiente, ou faz coisas boas o suficiente, ela pode ganhar o seu caminho para o Céu.

6) 58% afirmam que o Espírito Santo não é um ser vivo real, mas apenas um símbolo do poder, presença ou pureza de Deus.

7) 57% acreditam no carma.

8) 52% afirmam que determinar a verdade moral depende de cada indivíduo; não há absolutos morais que se apliquem a todos o tempo todo.

Os adultos que se identificam como cristãos também tendem a rejeitar vários ensinos e princípios bíblicos. Por exemplo, um pouco menos da metade (46%) acredita que o casamento de um homem com uma mulher é o plano de Deus para a humanidade, em todas as culturas; apenas 40% acreditam que quando morrerem irão para o Céu apenas porque confessaram seus pecados e aceitaram a Jesus Cristo como seu Salvador; apenas um terço (34%) acredita que as pessoas nascem em pecado e só podem ser salvas das consequências por Jesus Cristo; apenas um terço (32%) acredita que sexo antes do casamento é moralmente inaceitável; e cerca de 1 em cada 4 (28%) acredita que o melhor indicador de uma vida de sucesso é a obediência consistente a Deus.

3.850 a 7.700 igrejas fechadas todos os anos nos EUA

Uma pesquisa da Li few ay Research revelada no primeiro semestre deste ano mostra que há mais igrejas protestantes fechadas do que abertas todos os anos nos EUA, dando sequência a uma queda congregacional de décadas que só deve acelerar, segundo os pesquisadores.

Dados de 34 denominações que representam cerca de 60% das igrejas nos Estados Unidos mostram que 4.500 igrejas foram fechadas em 2019, enquanto 3.000 foram abertas. “Mesmo antes da pandemia, o ritmo de abertura de novas congregações nem mesmo fornecia substitutos suficientes para aquelas que fechavam suas portas”, disse Scott McConnell, diretor-executivo da Lifeway Research.

O estudo apontou para a aceleração do fechamento de igrejas. No ano de 2014, houve 3.700 fechamentos de igrejas, já em 2019 foram 4.500. Embora seja muito difícil obter informações precisas sobre o fechamento de igrejas, os resultados são reveladores. Os pesquisadores contabilizaram cerca de 320 a 350 mil igrejas protestantes nos Estados Unidos. “O fechamento de 4.500 igrejas representa uma perda de 1,4%”, explicou Scott Thumma, professor de Sociologia e diretor do Hartford Institute for Religion Research.

Outro estudo do Center for Analytics, afiliado à Igreja Unida de Cristo nos EUA, pintou um quadro ainda mais preocupante. Publicado em abril deste ano, ele apontou que na década que terminou em 2020, anualmente, 3.850 a 7.700 casas de culto foram fechadas no país. Ou seja, cerca de 75 a 150 congregações por semana. O estudo também projetou que esses números tendiam a dobrar ou triplicar na esteira da pandemia.

A maior razão para o fechamento de igrejas é o declínio do número de membros. Uma pesquisa de março, do Gallup, descobriu que menos da metade (47%) dos norte-americanos dizem pertencer a uma igreja, sinagoga ou mesquita, enquanto em 2000 pelo menos 70% se enquadravam entre os religiosos.

As igrejas que crescem nos Estados Unidos hoje são as pentecostais e as carismáticas. As tradicionais estão em declínio acentuado. Para sobreviver, muitas dessas congregações estão convertendo seu espaço de culto para uso misto ou vendendo parte de suas terras para habitação. “A implantação de igrejas está diminuindo e o número de fechamentos está crescendo”, disse Ed Stetzer, diretor executivo do Wheaton College Billy Graham Center. “No entanto, a oportunidade ainda está diante de nós”, finalizou.

(Com informações de Charisma News e Lifeway Research).

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