Tribunal mantém estátua da “Porca Judia” com explicação

Por falar de antissemitismo na Alemanha, uma estátua antisssemita que remonta a 700 anos foi mantida na igreja em Wittenberg (a mesma onde o reformador alemão Martinho Lutero fixou as suas 95 teses em 1517) por decisão do tribunal federal nacional no dia 14 de junho. A relíquia faz parte dos mais de 20 artefatos que remontam à Idade Média e adornam santuários espalhados por toda a Alemanha e outros locais mundo afora. A decisão frustrou a tentativa do judeu alemão, Michael Duellmann, 78 anos, que tem lutado na justiça pela remoção da estátua desde 2019. 

Para a comunidade judaica, a escultura é considerada um insulto antissemita. O artefato, conhecido por “judensau” ou “porca judia”, é cercado por judeus sendo amamentados enquanto um rabino levanta a cauda do animal. Lembrando que os suínos são considerados animais impuros de acordo com Levítico 11.1. No ano de 1988, foi colocado próximo ao artefato um memorial se referindo à perseguição aos judeus e aos 6 milhões de mortos durante o Holocausto, além de uma placa que informa o conteúdo da escultura nas línguas alemã e inglesa. De acordo com o parecer do tribunal federal, a estátua “ridiculariza e denigre o judaísmo como um todo”, mas, como a paróquia adicionou ao memorial uma explicação de seu contexto histórico, a remoção foi proibida sob o argumento da existência de outras formas de remediar o problema. As autoridades entenderam que a questão foi resolvida, já que a mensagem difamatória e antissemita “foi anulada através do memorial”.

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