Arqueólogo cético descobre sociedade avançada nos dias de Salomão

Arqueólogo cético descobre sociedade avançada nos dias de Salomão

Descoberta também cria uma nova hipótese sobre como era a organização da maior parte das cidades israelitas até a época dos reis Davi e Salomão

Uma descoberta revolucionária na área de arqueologia bíblica passou batida nos últimos meses na mídia, exceto na imprensa de Israel e nas principais revistas acadêmicas. Essa revelação derruba uma das principais críticas dos céticos à Bíblia que ainda se mantinha de pé: a de que a sociedade israelita nos dias do rei Salomão não seria avançada como declaram as Escrituras, já que os registros arqueológicos não trariam evidências. Isso, porém, mudou.

Uma das publicações especializadas que deu destaque à descoberta foi a Smithsonian Magazine, pertencente ao Instituto Smithsonian (o maior complexo de museus e centros de educação e pesquisa do mundo, criado pelo governo dos EUA), em sua edição de dezembro de 2021. A descoberta foi feita pelo arqueólogo israelense Erez Ben-Yosef no Vale de Timna, nas planícies do deserto de Arabá, no sul de Israel. Quando Ben-Yosef chegou às antigas minas de cobre de Timna em 2009 com colegas da Universidade da Califórnia, o local não estava nem na lista “A” nem na “B” da arqueologia de Israel. Além disso, Ben-Yosef “não estava interessado na Bíblia” e era “agnóstico quanto a ela”. Seu campo era o paleomagnetismo, a investigação das mudanças no campo magnético da Terra ao longo do tempo, “e especificamente o misterioso ‘pico’ do século 10 a.C., quando o magnetismo saltou mais alto do que em qualquer momento da história por razões que não totalmente compreendidas”, destaca Friedman. Com isso em mente, Ben-Yosef e seus colegas começaram a cavar, mas o que acharam mudou o rumo.

A equipe de Ben-Yosef encontrou pedaços de material orgânico e os enviou para um laboratório da Universidade de Oxford para datação por carbono-14. Ressalta Friedman que “eles não esperavam surpresas”, já que “o local já havia sido datado de forma conclusiva por uma expedição anterior que havia descoberto as ruínas de um templo dedicado a uma deusa egípcia, ligando o local ao império dos faraós”. Porém, quando Ben-Yosef recebeu os resultados de Oxford, eles mostraram outra coisa. Eram carvão de fornos de fundição datados da época do rei Salomão. Assim, a escavação se tornou “uma das mais fascinantes em um país [Israel] conhecido pela sua arqueologia. [...] Timna está iluminando o tempo da Bíblia hebraica”, destaca Friedman.

Arqueólogo cético descobre sociedade avançada nos dias de Salomão

Pista descartada e resgatada

Uma curiosidade sobre esse episódio é que o Vale de Timna já foi alvo de pesquisas de arqueólogos que buscavam pistas sobre as minas do rei Salomão há quase 90 anos, mas depois foi descartado. Tudo começou quando, em 30 de março de 1934, época em que a Palestina ainda era governada pelos britânicos, uma expedição liderada pelo arqueólogo norte-americano Nelson Glueck parou no deserto de Arava para pesquisar resíduos entre o Mar Morto e o Golfo de Aqaba. O guia de Glueck era um chefe beduíno local, o xeique Audeh ibn Jad. Em seu livro Rivers in the Desert (1959), o arqueólogo conta que sua equipe encontrou ali “pilhas de escória preta, pedaços do tamanho de um punho, que sobraram da extração de cobre de minério em fornalhas”.

Segundo relatório de Glueck de 1935, o local era “o maior e mais rico centro de mineração e fundição de cobre de toda a Arabá”. Ele havia sido abandonado por milênios, mas ganhou vida com suas pesquisas. Especialista em cerâmica antiga, Glueck analisou cacos que estavam espalhados no local e constatou que datavam de cerca de 3.000 anos atrás, o que os remetia à época do rei Salomão. Ora, a Bíblia afirma que o reino de Salomão se estendeu da Síria, ao norte, até o Mar Vermelho, ao sul, e que foi um reino caracterizado pela riqueza, principalmente na área de minério. Logo, Glueck concluiu que as minas de cobre de Timna eram as “Minas do Rei Salomão”. 

O termo “Minas do Rei Salomão” não aparece na Bíblia, sendo popularizado por causa do romance de H. Rider Haggard, intitulado As Minas do Rei Salomão (1885), que viraria filme cinco vezes. Porém, a Bíblia afirma que o reino de Salomão era rico em metais preciosos e que ele usou grandes quantidades de cobre para a construção do Templo de Jerusalém, com destaque para o “mar de fundição”, uma bacia gigante que repousava nas costas de bois de metal (2 Crônicas 4.2-4).

Um assistente de Guleck, Beno Rothenberg, voltaria à região na década de 1950 à frente de sua própria expedição arqueológica. Se Glueck identificara escória negra remanescente da fundição de cobre, Rothenberg encontrou as próprias minas de cobre. Sua equipe encontrou uma acrópole natural com restos de um muro e também labirintos de galerias retorcidas e cerca de 9 mil poços verticais afundados no solo. A descoberta foi celebrada durante anos até que, em 1969, Rothenberg e sua equipe começaram a escavar perto de uma imponente formação rochosa que havia sido batizada como “Pilares de Salomão”, mas que ironicamente seria o local onde a conexão da região com o reino de Salomão começaria a ruir. Ali, eles encontraram um templo egípcio com inscrições hieroglíficas, um texto do Livro dos Mortos, estatuetas de gatos e um rosto esculpido da deusa egípcia Hator. Não só o templo não tinha nada a ver com os israelitas como também antecedeu o reino de Salomão em séculos. Isso derrubou a teoria de que as minas pertenciam ao reino de Salomão. Elas haviam pertencido aos faraós egípcios.

Nessa mesma época, estava em ascensão uma escola de arqueologia que criticava a veracidade de histórias bíblicas sobre os reis de Israel. Ela era conhecida pelo nome geral de “minimalismo”. Para esses críticos, na época de Davi e Salomão, os israelitas eram tribos beduínas, com Davi e Salomão não podendo ser considerados reis, mas, no máximo, xeiques locais. Logo, essa descoberta de Rothenberg foi usada para fortalecer o entendimento dessa nova escola. Assim, passou-se a não se falar mais de Salomão em Timna. As minas encontradas eram, portanto, tão somente as minas mencionadas em um papiro que descreve o reinado de Ramsés III no século 12 a.C., minas estas que haviam sido fechadas depois que o império egípcio entrou em colapso naquele mesmo século, talvez por causa de uma seca devastadora. Essa foi a mesma crise que viu o fim do Império Hitita, a famosa queda de Tróia e a destruição de reinos em Chipre e em toda a Grécia moderna. Consequentemente, acreditava-se que as minas nem estavam mais ativas na época em que Salomão vivia. A mineração teria sido retomada apenas um milênio depois, após a ascensão de Roma. “Não há nenhuma evidência factual e, de fato, nenhuma evidência literária escrita antiga da existência das ‘Minas do Rei Salomão’”, escreveria resignado Rothenberg. Porém, 40 anos depois, essa história começaria a mudar.

As revelações de Timna

Ben-Yosef, como dissemos, chegou no Vale de Timna em 2009. Ele havia passado os anos anteriores escavando em outra mina de cobre, em Faynan, do outro lado da fronteira com a Jordânia, em uma escavação administrada pela Universidade da Califórnia e o Departamento de Antiguidades da Jordânia. Ele hoje leciona na Universidade de Tel Aviv.

Quando chegaram os resultados das amostras enviadas ao laboratório de Oxford, a escavação liderada por Ben-Yosef tomou outro rumo. Eles pensavam estar trabalhando em um local egípcio, mas o resultado de datação por carbono (não só das primeiras amostras, mas de todos os lotes de amostra que eles enviaram depois) dava cerca de 1000 a.C. Ora, no ano 1000 a.C., os egípcios haviam desaparecido há muito tempo e a mina deveria estar extinta, mas o que eles encontraram mostrava que a mina estava “muito mais ativa” nessa época, e esses eram os dias de Davi e Salomão, de acordo com a cronologia bíblica. “Por um momento, pensamos que poderia haver um erro na datação por carbono”, lembrou Ben-Yosef, “mas, então, vimos que havia aqui uma história diferente da que conhecíamos”.

Logo, a equipe voltou a cavar. Ela incluía, dessa vez, cientistas tentando entender as antigas artes metalúrgicas empregadas naquele lugar e outros analisando o que os trabalhadores comiam e usavam. Dessa forma, após uma década de pesquisa, Ben-Yosef e sua equipe simplesmente reescreveram a história do sítio arqueológico. Sim, havia ali uma expedição de mineração do Egito, mas ela não foi a única. Os egípcios chegaram primeiro, o que explicava os hieróglifos e o templo; porém, as minas se tornaram muito mais ativas depois que os egípcios partiram, exatamente durante o vácuo de poder criado pelo colapso dos impérios regionais. Um vácuo de poder é excelente para que novos governos, de origem local, comecem a crescer, e é precisamente nesse período que a monarquia israelita, sob Davi e Salomão, e o reino de seu vizinho ao sul, Edom, estão crescendo. Os esquivos edomitas dominavam as montanhas e planaltos avermelhados ao redor das minas, logo “o candidato mais lógico para a sociedade que operava as minas é Edom”, concluiu Ben-Yosef. O problema é que os arqueólogos encontraram tão poucas ruínas que muitos duvidaram da existência de qualquer reino ali na época em questão. Não havia cidades fortificadas, nem palácios, nem mesmo nada que pudesse ser chamado de cidade. Diante disso, os céticos suspeitavam que o Edom do tempo de Salomão era outra ficção inventada por autores posteriores. Mas um dilema minaria essa suspeita.

“A escavação nas minas de cobre de Faynan, que também estavam ativas por volta de 1000 a.C., já estava produzindo evidências de um reino edomita organizado, com ferramentas metalúrgicas avançadas e detritos. Também em Timna, a sofisticação do povo era evidente nos vestígios de intensa indústria que ainda podem ser vistos espalhados no local: as toneladas de escórias; os cacos dos fornos de fundição de cerâmica e as ventaneiras; bicos de barro descartados da fole de couro, que o fundidor, de joelhos, teria bombeado para alimentar as chamas. Essas relíquias têm 3 mil anos, mas hoje você pode simplesmente se abaixar e pegá-las, como se os trabalhadores tivessem partido na semana passada. Em um cercado de animais em um canto, você também pode, se desejar, passar os dedos por excrementos de burro de 3 mil anos. As fundições aprimoraram sua tecnologia com o passar das décadas. Os arqueólogos encontraram surpreendentemente ossos de peixes do Mediterrâneo, que fica a mais de 160 km pelo deserto. Os artesãos habilidosos nas fornalhas recebiam comida melhor do que os trabalhadores braçais que trabalhavam nos poços das minas: iguarias como pistaches, lentilhas, amêndoas e uvas, todas trazidas de longe”, relata Friedman, que esteve no local. Como, então, conciliar a ausência de ruínas de palácios e grandes cidades com a evidência de tecnologia avançada e de alto nível de vida naquela região?

A resposta veio quando um laboratório de Jerusalém, dirigido por Naama Sukenik, especialista em materiais orgânicos da Autoridade de Antiguidades de Israel, examinou em 2019 minúsculos fragmentos de tecido vermelho e azul encontrados nos montes de escória em Timna. Segundo Sukenik e seus colegas, “a qualidade do tecido e da tintura sugeria a aristocracia romana, mas a datação por carbono-14 também colocou esses fragmentos por volta de 1000 a.C., quando as minas estavam no auge e Roma era uma mera aldeia”. A lã continha um raro corante, que os especialistas chamam de royal purple (“púrpura da realeza”), que é derivado de caracóis marinhos, o que sugere ainda que as fundições eram ricas e engajadas em comércios distantes. Friedman lembra que esse corante era “conhecido como argamanna na Bíblia hebraica, e associado à realeza e ao sacerdócio”. Ele era fabricado na costa do Mediterrâneo em um processo complexo envolvendo as glândulas de caracóis marinhos. “As pessoas que usavam púrpura real eram ricas e conectadas às redes de comércio ao redor do Mediterrâneo. Se alguém ainda imaginava nômades desorganizados ou sem sofisticação, agora não mais”, explica Friedman.

“Esta era uma sociedade heterogênea que incluía uma elite”, afirmou Sukenik à reportagem da Smithsonian Magazine. Essa elite se enriquecia com o trabalho das fundições de cobre. Artefatos de cobre de escavações em lugares distantes e sem conexão com Timna mostraram que a produção daquelas minas era famosa no mundo. No Templo de Zeus, em Olímpia, na Grécia, uma análise de 2016 de caldeirões de três pernas revelou que o metal deles veio das minas do deserto de Arabá, a 1,4 mil quilômetros de distância. E um estudo israelense publicado em 2021 descobriu que várias estatuetas de palácios e templos egípcios do mesmo período, como uma do faraó Psusennes I, desenterrada em um complexo funerário em Tanis, também foram feitas de cobre de Arabá. Ou seja, “os edomitas estavam enviando seus produtos pelo mundo antigo”, constataram.

Portanto, a conclusão dos arqueólogos, como assevera Friedman, foi óbvia: “É lógico que um reino vizinho faria uso da mesma fonte. É lógico que as minas devem ter fornecido seu serviço ao rei Salomão”. Entretanto, uma pergunta ainda precisava ser respondia: “Tudo está aí, só faltam as ruínas da cidade [de Edom]. Onde elas estão?”. Nas palavras de Friedman, “Ben-Yosef enfrentou o que poderíamos chamar de Dilema de Timna. O que os arqueólogos acharam foi impressionante, mas talvez mais impressionante foi o que ninguém havia encontrado: uma cidade, um palácio, um cemitério ou casas de qualquer tipo. E, no entanto, as descobertas de Ben-Yosef não deixam dúvidas de que as pessoas que operavam as minas eram avançadas, ricas e organizadas. O que estava acontecendo?”

A hipótese das tendas

Lá estava Ben-Yosef, arqueólogo cético interessado em paleomagnetismo, tropeçando e caindo no campo da Arqueologia Bíblica, onde há uma batalha entre dois grupos: de um lado, os arqueólogos céticos chamados de “minimalistas”, que têm como seu bastião a Universidade de Tel Aviv; e do outro, os arqueólogos “conservadores” ou “maximalistas”, associados à Universidade Hebraica de Jerusalém. Os últimos já haviam encontrado grandes estruturas da época da monarquia israelita de Davi, o que comprova a narrativa bíblica. A principal, foi, sem dúvida alguma, a descoberta do Palácio de Davi, em 2006, pela arqueóloga israelense Eilat Mazar, notícia vinculada na época pelo jornal Mensageiro da Paz. Os céticos ficaram impressionados com as descobertas, mas, por outro lado, ressaltaram a contradição de que eram ainda poucas as ruínas encontradas de grandes estruturas e casas datadas da época de Davi e Salomão. Diante dessa briga, Ben-Yosef, que nessa época já estava lecionando na Universidade de Tel Aviv, mas no corpo docente júnior, teve que andar com cuidado em suas pesquisas. Ele demorou anos formulando suas ideias, publicando-as somente depois de se tornar professor titular da universidade.

A conclusão de Ben-Yosef é inovadora. “Os arqueólogos trabalham com objetos que duram séculos ou milênios, principalmente estruturas de pedra, e com os tipos de resíduos que se acumulam em assentamentos permanentes e sobrevivem ao longo do tempo. Como resultado, a identificação de uma sociedade avançada depende da presença de tais vestígios: quanto mais grandiosos os edifícios, mais avançada deve ter sido a sociedade. As escolas rivais de arqueólogos bíblicos estavam divididas sobre se o reino israelita unido [Davi-Salomão] era fato ou ficção”, ou seja, se era um reino mesmo, “discutindo veementemente se certas ruínas deveriam ser datadas como de cerca de 1000 a.C. ou de mais tarde, mas eles concordavam que o ponto principal era a existência ou não de edifícios”. Desde dois achados dos anos de 1990 e 2000, os céticos não duvidam da existência de Davi e Salomão. A questão que ainda persistia – e que Ben-Yosef parece ter solucionado para eles – é se os governos de Davi e Salomão existiram como sociedades avançadas ou eram ainda algo tribal.

Ben-Yosef lembrou então que havia “uma velha suposição”, que ele chama de “viés beduíno”. Friedman explica: “A partir de 1800, os arqueólogos bíblicos conheceram tribos árabes em todo o Oriente Médio otomano, como a de Audeh ibn Jad, guia de Nelson Glueck. Eles concluíram que os nômades antigos devem ter sido semelhantes, não apenas em roupas e comportamento, mas em sua resistência a uma autoridade central [como Israel no tempo dos juízes] e ao tipo de esforços cooperativos necessários para projetos logísticos, como a construção de grandes assentamentos permanentes. Mas Ben-Yosef se perguntou por que os nômades de 3 mil anos atrás seriam necessariamente iguais aos beduínos modernos. Ora, havia outros modelos de sociedades nômades, como os mongóis, organizados e disciplinados o suficiente para conquistar grande parte do mundo conhecido. Talvez os edomitas – especulou Ben-Yosef – simplesmente mudassem de lugar com as estações, preferindo tendas a lares permanentes, e tornando-se, assim, ‘arqueologicamente invisíveis’; porém, visíveis por um acaso: o reino deles estava sentado em um depósito de cobre. Se não tivessem executado uma mina, não teríamos evidência física de que existiram”.

Portanto, segundo Ben-Yosef, “sua operação de mineração revela o funcionamento de uma sociedade avançada, apesar da ausência de estruturas permanentes”. Essa é uma conclusão significativa, mas que se torna ainda mais na Arqueologia Bíblica, porque, conforme ressalta Ben-Yosef, “se isso é verdade para Edom, também pode ser verdade para a monarquia unida de Israel. Os céticos bíblicos apontam que não há estruturas significativas correspondentes ao tempo em questão, mas uma explicação plausível poderia ser que a maioria dos israelitas simplesmente vivia em tendas, porque eram uma nação de nômades. Na verdade, é assim que a Bíblia os descreve – como uma aliança tribal saindo do deserto e entrando na terra de Canaã, estabelecendo-se apenas com o tempo. Isso, às vezes, é obscurecido nas traduções da Bíblia. No Livro dos Reis, por exemplo, lemos que, depois que os israelitas celebraram a dedicação do Templo de Jerusalém por Salomão, eles ‘foram para suas casas’, conforme algumas versões registram. Entretanto, o que o hebraico realmente diz é que eles ‘foram para suas tendas’. Esses israelitas poderiam ter sido ricos, organizados e seminômades, como os edomitas ‘invisíveis’. Não encontrar nada, em outras palavras, não significava que não havia nada. A arqueologia simplesmente não seria capaz de descobrir”.

Em 2019, Ben-Yosef explicou sua teoria em artigos para revistas acadêmicas, inclusive respondendo a objeções de Israel Finkelstein, da escola crítica; e em 2021, em um artigo no jornal israelense Haaretz. Em entrevista à Smithsonian Magazine, o veterano arqueólogo israelense Aren Maeir, da Universidade Bar-Ilan, que não se identifica “com nenhuma das duas escolas”, disse que as descobertas de Ben-Yosef são “convincentes”e seus argumentos no nível da arquitetura, “muito bons”. Thomas Levy, da Universidade da Califórnia, um dos dois principais arqueólogos da mina de cobre edomita em Faynan, também elogiou o trabalho de Ben-Yosef em Timna. Para a Smithsonian Magazine, “o que Ben-Yosef produziu não é um argumento a favor ou contra a exatidão histórica da Bíblia, mas uma crítica de sua própria profissão. A arqueologia exagerou sua autoridade. Reinos inteiros poderiam existir sob nossos narizes e os arqueólogos nunca encontrariam um rastro. Timna é uma anomalia que põe em relevo os limites do que podemos conhecer. O tesouro das minas antigas, ao que parece, é a humildade”.

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