Capacitação para testemunhar

Capacitação para testemunhar

Em Atos dos Apóstolos 1.4-8, Lucas descreve as palavras do Senhor sobre o revestimento que havia de vir na vida dos salvos para testemunharem sobre Jesus. O derramamento abundante do Espírito Santo sobre a Igreja, que simboliza o Seu corpo, foi algo conquistado pela Sua morte vicária e estava prestes a acontecer: “... porque, na verdade, João batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias” (Atos 1.5). O Consolador viria e seria conhecido não só como o Espírito que santifica, mas também que reveste o salvo em Jesus com capacitação divina para ser testemunha autêntica de Sua morte e ressurreição (Atos 1.8). Pelo Espírito Santo não recebemos apenas a regeneração (Tito 3.6), a santificação e o testemunho interno da salvação (Romanos 8.16), mas a operação do Seu poder em nós! A dunamys, o poder real do Espírito, é a capacidade outorgada para testemunharmos com ousadia o Evangelho de Jesus até os confins da Terra. Tudo o que presenciamos na literatura lucana no livro de Atos é o resultado real do derramamento do Espírito na vida dos apóstolos e da Igreja Primitiva. O Espírito capacitou os cristãos que, mesmo sofrendo ameaças, testemunharam com afinco sobre o Mestre.

Vejam o discurso de Pedro em Atos 2, a defesa deste ao lado de João no sinédrio, registrada em Atos 4, e ainda o testemunho fervoroso do mártir Estevão em Atos 7. Todos esses relatos são o cumprimento das nos evangelhos (Marcos 13.11; Lucas 21.12-15), e essa capacitação divina os fez experimentar o poder do Alto para testemunhar. O registro lucano no livro de Atos também menciona muitas testemunhas que só terão seus nomes conhecidos na eternidade (Atos 8.4). Foram vidas ameaçadas pela assolação que se levantou contra a Igreja daquela época, mas que, mesmo em situação adversa, testemunhavam do Senhor. Essas testemunhas notificaram da salvação em Jerusalém, Judéia e Samaria, e se espalharam pelos confins do mundo de então anunciando a mensagem da cruz.

O livro A História das Assembleias de Deus no Brasil (CPAD), de autoria do saudoso irmão Emílio Conde, relata em suas páginas o início da obra do movimento pentecostal em muitas regiões do Brasil, realizadas por servos simples, e hoje esses trabalhos se tornaram prósperos e gigantescos, para glória do nome do Senhor! O livro citado relata os desafios que essas testemunhas de Jesus enfrentaram para anunciar o Evangelho da Salvação: rodovias precárias, transportes escassos e inúmeras ameaças não foram obstáculos intransponíveis para esses verdadeiros arautos da fé. Homens e mulheres inflamados pelo fogo divino não deixaram de palmilhar o solo brasileiro levando a preciosa semente, e os resultados foram abundantes (Salmos 126.6). Outra obra cuja leitura nos torna sedentos por um reavivamento é o Dicionário do Movimento Pentecostal (CPAD), de autoria do pastor Isael de Araújo. Nele, encontramos relatados os feitos realizados por homens e mulheres que foram testemunhas poderosas de Jesus.

O Senhor já nos deu a garantia de que Sua Igreja sempre será triunfante nessa terra contra as portas do inferno (Mateus 16.18). Por mais que essas portas, que representam Satanás e todo poder maligno, resistam e intentem contra a Igreja, não suportarão a marcha de um povo pujante no poder do Espírito. Que possamos tornar a olhar para a seara que está à nossa frente e constatar que ela continua grande e os ceifeiros, poucos (Mateus 9.37,38). As intempéries da vida não podem parar o crente em Jesus de ser testemunha viva de Cristo. Muito já foi alcançado para glória do santo nome de Jesus, porém temos muito ainda para alcançar. Busquemos esse poder que deu ousadia aos cristãos primitivos (Atos 2), ao ponto de aqueles que estavam do lado de fora correrem para perto e começaram a perguntar: “Que quer isto dizer?” (Atos 2.12). O homem natural não conhece e não pode entender a linguagem divina, mas Cristo deu à Sua Igreja línguas dos céus (Atos 2.3) tanto para edificação espiritual quanto como sinal da capacitação divina para transmitirmos as grandezas do porvir, demostrando a todos os povos, línguas e nações que somente o Evangelho é a solução para toda criatura (Romanos 1.16).

Os acontecimentos presentes nos mostram que o mundo precisa urgentemente dessas testemunhas. O poder pentecostal ainda inflama e capacita, dando vigor para realizarmos a tarefa da evangelização do mundo. Pescar os pecadores para Cristo nesse revoltoso mar é tarefa primordial da igreja! Quanto mais sensíveis à voz do Senhor estivermos, mais conheceremos a direção na qual o Espírito Santo conduzirá a Igreja. Nosso Mestre nos deixou o exemplo de pregoeiro incansável na virtude do Espírito e assim devemos nos portar mediante a grande tarefa da evangelização, pois é obra urgente. O Espírito convoca os cristãos em todo o mundo para anunciar as Boas Novas, e esse mesmo Espírito é o cooperador da mensagem do Evangelho, com sinais e maravilhas por onde o Evangelho for anunciado. Nas ruas, praças, becos ou valados, o Senhor sempre levantará uma testemunha para anunciar as riquezas da salvação.

Por Antônio Adson Rodrigues Pereira.

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