Qual o significado do uso do véu nas mulheres em Corinto?

Qual o significado do uso do véu  nas mulheres  em Corinto?

Por que o apóstolo não faz referência à utilização desse utensílio em outras igrejas, mas apenas na Carta aos Coríntios (1 Coríntios 11.2-6)?

Paulo, o grande apóstolo, homem com muita sabedoria e compreensão concedidas pelo Espírito Santo, traz lições preciosas no contexto de sua primeira Carta aos Coríntios a respeito do bom andamento da obra de Deus, sem perder, no entanto, os preceitos e tradições estabelecidos por Deus à Sua Igreja amada. Outrossim, percebemos que ele inicia o capítulo 11 estabelecendo a conexão com Cristo, quando diz: “Sede meus imitadores, como também eu, de Cristo”. O Apóstolo dos Gentios passa então a desenvolver a importância da hierarquia divina instituída por meio do vocábulo cabeça: Deus – Cristo – homem – mulher, em que cada um dos três primeiros é cabeça do seguinte. A Bíblia Sagrada afirma que Deus e Cristo são iguais, mas Cristo, como homem, o segundo Adão, vem de Deus e, neste sentido, Deus é a cabeça de Cristo. O homem, por sua vez, é a cabeça da mulher. Assim sendo, a hierarquia divina distingue o papel e a posição tanto do homem como da mulher, sem entrar no mérito de superioridade ou inferioridade na distinção entre eles (assim como no caso do Pai e Jesus), pois tanto na igreja como no lar a função de ambos é distinta e para Deus todos são iguais.

Ao tratar da condição do homem que ora ou profetiza com a cabeça coberta, Paulo retrata que o homem estaria desonrando a cabeça espiritual, que é Cristo, sendo que o homem representa a coroação da imagem e glória de Deus. No caso da mulher, já ocorre o contrário, pois a Palavra de Deus afirma que se a mulher orasse ou profetizasse sem usar a cobertura com véu, estaria desonrando a cabeça dela, que é o homem, e, por conseguinte, desonrando a Cristo.

Deve-se considerar que, segundo os historiadores, na cultura da época, a cidade de Corinto possuía diversos templos pagãos. Entre eles havia o templo da deusa Afrodite, considerada nos tempos antigos a deusa do amor erótico, da sensualidade, da fertilidade e da beleza. Sendo assim, no templo de Afrodite havia muitas prostitutas que serviam à sua deusa e satisfaziam aos que procuravam realizar os desejos carnais. Essas mulheres tinham por costume ter seus cabelos curtos ou até mesmo raspados.

Tendo isso em vista, o apóstolo Paulo trata da importância de as mulheres cristãs se diferenciarem das prostitutas pelo uso do véu ou destacando seus cabelos alongados, para que em suas aparições em ambientes públicos, tais como reuniões das igrejas, não fossem confundidas com as mulheres dos cultos pagãos do templo de Afrodite. Por outro lado, Paulo também resgata a submissão estabelecida na construção da tradição entre os antigos, pois a mulher de bom caráter não aparecia em público sem estar com a cabeça coberta por um véu. Caso acontecesse de a mulher aparecer em público sem o véu, isso era visto como rejeição ou rebelião a seu marido.

O apóstolo visava preservar a atitude do bom relacionamento nos lares e a boa reputação da mulher cristã. Ao mesmo tempo, Paulo confronta as possíveis mulheres que não gostariam de usar o véu como forma de honrar seus maridos e, portanto, a Cristo, com o texto de 1 Coríntios 11.6, que diz: “...se a mulher não se cobre com véu, tosquie-se também. Mas, se para a mulher é coisa indecente tosquiar-se ou rapar-se, que ponha o véu”. Isso seria um tanto constrangedor e nenhuma mulher estaria disposta a se submeter a tal prática; portanto, todas concordariam com o uso do véu.

Poderíamos questionar por que Paulo não tratou desse assunto em outras cartas dirigidas a outras igrejas ou cidades? Seria porque a cidade de Corinto estava impregnada com a cultura dos templos pagãos e por ser uma cidade licenciosa? São questionamentos que surgem e, portanto, não se encontra uma plausibilidade de respostas afirmativas, a ponto de dirimir essas questões. Mas é sabido que em outras cidades, que não sofriam a influência cultural pagã tão forte como em Corinto, as mulheres seguiam tranquilamente com o uso do véu e reconheciam a autoridade estabelecida por Deus na criação: o papel da mulher como adjutora e pronta a servir ao seu marido como aquele que honra a Cristo, a cabeça espiritual, que honra a Deus, o Supremo Criador e merecedor de toda glória.

Por, Agissé Levi da Silveira.

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