Rei Uzias: da humildade ao orgulho

Rei Uzias: da humildade ao orgulho

O texto bíblico de 2 Crônicas 26.1-23 relata a história do renomado rei Uzias, que começou a governar com 16 anos de idade e iniciou muito bem, teve um governo bem sucedido e reinou por mais de 50 anos em Judá (2 Reis 26.3). Suas realizações e feitos lhe deram notoriedade, fama e poder, a ponto de ser comparado a Salomão. No entanto, devido ao pecado do orgulho, Deus o feriu de lepra na parte final de sua vida. “Começou pelo caminho da humildade e terminou pelos escombros tenebrosos da arrogância”.

1. Começou pela humildade e temor a Deus – “E fez o que era reto aos olhos do SENHOR, conforme tudo o que fizera Amazias, seu pai” (2 Crônicas 26.4). Notável e bem-sucedido, Uzias expandiu seu reino e teve várias vitórias sobre diversas nações. Suas realizações e feitos foram espetaculares; começou humildemente fazendo tudo o que era reto aos olhos do Senhor.

2. Começou pelo caminho da oração — “Porque deu-se a buscar a Deus nos dias de Zacarias, sábio nas visões de Deus; e, nos dias em que buscou o SENHOR, Deus o fez prosperar” (2 Crônicas 26.5). No princípio de seu reinado, a bênção de Deus estava sobre o Rei Uzias, dando a ele grandes vitórias e grandes conquistas, inclusive sobre os inimigos de Judá; edificando cidades dentro das áreas controladas pelo exército dos filisteus (2 Crônicas 26.6,7): “Porque saiu, e guerreou contra os filisteus, e quebrou o muro de Gate, e o muro de Jabné, e o muro de Asdode, e edificou cidades em Asdode e entre os filisteus. E Deus o ajudou contra os filisteus, e contra os arábios que habitavam em Gur-Baal, e contra os meunitas”. Melhorou a qualidade de vida dos moradores de Judá, se tornou grande empreendedor na construção civil, realizando grandes projetos e construções para o reino de Judá (2 Crônicas 26.9,10).

A Bíblia de Estudo Pentecostal (CPAD, 2000) divide o reinado de Uzias em duas partes, as quais são: os anos em que ele buscou ao Senhor e os anos em que foi infiel ao Senhor. Não há dúvida de que buscar ao Senhor resulta em bênçãos, ajuda, vitórias, conquistas, ao passo que deixar de buscar a Deus resulta em fracasso espiritual e sofrimento, ou retardamento da bênção. Após as estupendas vitórias do Rei Uzias, sobre os reinos dos filisteus, arábios e os meunitas, seu reino foi ainda mais fortificado e os reinos vizinhos começaram a dar presentes a Uzias como reconhecimento de seus feitos, e sua fama chegou até o poderoso reino do Egito (2 Crônicas 26.8). Historiadores afirmam que Uzias teve o total controle sobre as rotas desde a Arábia até a Filistia e o Egito.

3. Nos dias em que buscou o Senhor, Deus o fez prosperar – Com todas essas gigantescas e robustas melhorias nas construções de Jerusalém dando segurança aos habitantes, como construção de torres; o reino de Judá estava vivendo uma economia próspera. Poços foram construídos em uma região desértica de Judá para os rebanhos que não paravam de crescer, abastecendo a economia regional (2 Crônicas 26.10). A prosperidade do reino resultou em equipamentos bélicos e militares, soldados bem treinados e equipados para dar total segurança ao reino de Judá; homens foram treinados e capacitados para que dessem a garantia da soberania e o bem-estar dos moradores do reino (2 Crônicas 26.15).

Tudo isso só foi possível porque Deus o ajudou nos dias em que ele buscou o senhor, assim Deus o fez prosperar em tudo, material e espiritualmente.

4. O sentimento de orgulho entra fortemente no coração de Uzias – “Mas, havendo-se já fortificado, exaltou-se o seu coração até se corromper; e transgrediu contra o SENHOR, seu Deus, porque entrou no templo do SENHOR para queimar incenso no altar do incenso” (2 Crônicas 26.16). É difícil quando uma pessoa não compreende que tudo o que ela possui e realiza provém da ajuda de Deus. O rei não percebeu e não entendeu que sua prosperidade provinha da bondosa mão de Deus; e deixou o sentimento de orgulho invadir seu coração para corromper-se contra o Senhor; o que o levou aos pecados de presunção e de infidelidade; na verdade, ele desprezou tudo o que Deus tinha dado no decorrer dos anos.

Orgulho gera ingratidão. O rei Uzias foi ingrato com Deus, Deus o abençoou dando-lhe habilidades e competência para governar, dando-lhe saúde emocional, espiritual, física e mental e muita sabedoria para se conduzir diante do povo e expandir o seu reino (2 Crônicas 26.5-13). No entanto, ele jogou fora tudo que Deus lhe deu.

Orgulho gera petulância: o rei teve a audácia de entrar no templo e queimar incenso que só era permitido a um sacerdote ungido por Deus para realização da nobre função. Por seu insulto ao Senhor; Deus imediatamente o feriu de lepra com a qual teve que conviver com ela o final de seus dias, e morreu leproso. Petulância é sinônimo de atrevimento, irreverência, desaforo, descaramento, insulto, arrogância. A lei mosaica previa que somente os sacerdotes podiam realizar rituais do sacrifício ( Números 3.5-10). Portanto, o rei Uzias não era sacerdote e não tinha autorização do colégio sacerdotal para adentrar o Templo e oferecer sacrifício.

O orgulho gera usurpação de poder: o rei usurpou o poder sacerdotal, ou seja, se auto intitulou sacerdote e partiu para o enfrentamento hostil com oitenta e um sacerdotes liderados por Azarias (2 Crônicas 26.17); ao tentar exercer o sacerdócio à força, ele estava demonstrando um ato de rebeldia e desprezo a Deus, o qual recebeu a justa sentença de forma fulminante. O rei estava convencido pelo sentimento de orgulho que teria que ser sacerdote, pois era o rei mais famoso da história de Judá. Afama subiu pra cabeça e resultou em uma queda drástica. Orgulho destrói a espiritualidade. Se o rei Uzias tivesse se arrependido e suplicado a Deus o perdão, o Senhor tinha perfeitamente o perdoado, mas, ele se manteve firme na afronta e perseverou no pecado e se indignou com os conselhos dos sacerdotes (2 Crônicas 26.19). O sentimento de orgulho endurece o coração. Nesse momento, o rei pegou o incensário para queimar o incenso, e foi aí que “a lepra lhe saiu na testa”. O pecado consumado gera a morte. Assim, os sacerdotes tiraram-no imediatamente do templo, e ele mesmo percebeu que tinha sido ferido por Deus (2 Crônicas 26.20).

Doente, não podia estar em público, nem no palácio (Levíticas 13.45-46); logo, foi para o isolamento, o chamado “leprosário”, uma casa isolada onde ficavam os leprosos (Gálatas 6.7).

O rei Uzias trabalhou bem a maior parte de sua vida, fez o que era reto e correto aos olhos de Deus, mas tornou-se extremamente orgulhoso, arrogante, corrupto, o que culminou com sua queda e ruína terríveis.

Por, Mauricio Brito.

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