A relação entre fé cristã, ecologia, economia, ecumenismo e ecomenismo

A relação entre fé cristã, ecologia, economia, ecumenismo e ecomenismo

As palavras contidas no título deste artigo são parecidas, porém com significados distintos. As duas primeiras são derivadas do mesmo radical (oikos = casa).  Ecologia é uma expressão que procura apresentar a natureza como uma grande casa. É o estudo ou o conhecimento dessa grande casa. Economia é a mordomia ou administração de uma casa. Já ecumenismo é derivado da palavra oikoumene, que significa universo ou universal, mundo habitado. Tem o sentido de unir todas as igrejas cristãs e religiões do mundo. Agora, a palavra ecomenismo é um coloquismo, uma junção proposital para significar o ajuntamento da ecologia com o ecumenismo ou o ecumenismo pela ecologia, passando pelos interesses da economia mundial.

Embora não queiramos ser excessivamente teleológicos ou escatológicos, não há como negar que o mundo caminha para uma Nova Ordem Mundial e que os sinais da Segunda Vinda de Cristo estão se cumprindo a cada dia. Há um alinhamento entre os interesses do marxismo cultural com o ecumenismo religioso, passando por agendas ligadas à destruição de valores absolutos defendidos desde sempre pela verdadeira Igreja de Cristo, composta por seus membros, comprados pelo sangue de Jesus e presentes nas mais diversas denominações. Sim, há um pseudo discurso do “amor”, alinhado ao diálogo entre líderes cristãos, objetivando levá-los a repensarem os valores tradicionais para implantar valores progressistas, tais como o feminismo; a desconstrução da heteronormatividade, baseada na inclusão de modelos de união de casais que são claramente reprovados pela Bíblia (Isso já está acontecendo em algumas igrejas adeptas do ecumenismo); a defesa da ideologia de gênero; e também as pautas da ecologia, havendo, nas entrelinhas, um discurso ideológico.

Que fique claro que, temos a consciência de que, como cristãos, devemos ter o compromisso de proteger e respeitar a natureza, pois a própria Palavra de Deus nos diz que Deus nos pôs na Terra para cuidar bem dela. “E tomou o Senhor Deus o homem e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar” (Gênesis 2.15). Somos a coroa da criação de Deus. Se Ele quisesse que o ser humano não se preocupasse com a natureza e seus seres viventes, não teria dado ao homem a capacidade de nomear os seres vivos. “Havendo, pois, o Senhor Deus formado da terra todo animal do campo e toda ave dos céus, os trouxe a Adão, para este ver como lhes chamaria; e tudo o que Adão chamou a toda a alma vivente, isso foi o seu nome. E Adão pôs os nomes a todo o gado, e às aves dos céus, e a todo animal do campo [...]” (Gênesis 2.19, 20).

A questão aqui é outra. Existe uma articulação político-religiosa de pegar um tema como este para atrair cristãos e pautar uma agenda ecumênica progressista esquerdista. Hoje, os principais defensores dos movimentos ecológicos estão alinhados ao marxismo cultural.

Não podemos confundir o respeito a todas as instituições e/ou igrejas com o ecumenismo. Também não podemos confundir o fato de que devemos cuidar da natureza com cedermos às pautas ecológico-ecumênicas com uma visão claramente progressista. Se, por um lado, não devemos ter intolerância religiosa, por outro não devemos ter tolerância com princípios contrários aos da Palavra de Deus.

Nós devemos crer, orar e ensinar sobre a unidade do Corpo de Cristo. Isso é bíblico! Jesus orou pela unidade de Sua Igreja. Agora, para que haja unidade, a doutrina essencial deve ser a mesma, e ela está esposada na Bíblia Sagrada. Não podemos negociar valores absolutos!

A Palavra de Deus nos mostra, por várias vezes, que o Diabo se vale de princípios ou de biografias tão belas para procurar deturpá-los e disseminar seus mais sórdidos enganos. Na História da Igreja, também tem ocorrido o mesmo. É por isso que não nos deve causar espanto o fato de que temas tão belos, tais como preservação da natureza, respeito entre os seres humanos e unidade da Igreja, acabem sendo deturpados e transformados em engodos malignos.

Paulo, escrevendo aos efésios acerca do Inimigo das nossas almas, disse: “Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo” (Efésios 6.11). Estamos vivendo os últimos dias da Igreja de Cristo aqui na Terra e os sinais estão se cumprindo a cada dia. O mundo está se preparando para a manifestação do Anticristo e nós sabemos, com base na Palavra de Deus, que haverá um líder religioso de caráter universal, que é chamado de “falso profeta” (Apocalipse 13.11-18; 19.20). É claro que será muito mais fácil para a Besta fazer com que todas as nações adorem o Anticristo se houver uma religião unificada. O ecumenismo religioso é um terreno fértil para isso.

Concluo este texto afirmando que devemos exercer a mordomia da natureza que nos foi presenteada pelo Criador, e não transformarmos essa pauta em um laço contra nós mesmos, beneficiando as ideologias do politicamente correto; senão, ao invés de adorarmos o Rei do Universo, correremos o risco de adorarmos o Universo, caindo no panteísmo.

Também devemos ser canais de Deus para a unidade do Corpo de Cristo, pois foi o próprio Senhor Jesus quem orou para tal propósito. “Eu não rogo somente por estes, mas também por aqueles que, pela sua palavra, hão de crer em mim; para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu, em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste. E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um. Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que tu me enviaste a mim e que tens amado a eles como me tens amado a mim” (João 17.20-23).

Agora, jamais devemos ceder aos astutos ardis do ecumenismo religioso, que visa, na verdade, nos afastar das doutrinas bíblicas nestes dias tão difíceis que estamos vivendo. Preservar a natureza, sim; ecomenismo, não! Viver em unidade com os irmãos em Cristo, sim; ecumenismo religioso, não!

Por Cláudio César Laurindo da Silva.

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