Trazer à memória livramentos ocorridos no passado certamente ajudarão a manter viva a esperança nos dias presentes. A guinada política vivida pelos Estados Unidos e o temor de que a nova política externa estadunidense privilegie os inimigos de Israel, somada à instabilidade política interna vivida, ainda, pelos israelenses, com as tensões e pouca segurança trazidas pelo sistema atual, em que o governo precisou ser ‘dividido’ entre Netanyahu e seu opositor, são fatores que vêm deixando a nação, no mínimo, intranquila.
Independentemente disso, Israel progride nos acordos internacionais, fortalecendo-se através de alianças as mais diversas. Para citar apenas duas, foi fechado um acordo de 1,7 bilhão de dólares com a Grécia, através do qual o Ministério de Defesa fornecerá equipamentos e infraestrutura para a Força Aérea Helênica, passando a administrar a escola de voo e atendendo aos apelos que se fizerem necessários para o treinamento, suporte logístico e manutenção de aeronaves. Segundo o ministro da Defesa, Benny Gantz, “este acordo reflete as excelentes e crescentes relações que temos com a Grécia”. Segundo ele, “é uma parceria de longo prazo que atenderá aos interesses de Israel e da Grécia, criará centenas de empregos em ambos os países e promoverá a estabilidade no Mediterrâneo”. O ministro da defesa grego, Nikolaos Panagiotopoulos confirma as expectativas de que a aliança trará um maior fortalecimento e aprofundamento nas relações entre os dois países, já envolvidos em outro importante acordo, juntamente com Chipre, que os faz trabalhar conjuntamente na construção de um gasoduto subaquático para o fornecimento de gás natural das fontes israelenses para o mercado europeu. Um intento comercial dessa magnitude não seria possível sem a presença de cooperadores que partilhem das águas mediterrâneas. Outro acordo, envolvendo altíssimas quantias em dólares, foi registrado por Aryeh Savir para o The Jewish Voice: “No fim de semana, a Organização de Defesa de Mísseis de Israel (IMDO), da Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento de Defesa (DDR&D), do Ministério de Defesa Iron Dome entregou a segunda das duas baterias de Defesa Iron Dome aos EUA”. Segundo Bennny Gantz, “a entrega da Cúpula de Ferro ao Exército dos EUA demonstra, mais uma vez, as relações estreitas entre o Ministério da Defesa de Israel e o Departamento de Defesa dos EUA [...]. Estou confiante de que o sistema ajudará o Exército dos EUA a proteger as tropas americanas de ameaças balísticas e aerotransportadas”. Savir fez menção, em seu artigo, ao aniversário de uma década de operações da Cúpula de Ferro em Israel, com mais de 2400 interceptações e uma taxa de 90% de sucesso, com a salvação de muitas vidas de israelenses. O sistema israelense é composto por quatro camadas de defesa, correspondendo a quatro subsistemas, ou seja, o sistema Iron Dome, que intercepta mísseis de curto alcance, o sistema Magic Wand, destinado aos de médio alcance, e os sistemas Arrow 2 e Arrow 3, para as ameaças de longo alcance. É dito popular, no entanto, que existe uma quinta e mais poderosa camada, sendo ela a verdadeira causa da segurança de um país tão pequeno e cercado de tantos opositores – trata-se da mão do Todo Poderoso, acima das quatro camadas de proteção, oferecendo a verdadeira defesa de que Israel precisa, sendo aquela com a qual pode, verdadeiramente, contar.
A procura por uma defesa eficaz também alcança outras áreas, como a área da saúde. Contra o inimigo invisível do Coronavírus, o país lançou, no dia 19 de dezembro [2020], uma ampla campanha de vacinação. Mais de 1,5 milhão de israelenses já receberam a primeira dose da vacina produzida pela americana Pfizer e o primeiro ministro vinha participando como verdadeiro ‘garoto propaganda’ do processo, até que, mais uma vez, levantou opositores por causa de uma medida impopular. Netanyahu decidiu estabelecer um documento chamado ‘passaporte verde’, destinado a registrar as diversas fases da vacinação – sua posse permitiria ao portador entrada em +shoppings, comércio em geral, trânsito e acesso aos lugares públicos. A ideia não foi bem aceita numa comunidade onde ainda se tem, bem nítida, a lembrança dos dias terríveis da perseguição nazista. Filhos, netos e, mesmo, alguns sobreviventes do holocausto reagiram ao projeto, que ainda está em discussão. De qualquer modo, com iniciativas mais ou menos aceitas, o governo prossegue tentando oferecer proteção aos nacionais.
Curiosamente, num momento de batalhas ou preparação de batalhas, guerras ou intenções de guerras, sejam elas balísticas ou biológicas, quando conceitos como ataque, defesa, proteção, aliança e fortalecimento de laços internacionais são o dia-a-dia dos noticiários, além, é claro, dos cifrões envolvidos nas negociações que essa movimentação requer, surgem e crescem, sabe-se lá a partir de que comentário encontrado nas redes sociais, dúvidas acerca de uma conhecida expressão que recorrentemente usamos para nos referir a Deus, especialmente quando o assunto envolvido é a defesa e proteção de Seus filhos e o combate aos Seus inimigos. Trata-se do termo “Senhor dos Exércitos”. Seria a expressão bíblica, lícita, possível de ser usada pelos servos de Deus que são criteriosos quanto ao uso que fazem das palavras? Passado o espanto que a própria questão provoca, procuremos basear o uso do termo, segundo a Palavra. O primeiro livro de Samuel, capítulo primeiro e versículo 3, relata que Elcana subia desde sua cidade, de ano a ano, para adorar e sacrificar ao Senhor dos Exércitos. No original, temos “le YHWH Tsevaot”, literalmente, para YHWH dos exércitos. Tsevaot é palavra para forças armadas, exército, ajuntamento, multidão organizada, grupos unidos com um objetivo, tropas... Outras passagens trazem a expressão tsavat que, tendo um sentido coletivo, também pode ser traduzida por exércitos. A questão que tem causado dúvidas está na tradução do tetragrama YHWH, uma vez que sua pronúncia foi perdida ao longo dos séculos, sendo substituída pela expressão HaShem (O Nome) nas comunidades judaicas, ou pelas expressões Deus, Senhor, Adonai (que é Senhor), ou, entre os que não têm problemas com uma tradição que não visa minimizar o valor do nome em sua expressão original, mas apenas facilitar a identificação do termo quando de sua aparição, as expressões Jeovah ou Yaweh. Dizer, contudo, que seria um erro declararmos que Deus é o Senhor dos Exércitos reflete um exagero, uma vez que todos os termos citados podem ser atribuídos a Ele. A adoração do fiel transita entre os nomes e deles faz uso livre e reverentemente, sem pecar contra a verdade.
Valendo-nos da provocação, podemos trazer à mente que o Eterno é o Deus que domina sobre as miríades de anjos e sobre os seres celestiais que compõem o entorno de Seu trono. Domina sobre todos os seres angelicais, caídos ou não, pertencendo-Lhe a autorização final para que cada um possa agir. Gênesis 2.1 refere-se aos astros como o exército de Deus, o grande exército que Ele criou. O exército de Israel é dEle, mas igualmente são dEle os exércitos dos inimigos de Israel. David, o guerreiro, foi por Ele criado, mas também o foi Golias, que afrontou Seu nome. Mesmo os gafanhotos, conforme expressou o profeta Joel, são exército de Deus. Anjos, homens, coisas criadas, grandes ou pequenos animais submetem-se, igualmente, Àquele que é Senhor de todas as tropas existentes. Que dizer, então, dos vírus, que nem podem ser classificados como animais ou como vegetais...; também esses estão sob Seu domínio. Em dias de ameaças à saúde é especialmente adequado recordar que existem soldados dentro do ser humano, conforme nos ensinaram nossos primeiros mestres, quando crianças nos assentávamos nos bancos escolares. Soubemos de células de defesa do organismo, soldadinhos, um verdadeiro exército interior, feito pelo Criador para proteger o corpo dos ataques externos. A esperança torna-se tremenda mesmo para aqueles cujo sistema imunológico, pelos mais diversos motivos, tem sido declarado fraco ou como que morto. Ezequiel, o profeta, contou-nos do poder de Deus fazendo levantar, a partir de ossos sequíssimos espalhados por um vale, um exército grande em extremo. Sim, Ele é o Senhor dos Exércitos, Jeovah dos Exércitos, HaShem dos Exércitos, Deus dos Exércitos, Inefável dos Exércitos, cujo poder vai além dos reforços ou despertamentos que algum agente imunizante possa provocar, operando a ressurreição das forças internas que ele mesmo criou e capacitando-nos a vencer o mal. Vacinas virão e passarão e os indivíduos decidirão sobre o seu uso, sem que isso abale ou defina a qualidade da fé pessoal, mas não deixemos de pedir a Ele que tome nosso pequenino (embora numeroso) exército de defesa e o torne forte e vitorioso para Sua Glória. Jeovah Tsevaot também é Senhor dos glóbulos brancos, Senhor dos leucócitos, sim, o Senhor das miríades celestiais também o é das miríades celulares.
Quanto às ameaças do mal, em qualquer que seja o campo de batalha, mesmo quando a morte pareça inevitável, pois o decreto já foi emitido, que todas, à uma, transformem-se em motivo de festa, de júbilo, de alegria. Saibam as gerações futuras, do grande livramento que o Senhor nos deu, usando poucos ou muitos, através de batalhas ruidosas ou silenciosas, fazendo uso de maior ou menor aporte tecnológico, razão pela qual rendamos nossa gratidão eterna. Só Deus livra Israel.
Por, Sara Alice Cavalcanti.
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