O Céu é muito melhor

O Céu é muito melhor

“Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir e estar com Cristo, o que é muito melhor” (Filipenses 1.23).

Sob o ponto de vista material, a vida é o bem mais precioso, tanto que é o primeiro dos direitos individuais do cidadão, garantidos no Artigo 5º da Constituição Federal: direito à “inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”. Sem a vida, nenhum dos demais direitos faz sentido.

Do ponto de vista cristão, porém, a vida terrena não é o bem mais precioso. Somos peregrinos e estrangeiros neste mundo e, portanto, a nossa existência aqui é provisória, breve e cheia de sofrimentos e desilusões. Por causa da entrada do pecado no mundo, a nossa comunhão com Deus, que garante vida plena e abundante, foi rompida e passamos a ter dores, sofrimentos, envelhecimento, incertezas e a morte física (Gênesis 3.17; Romanos 3.23; 6.23). Deus, que é riquíssimo em misericórdia, sabendo de antemão que o ser humano pecaria e que seria incapaz de reverter por si mesmo esse quadro desolador, elaborou, antes da criação do mundo, um plano de salvação para o ser humano. O plano envolvia a vinda do Seu Filho Jesus Cristo, que tomaria a forma humana e pagaria o preço da nossa redenção, mediante o sacrifício da Sua própria vida (João 1.29; Efésios 1.4).

O plano de Deus envolvia inicialmente a formação de uma nação exclusiva, à qual Ele lhe daria as Suas leis e através dela viria o Salvador do mundo. Deus iniciou, então, o Seu projeto, chamando um homem que vivia na Antiga Mesopotâmia, na cidade de Ur dos Caldeus, chamado Abrão. A ordem de Deus era para que Abrão se afastasse da sua terra e dos seus parentes e fosse a uma terra que ainda lhe seria mostrada (Gênesis 12.1-7).

Inicialmente, Abrão saiu junto com os seus pais e irmãos e chegaram a um lugar chamado Harã, onde morreu um de seus irmãos e, posteriormente, o seu pai (Gênesis 11.31, 32). Ali, Deus chamou exclusivamente a Abrão e ele obedeceu, porém levou ainda o seu sobrinho Ló consigo. Durante a peregrinação, as equipes de Ló e Abrão se desentenderam e eles acabaram se separando, indo cada um para um lado (Gênesis 13.1-12).

Deus mudou o nome de Abrão para Abraão e, mesmo tendo já certa idade e não tendo filhos, Deus prometeu-lhe que ele seria pai de uma grande nação e que através dele todas as famílias da terra seriam abençoadas (Gênesis 17.1-17). Os anos se passaram e nada de filhos. A esposa de Abraão acabou se precipitando e sugeriu que ele tivesse um filho com a escrava, que era um costume daquela época. Abraão aceitou e teve um filho, a quem deu o nome de Ismael.

Deus apareceu novamente a Abraão e enfatizou a promessa de que ele seria pai de um filho da sua esposa. O nome da criança seria Isaque e dele viria a descendência da promessa. Abraão creu na promessa e isso lhe foi imputado por justiça. Quando Abrão estava com 100 anos e Sara, sua esposa, com 90 anos, Isaque nasceu (Gênesis 21.5). Deus reafirmou a promessa a Isaque e depois ao filho dele, Jacó. Dessa descendência veio a nação de Israel e o Salvador prometido, que é Jesus Cristo, que foi gerado em uma virgem por obra e graça do Espírito Santo (Mateus 1.18-25).

Jesus nasceu em Belém, na Judéia, cresceu em Nazaré, na Galiléia, e na idade adulta mudou-se para Cafarnaum. Nasceu sem pecado e viveu por 33 anos na terra de Israel, sujeito aos mesmos sofrimentos que nós, porém nunca pecou. Aos 30 anos, iniciou o Seu ministério e por três anos pregou o Evangelho e fez muitos milagres. Ele foi condenado à morte por crucificação, uma forma cruel de execução de criminosos que os romanos aplicavam (Mateus 27.35). Depois de três dias, conforme havia prometido, Ele ressuscitou dos mortos e apareceu aos Seus seguidores, permanecendo com eles por um período de 40 dias, sendo visto por mais de 500 pessoas (Mateus 28.5,6; 1 Coríntios 15.6).

Depois disso, Jesus subiu ao Céu e assentou-se à direita do Pai (Atos 1.9). Entretanto, antes de subir, Ele prometeu que voltaria para levar aqueles que creram nEle para junto de Si. Ele disse que na Casa do Pai há muitas moradas e que Ele nos levará para lá (João 14.1-3). Em outras partes da Bíblia, encontramos mais detalhes sobre a Sua segunda vinda para buscar o Seu povo (1 Coríntios 15.51, 52). Encontramos também a informação de que aqueles que morreram com Cristo, na esperança da Vida Eterna com Ele, ressuscitarão na ocasião da Sua vinda e receberão um corpo imortal e glorificado (1 Tessalonicenses 4.16-18).

No texto que lemos no início deste artigo (Filipenses 1.23), o apóstolo Paulo se encontrava preso em Roma, e o seu futuro era incerto. Não sabia se seria solto ou condenado à morte. Nesse dilema, ele tinha o desejo de permanecer vivo, por amor aos filipenses, a fim de pregar o Evangelho e também edificar a fé dos convertidos. Entretanto, ele deixa claro que ser morto e estar com Cristo seria muito melhor. Sob todos os aspectos, o Céu é muito melhor do que a vida aqui. No Apocalipse, o apóstolo João descreve a Nova Jerusalém que ele viu e disse que lá não haverá mais prantos, tristezas, mortes nem dores. Ali, disse João, Deus enxugará dos nossos olhos todas as lágrimas (Apocalipse 21.1-4).

Somos estrangeiros e peregrinos neste mundo. Não temos aqui uma morada permanente e aguardamos a qualquer momento o Senhor vir nos buscar e nos levar para o nosso eterno lar. Se morrermos antes, não precisamos nos desesperar, pois estaremos guardados para o dia da Sua vinda, quando ressuscitaremos e subiremos a encontrar o Senhor nos ares (1 Tessalonicenses 4.16-18) e assim estaremos para sempre com o Senhor. Amém! Ora vem, Senhor Jesus!

Por Weliano Pires.

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  1. Agradeço, imensamente, por publicarem o meu artigo. Este texto foi publicado no Jornal Mensageiro da Paz, órgão de imprensa oficial da Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil, na edição de Outubro de 2022.

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