Canadá: 57 igrejas atacadas em 2 meses

Canadá: 57 igrejas atacadas em 2 meses

Movimentos radicais de esquerda queimaram 21 e vandalizaram 36

Nos meses de maio, junho e julho, em um espaço de pouco mais de 60 dias, 57 igrejas cristãs no Canadá foram queimadas, vandalizadas ou profanadas por movimentos de esquerda que usaram como justificativa o mesmo argumento utilizado para destruição de estátuas de personalidades históricas do passado: “reparação histórica”.

Até o fechamento desta edição, as investigações prosseguiam, mas o que se dizia é que tais ataques eram motivados pelo fato de que, em maio, foram encontrados, em alguns terrenos de igrejas canadenses, centenas de túmulos que acredita-se sejam sepulturas pertencentes a crianças indígenas que morreram de doenças que foram contraídas em escolas administradas pelas igrejas no passado. Essas escolas faziam parte de um programa de assimilação social entre a população indígena imposto pelo governo canadense no século 19 e até boa parte do século 20. Essas escolas operaram entre 1870 e 1990, e, nas suas primeiras décadas de funcionamento, elas estavam quase sempre superlotadas e, mesmo assim, lamentavelmente não recebiam quaisquer recursos. Logo, havia inicialmente uma situação precária e insalubre – que, diga-se de passagem, não era desejada pelas igrejas –, de maneira que se seguiram, durante os primeiros anos, a morte de centenas de crianças indígenas por doenças.

Embora esses incidentes não fossem nenhuma novidade, tendo sido amplamente noticiados no Canadá no passado, a descoberta, ocorrida em maio, de mais algumas sepulturas perto de onde funcionavam quatro dessas escolas do passado foi utilizada pela militância de esquerda para provocar um alvoroço nas mídias sociais do país, pregando “reparação histórica” contra as igrejas.

Em resposta a esses chamamentos nas mídias sociais, radicais de extrema esquerda aterrorizaram comunidades cristãs protestantes e católicas, queimando e vandalizando igrejas. Em apenas pouco mais de 60 dias, 21 igrejas em todo o país foram incendiadas, muitas delas totalmente destruídas, e mais 36 foram vandalizadas. Entre as igrejas destruídas ou vandalizadas estão templos católicos, ortodoxos, da Igreja Unida (maior igreja protestante do país e a segunda maior comunidade cristã no Canadá, perdendo só para a Igreja Católica), e templos batistas, anglicanos, presbiterianos, reformados, luteranos e menonitas, e até um templo pentecostal (Igreja do Evangelho Pleno em Calgary, vandalizada). Até um templo católico húngaro, um ucraniano e um polonês foram atacados. Apesar de a “desculpa” ter sido relacionada a igrejas que administravam no passado escolas para crianças indígenas, os ataques atacaram não só algumas destas, mas igrejas de todos os tipos, indiscriminadamente.

Algumas igrejas foram atacadas mais de uma vez. Em 26 de junho, a Igreja Anglicana de São Paulo, em Gitwangak, teve suas portas incendiadas e, dias depois, os incendiários, não satisfeitos, retornaram e incendiaram a igreja completamente. Houve também ataques a mais de uma igreja por dia. Ainda em 26 de junho, a Igreja Católica de Saint Ann, em Princeton, cujo prédio tem mais de 100 anos, e a Igreja Católica de Chopaka foram ambas incendiadas, com uma diferença de uma hora entre um incêndio e o outro. Em 28 de junho, três igrejas católicas foram incendiadas, com duas completamente destruídas em Okanagan e Osoyoos, e uma parcialmente salva em Siksika pela ação dos bombeiros.

Esses são só alguns exemplos de igrejas completamente destruídas. Várias outras igrejas foram destruídas pelas chamas provocadas por locais de esquerda. Os incêndios começaram em maio, mas o ápice se deu no final de junho e início de julho, quando houve incêndios de igrejas quase todos os dias, muitas vezes mais de um por dia.

A primeira igreja incendiada foi a Igreja Anglicana de São João, em 12 de maio. Com 200 anos de existência, ela foi envolvida pelas chamas depois que um radical jogou gasolina no prédio e ateou fogo. Em 5 de julho, a Igreja Batista em Saint Johns, Ontário, foi incendiada com gente dentro da igreja. Os crentes conseguiram extinguir o incêndio antes que um prejuízo maior fosse causado ao templo, colocando também em risco a vida das pessoas ali. Em 19 de junho e 5 de julho, dois templos da Igreja Unida (protestante) foram destruídos pelas chamas.

A ironia de tudo isso é que as comunidades indígenas no Canadá, que teoricamente seriam as que deveriam se revoltar contra as igrejas, têm uma visão diferente do trabalho delas. Não só as igrejas são respeitadas pela população indígena como cerca de metade dos índios no Canadá é de cristãos. A comunidade indígena não culpa as igrejas pelas mortes dessas crianças, mas apenas os radicais de esquerda, que são doutrinados a alimentar um ódio injustificado contra os valores judaico-cristãos que fundaram a civilização ocidental.

Para que essa raiva seja criada e nutrida no coração desses jovens radicais, seus mentores focam em – e enfatizam – falhas e imperfeições de personagens e contextos do passado como argumento para generalizações e demonizações dos valores e dos personagens históricos do Ocidente, e consequentemente para também atacar qualquer grupo ou pessoa que preze por estes valores e nomes.

Em artigo em que analisa os ataques às igrejas no Canadá, publicado em 10 de agosto no site The Christian Post, Arielle Del Turco, diretora assistente do Centro para Liberdade Religiosa do Conselho de Pesquisa da Família nos Estados Unidos (entidade que funciona desde 1983 em Washington D.C.), ressalta: “Muitas das igrejas que foram incendiadas servem aos povos indígenas em terras indígenas; elas não são símbolos de opressão. Cerca de metade da população indígena do Canadá é cristã. Queimar e vandalizar igrejas no Canadá não trará justiça às vítimas que morreram há muitas décadas – só prejudicará os membros da comunidade que se beneficiam dessas igrejas hoje”.

Canadá: 57 igrejas atacadas em 2 meses

Del Turco lembra também que tudo isso que está acontecendo faz parte do profundo espírito de degeneração moral, social e espiritual de nosso tempo. “Os incêndios de igrejas têm chamado pouca atenção, tanto dentro quanto fora do Canadá. Isto é um infortúnio. Atos destrutivos contra casas de culto devem ser recebidos com forte condenação, não importa onde no mundo eles ocorram. É um sinal de uma sociedade doentia que atos tão horríveis sejam recebidos com apatia. Infelizmente, esses incidentes refletem uma hostilidade crescente ao Cristianismo que vem avançando no Ocidente”, enfatiza.

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