Liberta de demônios e família salva

Liberta de demônios e família salva

Devido à possessão maligna, a piauiense Joana Darc viveu acorrentada por cinco anos

No povoado Serra do Barro Branco, na cidade de Santo Antônio de Lisboa, interior do Piauí, a libertação de uma mulher possessa por demônios evidencia o poder do Evangelho e a ação sobrenatural do Senhor Jesus em nossos dias. A história de Joana Darc de Lima, personagem central deste testemunho, tem algumas similaridades com o endemoninhado gadareno (Marcos 5.1-20; Mateus 8.28-34 e Lucas 8.26-39).

Segundo conta sua irmã Francilene, “Joana Darc apresentava certo grau de falta de discernimento das coisas, mas nada que lhe atrapalhasse de viver uma vida normal”. Porém, certo dia, quando ela tinha entre 15 e 16 anos de idade, algo muito estranho aconteceu. De repente, enquanto trabalhava juntamente com um grupo de pessoas em uma farinhada rapando mandioca na produção artesanal de farinha e goma, ela se levantou e saiu correndo. Ao retornar, chorando e trêmula com a faca que usava no serviço na mão, disse a um de seus irmãos que ali se encontrava que estavam querendo matá-la. Depois do ocorrido, seu irmão a levou para casa. Francilene conta que com o passar dos anos a jovem adolescente ficou muito agressiva. Por essa razão, o pai a levou ao médico para saber o que estava acontecendo. Os profissionais atestaram esquizofrenia e prescreveram tratamento medicamentoso.

Passados anos, Joana Darc se casou, engravidou e teve um filho. Mas já com a família constituída, voltou a precisar de cuidados especiais. “A situação dela ficou tão crítica que nem a medicação fazia mais efeito. Chegou ao ponto de meu pai, que à época ainda era vivo, após a separação dela do esposo por causa do problema, ter que trancá-la em um quarto da casa, acorrentada com uma corrente muito grossa no pé devido à agressividade e às sucessivas tentativas de fuga de casa. Às vezes, quando ela se agitava, nem mesmo a corrente podia contê-la. Em razão disso, meu sobrinho precisou ser cuidado pela família”, lembra Francilene.

Liberta de demônios e família salva

Para alimentar Joana Darc, os familiares iam ao pé da porta do quarto, deixavam o prato com a comida e saíam correndo com medo de suas reações. Na maioria das vezes, segundo contam, ela nem comia, jogava o prato ali em um canto e o alimento apodrecia.

Ouvindo vozes e vendo vultos, às vezes Joana passava a noite inteira gritando e se batendo, a ponto de ficar toda roxa com hematomas. Já fazia 5 anos que ela se encontrava daquele jeito, acorrentada em um quarto. Era um sofrimento que parecia não ter fim. “Ela queria matar minha mãe e todos de nossa família. A mim mesmo, ela tentou matar várias vezes. Numa dessas vezes, rasgou toda minha roupa. Ela tinha uma força horrível, uma força tremenda”, comenta Francilene.

As coisas começaram a tomar um rumo diferente quando, certo dia, um crente por nome Lourimar, da cidade de Picos (PI), ouviu falar que na região havia uma mulher que vivia nessa situação. Uma vizinha da família e que era conhecida dele mediou sua ida lá. Ao chegar ao local e vê-la, Lourimar disse: “Vocês precisam procurar um pastor para vir aqui orar por essa mulher, pois o Senhor tem poder para tirar ela dessa corrente”. Não vendo mais solução depois de terem procurado a medicina e também levado Joana à macumba, acataram a sugestão, mesmo sendo muito católicos.

Indo a Santo Antônio de Lisboa, Francilene expôs o problema ao Pr. Leôncio Diniz, líder da Assembleia de Deus no município, que disse: “Iremos reunir um grupo de 7 irmãos em jejum e consagração diante da presença do Senhor e vamos fazer uma oração lá”. Quando o pastor chegou ao local com o grupo de irmãos, ele viu que o problema não era fácil. “Ou vocês dão lugar a Deus para que Ele faça a obra”, disse Pr. Leôncio, “ou então vocês vão ficar na mesma. Porque aqui é preciso vocês se libertarem dessa idolatria”.

Liberta de demônios e família salva

Francilene lembra que o pastor pregou para a família naquela ocasião, orou repreendendo os espíritos malignos, momento em que Joana ficou muito agitada, e depois voltou com o grupo para sua cidade. Até então, ninguém ainda havia aceitado Jesus na família. Francilene conta que ela foi a primeira a decidir-se, em 2004, depois uma outra irmã, mas Joana Darc continuava acorrentada no quarto. Certa ocasião, antes de aceitar Jesus, ainda sem conhecimento do Evangelho, Francilene pegou a Bíblia e ficou lendo-a em voz alta sentada em uma janela em frente à porta do quarto onde Joana estava. De repente, caiu desacordada. “No momento que caí, não vi mais nada. Estava tudo escuro, mas ouvia vozes. Foi como se meu espírito tivesse sido arrebatado. Hoje entendo assim, mas antes não entendia. Meu espírito ficou como se estivesse nos ares, mas em trevas, pois só havia escuridão. Uma das vozes que ouvi disse assim: ‘Ela morreu. Chamem a família, porque ela morreu’. Depois disso, vi que uma luz, como uma bola de fogo, vinha a meu encontro. Quando ficou em minha frente, entrou em meu corpo. E as vozes continuavam falando, mas agora dizendo: ‘Ela não morreu; não, não morreu. Esta mulher é forte’. De repente, meu fôlego voltou e me levantei. Estava cercada de meus familiares”, recorda Francilene. Dali em diante ela entendeu que Deus estava falando com ela. Foi, então, à cidade decidida a entregar-se a Jesus. Procurou a Assembleia de Deus, onde aceitou Cristo e passou a congregar.

Certo dia, Joana Darc recebeu oração do Pr. Leôncio entregando sua vida a Cristo. Dias depois, o pastor recebeu a visita do diácono João Freire, da Assembleia de Deus de Picos. “Quando cheguei à casa do pastor, ele me disse: ‘Irmão João, você é o homem que Deus mandou aqui para ir soltar uma endemoninhada das correntes. Já orei por ela, Jesus já a libertou, mas eu não a soltei. Faça esta obra lá: solte a mulher’. Disse a ele que iria e a desacorrentaria segundo aquela palavra. Fui lá, cantei três hinos, fi z uma oração e pedi a chave do cadeado. Como estava muito enferrujado, pedi uma serra e serrei a corrente”, lembra João Freire.

Os familiares presentes ficaram, segundo irmã Francilene, “assombrados com medo, pois todos já sabiam como ela era”. Tirada a corrente, porém, Joana caminhou nos arredores da casa, conversando em estado de lucidez. Desde aquele dia em diante, ela nunca mais precisou ficar acorrentada e passou a congregar, inclusive recebendo a oportunidade para cantar, ler a Palavra e testemunhar na igreja. Já congregando havia cerca de13 anos, Joana Darc adoeceu. A família a levou para fazer exames, que identificaram ser ela portadora de câncer de pele. A enfermidade se desenvolveu e ela não resistiu, vindo a óbito em 2017, aos 41 anos de idade. “A partida dela para a Eternidade foi uma coisa muito linda”, lembra Francilene. “Ela partiu em paz para os braços do Senhor”, conta. Com a libertação de Joana, se converteram sua mãe (in memoriam), irmãos, cunhados e sobrinhos, dentre eles um é presbítero e outro dirige congregação.

Por Edilberto Silva.

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