Esaú, filho de Isaque, era portador de Hipertricose Lanuginosa?

Esaú, filho de Isaque, era portador de Hipertricose Lanuginosa?

Como entender o fato de seu pai ter confundido a pele de cabrito vestida por Jacó como sendo os pelos de Esaú (Gênesis 25.25)?

Em resposta à pergunta enviada a esta seção sobre o fato de lsaque ter confundido a pele de um cabrito vestida por Jacó com os pelos de Esaú, algumas considerações devem ser levadas em conta. Antes, porém, vejamos o versículo bíblico citado: “E saiu o primeiro, ruivo e todo como uma veste cabeluda; por isso, chamaram o seu nome Esaú” (Gênesis 25.25).

O termo “Hipertricose Lanuginosa” é usado por alguns comentaristas para se referir à “Síndrome do Lobisomem”, termo que não tem qualquer respaldo bíblico e nem científico, uma vez que se trata de uma lenda do folclore popular. Cientificamente falando, segundo o orpha.net, “a hipertricose lanuginosa congênita é uma doença que se caracteriza pela grande quantidade de pelos lanugos. É uma doença extremamente rara com poucos afetados ao redor do mundo. Foram relatados até hoje apenas 50 casos”.

No caso de Esaú, ele apenas nasceu com o seu corpo vermelho (ruivo) e mais cabeludo do que outros homens, o que, cientificamente, é chamado de pele lanuginosa, ou seja, que tem a natureza da lã ou penugem. A Bíblia diz que “Esaú foi varão perito na caça, varão do campo” (Gênesis 25.27), o que exclui a ideia de um homem doente.

Já com a sua idade avançada, a visão de lsaque estava bastante prejudicada: “E aconteceu que, como Isaque envelheceu, e os seus olhos se escureceram, de maneira que não podia ver, chamou a Esaú, seu filho mais velho, e disse-lhe: Meu filho! E ele lhe disse: Eis-me aqui!” (Gênesis 27.1). Nesse momento, lsaque ordenou a Esaú que fosse ao campo, trouxesse alguma caça, e fizesse um guisado como ele gostava (vv. 2-4).

Rebeca, a esposa de lsaque, observou tudo e, como amava mais a Jacó (Gênesis 24. 28), usou de astúcia, ordenando a ele que preparasse aquele guisado e levasse a seu pai lsaque (vv. 6-10). Orientado por sua mãe, Jacó veste-se com as roupas de gala do irmão, para que lsaque pudesse sentir o cheiro de Esaú (v.15). E, com pelos de cabrito, Rebeca cobriu as mãos de Jacó e a lisura de seu pescoço. Assim Jacó ficou parecendo ser Esaú.

Jacó vai ao encontro de seu pai lsaque, dizendo-lhe: “Eu sou Esaú, teu primogênito. Tenho feito como me disseste. Levanta-te agora, assenta-te e come da minha caça, para que a tua alma me abençoe” (Gênesis 27.19, 21-23). Isaque come do guisado e abençoa Jacó (Gênesis 27.25-29). Ao perceber que tinha sido enganado, lsaque estremece, mas era tarde demais. Ele já havia comido o guisado e abençoado Jacó em lugar de Esaú (vv. 30- 35).

Está bem claro que Jacó, orientado por sua mãe Rebeca, agiu com esperteza e engano, o que lhe rendeu o direito à primogenitura, a qual consistia em: a) ser líder e sacerdote na adoração a Deus; b) ser o patriarca e chefe da família; c) receber dupla porção da herança paterna (Deuteronômio 21.17); e d) ter o direito à bênção do Concerto, conforme Deus prometera a Abraão.

Jacó não agiu por meio da fé, mas por oportunismo, uma forma desleal de se obter vantagens. No entanto, lembremos que Esaú, certo dia, ao chegar do campo cansado e com fome, abriu mão desse direito trocando-o por um prato de guisado com lentilhas. Eis as suas próprias palavras: “E disse Esaú: Eis que estou a ponto de morrer, e para que me servirá logo a primogenitura?” (Gênesis 25.29-34). Esaú profanou e desprezou esse direito que era seu, não dando a devida atenção à invocação da graça e da bênção de Deus que seriam deles quando seu pai viesse a morrer (Hebreus 12.16,17). Devemos evitar cometer o erro de Esaú.

Desta narrativa bíblica, aprendemos que não devemos trocar a nossa salvação e a esperança da glória que nos espera por prazeres atuais momentâneos. Que Deus abençoe a todos em Cristo, seu amado Filho!

Por Waldemar Pereira Paixão.

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