Liberto das drogas e da morte por Jesus

Liberto das drogas e da morte por Jesus

Após duas overdoses e tentativas de suicídio, Marcelo Bedinot recebe libertação

Influenciado por um treinador e algumas pessoas do meio esportivo, assim começou o envolvimento do adolescente Marcelo Bedinot de Lima, à época com 16 anos, com o mundo das drogas. Natural de Guarapuava (PR), Marcelo passou a residir com a família em Francisco Beltrão (PR), onde foi apresentado ao álcool, à cocaína e à maconha. Conciliando estudo, trabalho e práticas esportivas, desejoso de um dia ser militar, o jovem se alistou aos 18 anos na 3ª Companhia do 33º Batalhão de Infantaria Motorizada, onde serviu como soldado, cabo e 3º sargento.

Apesar de focado nos estudos e bem sucedido no trabalho, o agora 3º Sargento Bedinot se viciou em entorpecentes. “Todas as noites, após o término do expediente militar, tirava a farda e vestia camisetas de bandas de rock’n’roll e heavy metal, e me drogava ouvindo essas músicas. Meu organismo subia num pico de adrenalina, mas, logo que passava, vinha o inverso, um abismo de depressão”, recorda Marcelo.

Para manter o vício, o jovem começou a pegar grandes quantidades de drogas diretamente com traficantes, dividia e vendia para pessoas influentes da cidade. Atuando como intermediário entre o tráfico e o consumidor, Marcelo passou a participar de muitas festas onde drogas eram servidas em bandejas.

“Quando a droga conhecida por crack chegou à nossa cidade, fui um dos primeiros a prová-la. Fiquei viciado já no primeiro uso, consumindo todas as noites. Não conseguia mais me conter! No trabalho, cheirava cocaína o dia todo até encerrar o expediente. Logo, começaram a perceber as alterações em meu comportamento, nas habilidades físicas e motoras”, conta.

Nesse período, após fazer o uso ininterrupto de cocaína e crack por três dias sem sair da casa onde consumia, Marcelo teve uma overdose, mas foi socorrido e voltou da parada cardiorrespiratória. Sem esperança, o jovem tentou tirar a sua vida com arma de fogo quando estava de serviço e outra vez se lançando de moto na frente de uma carreta. Nas duas ocasiões, uma voz lhe disse: “Não faça isso, tenho algo melhor para você!”.

Uma luz começou a brilhar para Marcelo quando a instituição militar onde ele trabalhava recebeu a visita dos Gideões Internacionais. Ao receber um exemplar do Novo Testamento do grupo, o 3º sargento passou a lê-lo todos os dias. “Eu aproveitava o intervalo de almoço e corria em direção a uma quadra de esportes, sentava à sombra de uma palmeira e começava a ler. Meus olhos se banhavam lendo a respeito de Jesus e Seus ensinos”, recorda.

Foi nessa época que a família dele começou a frequentar uma igreja evangélica, onde parte se converteu. Convidado a participar dos cultos, movido pelos louvores e pela pregação da Palavra de Deus, Marcelo não resistiu à voz do Espírito Santo e se entregou a Cristo. Na sequência dos dias, a família do jovem procurou o pastor Alcides Firme Adriano, que na época presidia a Assembleia de Deus em Francisco Beltrão (PR), para ajudá-lo. De pronto, o líder indicou o Centro de Recuperação Desafio Jovem Cristo é a Solução, fundado pelo presbítero Sandro Guerreiro, no município de Tubarão (SC).

Marcelo estava decidido a mudar, mas teve uma recaída. “Dei baixa no Exército, arrumei as malas para ir ao Desafio Jovem, mas antes resolvi me despedir de algumas pessoas. Passei uma semana inteira sumido de casa sem dar notícias à família, usando drogas, sem comer e sem dormir. Meu nariz sangrava de tanto uso de cocaína. As pontas dos meus dedos estavam queimadas e sem as digitais, devido a segurar o cachimbo para fumar o crack; os lábios também estavam queimados”, conta o jovem.

No dia que voltou para casa, Marcelo foi recebido por sua mãe, Dalva Maria, e pela irmã Simone, que, aos prantos, o conduziram ao banheiro. Lá, no box do chuveiro, o jovem, agora com seus 22 anos, teve sua segunda overdose. Enquanto ele se debatia em ânsias de morte, seu cunhado José Vicente chegou e acionou o Corpo de Bombeiros, orando com a sogra.

Com a chegada do socorro e sucessivas tentativas de reanimá-lo, pois ele estava como morto, um grupo de irmãos se juntou em oração à família repreendendo o espírito da morte. Sua mãe, nova convertida, disse: “Deus, foi o Senhor quem me deu este filho. Como eu não conhecia a Ti e nem a Tua Palavra, não soube educá-lo na Tua Casa. Se o Senhor pode fazer algo por ele, faça agora, porque ele está morrendo”. Após as orações, Marcelo voltou a respirar e o coração a bater.

No dia 10 de setembro de 1997, o jovem deu entrada no centro de recuperação. Nos primeiros dias no local, ele ficou sobre uma cama, o tempo todo dormindo, sem sair para comer ou ir ao banheiro. Para hidratá-lo, alguns voluntários do Desafio Jovem borrifavam água e colocavam pano úmido em sua boca. Quando ele acordou e se deu conta de onde estava, pediu para voltar à sua casa, mas a família pediu um tempo para que todos orassem.

Naquele lugar, Marcelo ouviu novamente a voz que lhe falara antes dizendo que havia algo melhor para ele. Dessa vez, ela falou: “Marcelo! Olhe para a sua direita”. Sem hesitar, ele olhou e viu este versículo na parede da cozinha da casa: “E temeu e disse: Quão terrível é este lugar! Este não é outro lugar senão a Casa de Deus; e esta é a porta dos céus” (Gênesis 28.17).

Meses de acompanhamento com oração, assimilação da Palavra de Deus e tendo sido batizado no Espírito Santo, o jovem encontrou propósito de vida e, posteriormente, desceu às águas batismais. O interno passou a fazer parte da equipe de voluntários da Casa. Hoje, Marcelo Bedinot é pastor e serve ao Senhor na Assembleia de Deus em Palhoça (SC) acompanhado de sua esposa Letícia e das filhas Júlia e Laura, que louvam a Deus pela libertação do pai.

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