Deus quer usar você também

Deus quer usar você também

Quando lemos João 1.40-42, somos informados de que “era André, irmão de Simão Pedro, um dos dois que ouviram aquilo de João e o haviam seguido. Este achou primeiro a seu irmão Simão e disse-lhe: Achamos o Messias (que, traduzido, é o Cristo). E levou-o a Jesus. E, olhando Jesus para ele, disse: Tu és Simão, filho de Jonas; tu serás chamado Cefas (que quer dizer Pedro)”.

Quando se fala em missões e evangelismo, quais as pessoas que logo vêm à mente?

Gostaria que você conhecesse mais sobre André. Não falamos muito sobre ele. Raramente se prega ou se ensina sobre esse discípulo de Cristo. Costuma-se falar sobre grandes personagens, porém todas as vezes que a Bíblia faz referência a ele, mostra um homem ansioso em apresentar Jesus a outros - grave isto. A Bíblia de estudo A Mensagem diz: “ A primeira coisa que ele fez depois de descobrir Jesus foi procurar seu irmão Pedro”.

Há ainda dois belíssimos textos bíblicos sobre seu ministério. Note que, por ocasião da multiplicação dos pães e peixes no deserto, foi André quem falou a Jesus: “Está aqui um rapaz com cinco pães e dois peixes” (João 6.6-8). Deus precisava, como ainda hoje precisa, de alguém que busque solução para alcançar vidas famintas. Enquanto Felipe, à semelhança de muitos hoje dentro das igrejas, trouxe o problema (“Onde compraremos pão, para estes comerem?”, v. 5), André veio com a solução.

Podemos aprender muito sobre André. À medida que lemos sobre ele, ficamos conscientes de que Deus, em Sua infinita sabedoria, decidiu usar pessoas anônimas, longe dos holofotes. É bom destacar que a Bíblia está repleta de casos de pessoas que foram tremendamente usadas no anonimato. Sempre que pensamos sobre isso, vêm à mente alguns personagens. Vejamos, por exemplo, quem ajudou Jesus a carregar sua cruz: não foi uma pessoa notável, não foram seus discípulos, nada disso, mas um desconhecido, Simão Cireneu (Marcos 15.21). Veja ainda que a porta da cura da lepra de Naamã não foi aberta por um profeta, sacerdote ou por alguém da alta sociedade em Israel. Quem anunciou-lhe a salvação foi uma pequena criada, uma serva judia que sugeriu que o chefe do exército do rei da Síria consultasse o profeta Eliseu em Samaria (2 Reis 5.2), e é sabido de todos o desfecho desta história. Isso tem algo a nos dizer: que muito da evangelização e da missão é feita por pessoas anônimas, que não terão registros na história humana, mas que certamente não faltará uma vírgula de seus feitos nos registros divinos. Estou convencido que hoje, nas igrejas, muitos exercendo ministérios profícuos são frutos de evangelismo pessoal. São conversões que se deram não de forma estupenda e anormal, mas inteiramente discretas.

Serve dentro desta reflexão o fato de que Deus também trabalha muito bem com pessoas que dizem não ser nada, com pessoas com um passado terrível, que, transformadas pela entrada de Cristo em seu viver, se transformaram em instrumentos nas mãos de Deus.

Certamente você pode lembrar do homem da província dos gadarenos (Marcos 5). Quem era ele? Uma pessoa “pingando” de demônios, que andava nu e fazia de sua casa os sepulcros dos cemitérios; nada podia contêlo. Certamente, este não estaria na lista de alguns de pessoas a serem evangelizadas. No máximo, ele era alvo de orações. Ele era tido, quem sabe, como o louco da cidade, motivo de piadas. Era desprezado e ignorado. Provavelmente havia quem sentisse dó dele, mas não fazia nada por ele. Mas, quando ele tem um encontro com Jesus, volta a viver, volta à lucidez, recobra o juízo, agora está vestido; voltou à dignidade humana. Aquele moço, depois de liberto, quando percebe que Jesus está indo embora, lhe faz um pedido: “Deixe-me ir com você”. E Jesus nega o pedido, dizendo: “Vá para sua casa, e anuncia para os teus...”. Minutos atrás, um insano; minutos depois, um uma nova criatura e evangelizador. Tudo o que sabia é que Jesus podia fazer a outros o que fez por ele.

Deus também decidiu usar a Pedro. O Senhor valeu-se deste apóstolo para abrir a porta da fé às nações. Ele pregou o Evangelho aos judeus no Pentecostes, aos samaritanos em Samaria, aos gentios na casa de Cornélio. Deus, em sua soberania, decidiu usar a Paulo como um grande construtor da Teologia Bíblica. O Senhor o usou para dar marco às missões mundiais. Paulo era um homem que tinha Cristo como o centro de sua vida. Deus usou a André, a um homem liberto dos demônios e hoje quer fazer o mesmo em sua vida.

Algo extremamente relevante é que todos fomos chamados por Deus. Desde 2020, estamos enfrentando a maior crise do último século; dias difíceis se levantaram. Já passamos da metade do ano de 2021 e esta crise não foi completamente superada, por isso o apelo nesta hora é: vamos olhar para esta circunstância como uma oportunidade para pregar o Evangelho com um folheto, uma mensagem de celular, encaminhando um link do culto de sua igreja a colegas, parentes e vizinhos, e para famílias enlutadas, que não são poucas. Seja um missionário virtual. Esta crise não está aqui inesperadamente, pois para Deus nada acontece por acaso. Aproveite como André as circunstâncias para pregar a Cristo. A pandemia não vai prender o Evangelho. A mensagem do Evangelho não é para ser retida, mas para ser repetida.

Por Celso Rodrigues da Silva.

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