O que aconteceu com o Seio de Abraão?

O que aconteceu com o Seio de Abraão?

O Seio de Abraão ainda existe (Lucas 16.22)? É para lá que os crentes falecidos vão e permanecem até o Arrebatamento?

Esta expressão “seio de Abraão” aparece na Bíblia no contexto de uma parábola que Jesus contou a respeito do destino eterno de dois indivíduos que viveram vidas totalmente opostas e que no tempo devido morreram, sendo então suas almas conduzidas ao Hades. Nesse Hades, o homem rico foi posto em um lugar de tormento e Lázaro foi levado pelos anjos ao seio de Abraão (Lucas 16.22,23). Os judeus tinham três formas de indicar a felicidade eterna dos justos após a morte: 1) eles regressam ao Jardim do Éden; 2) eles vão descansar debaixo do Trono de Glória; e 3) eles encontram descanso no Seio de Abraão. Jesus fez uso do “Seio de Abraão” como lugar de conforto e felicidade eterna de Lázaro e de todos os justos (Lucas 13.28; 16.23).

Esse lugar é mencionado mais de 100 vezes no Antigo Testamento como “hades” – que é uma tradução da Septuaginta para a palavra hebraica she’ol, o lugar que recebe os mortos. Claramente havia neste lugar um abismo que o dividia entre lugar de tormento para os ímpios e “Seio de Abraão” para os justos (Lucas 16.26). Entretanto, há duas revelações importantes nas Escrituras sobre esse Hades. Primeiro, esse Hades como lugar de felicidade eterna ou “Seio de Abraão” sofreu uma mudança com a morte de Cristo na cruz e Sua vitória sobre a morte e o inferno (hades), garantindo aos que nele creem um lugar no Paraíso: “...fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém! E tenho as chaves da morte e do inferno (hades)” (Apocalipse 1.18). Ao malfeitor arrependido, crucificado ao Seu lado, Jesus disse: “Hoje estarás comigo no Paraíso” (Lucas 23.43). Observe que Jesus não diz hades, mas “paraíso”, claramente indicando a mudança que aconteceria com Sua entrada triunfal no hades, conquistando aos salvos um lugar “no meio do Paraíso de Deus” (Apocalipse 2.7).

O apóstolo Paulo descreve em Efésios 4.8-10 como Cristo desceu às partes mais baixas da terra e, subindo ao alto, levou cativo o cativeiro. Neste texto, as palavras “desceu” e “subindo ao alto” apontam nitidamente para a mudança ocorrida. O mesmo apóstolo Paulo, ao descrever uma experiência pessoal em 2 Coríntios 12.1-4, diz que teve um arrebatamento no qual foi levado ao “terceiro céu”, e no verso 4 ele chama esse “terceiro céu” de Paraíso. Ora, esse “terceiro céu” está acima do céu visível aos nossos olhos (Gênesis 1.9) e acima das estrelas ou espaço sideral (Gênesis 1.14). Portanto, o lugar de felicidade eterna dos justos ou “Seio de Abraão” foi removido por Cristo do Hades, transportado às alturas celestiais e chamado de Paraíso em referência à restauração da comunhão perfeita do homem com Deus, como no princípio com Adão no Jardim do Éden (Apocalipse 2.7). É exatamente para este lugar, o “Seio de Abraão”, chamado de “Paraíso” por Cristo e pelo apóstolo Paulo, que os crentes permanecem em perfeito gozo e felicidade até o dia do Arrebatamento da Igreja, quando os que estiverem mortos (em descanso no Seio de Abraão) “ressuscitarão primeiro; depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor” (1 Tessalonicenses 4.16,17).

Em segundo lugar, esse Hades como lugar de tormento continua sendo nas partes mais baixas da terra (Efésios 4.9; Provérbios 15.24) e não é o lugar definitivo dos ímpios, e sim um lugar temporário até o grande dia do Juízo Final, quando então Satanás, o Falso Profeta, a Besta e todos cujos nomes não foram achados no Livro da Vida, juntamente com o próprio Hades, serão lançados no Lago de Fogo (Apocalipse 20.10-15).

Por, Sergio Bastian.

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