Corrigindo nossa rota rumo ao Céu

Corrigindo nossa rota rumo ao Céu

"Examinai-vos a vós mesmos, se permaneceis na fé, provai-vos a vós mesmos. Ou não sabeis quanto a vós mesmos, que Jesus Cristo está em vós? Se não é que já estais reprovados” (2 Coríntios 13.5).

Estamos em uma viagem na qual o ponto de partida é a Terra e o ponto de chegada é o Céu. Portanto, sabemos o caminho (João 14.4), sabemos também como chegar ao destino. Mas, ao longo da viagem, muitas coisas acontecem, e é necessário fazer uma correção na rota ou no rumo.

A Bíblia nos adverte para o exame introspectivo, ou seja, a Palavra de Deus sempre nos orienta a olharmos para dentro de nós mesmos. Há um ditado que diz: “Quem olha para fora sonha, quem olha para dentro acorda”. O filho pródigo só alcançou a misericórdia do Pai quando “caiu em si”, ou seja, olhou para dentro dele (Lucas 15.17,18). A verdadeira mudança começa quando olhamos para o nosso interior.

É preciso que o crente faça essas perguntas introspectivas sempre com o propósito de corrigir a rota que o leva ao céu: a) Eu estou longe do Reino de Deus? b) Eu estou perto do Reino de Deus? c) Eu estou dentro do Reino de Deus?

Essas perguntas nos fazem pensar o seguinte: Quem está longe e quem está perto está fora do mesmo jeito. Pensemos sobre a correção da rota aérea do avião. O conceito do GPS (Global Positioning System = Sistema de Posicionamento Global), usado na aviação, serve como base para o entendimento da correção de rota. Mesmo com o plano de voo definido, o comandante da aeronave cuida para manter o avião na rota certa. O destino já foi traçado, porém, durante a viagem, o vento pode fazer o avião sair da rota certa. Com a rota alterada, o avião chega ao destino, mas pode ser que não chegue à posição correta para a aterrissagem. Ou seja, chegou perto do aeroporto, mas não no aeroporto.

Transportando esse conceito para a vida cristã, significa que o crente que não faz a devida correção na sua rota Terra/Céu pode chegar bem perto da entrada do céu e ficar fora (Mateus 7.21). A orientação da Bíblia é sempre para cuidarmos da nossa vida espiritual: “Tem cuidado de ti mesmo” (1 Timóteo 4.16). Devemos estar sempre atentos às nossas atitudes e pensamentos para não cairmos em pecado e nos desviarmos da rota. Não podemos correr o risco de chegarmos tão perto do céu e ficarmos do lado de fora.

A partir daqui, vejamos três pontos para correção.

Correção do amor. “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (João 13.35). Neste caso, amor ágape, amor de Deus derramado em nosso coração (Romanos 5.5).

Esse amor tem características. É o amor da paciência, da experiência e da esperança. O amor de Deus nos fortalece nos momentos difíceis e nos conduz à vitória. Nada pode nos separar desse amor (Romanos 8.35). Jesus nos alertou que no mundo teríamos aflições, mas garantiu que Ele venceu o mundo (João 16.33). Ele venceu por nós e para nós. Jesus é mais que vencedor: Ele nasceu Rei (Mateus 12.2). Jesus venceu o mundo para nos mostrar o Seu grande amor e cuidado. Apesar dos conflitos inevitáveis que os discípulos enfrentariam, eles não estariam sozinhos. Jesus também não nos abandona em nossos conflitos. Lembremos sempre que a vitória final já foi ganha e, assim, poderemos declarar a paz de Cristo nos tempos mais desagradáveis (João 14.27).

Outras características do amor são que ele é doação, não espera nada em troca e que amamos a Deus porque fomos amados por Ele primeiro (1 João 4.19). O amor de Deus é a fonte de todo o amor humano. É o amor que suporta a fraqueza dos fracos (Romanos 15.1, 2); o amor da atitude (1 João 3.18), o amor que consola os irmãos e que mantém a Igreja unida (Colossenses 2.2). Onde o amor de Deus transborda através dos irmãos e irmãs não existe competição, mas, sim, cooperação. O amor ágape transforma a união em unidade. Em Atos 3.1, vemos que Pedro e João tinham o mesmo propósito: eles “subiam juntos ao templo” para orar. É urgente voltarmos para a rota do amor. O amor é a principal marca de Cristo em uma vida transformada pelo poder de Deus. Esse amor é a garantia de uma vida cheia do Espírito Santo e que caminha perseverante para passar a eternidade ao lado de Cristo no céu.

Correção da obediência. “Jesus foi obediente até a morte, e morte de cruz” (Filipenses 2.2). Jesus obedeceu ao Pai em tudo. A palavra obediência está ligada à palavra audição, ou seja, para obedecer é preciso ouvir, e ouvir com ouvidos atentos. Aquele que ouve, obedece e guarda os mandamentos de Jesus é quem O ama (João 14.21). O salvo em Cristo não tem dificuldade de obedecer o Senhor Deus, o pastor da igreja, as leis eclesiásticas, as leis cívicas etc. A Igreja tem regras e normas que precisam ser obedecidas. O obediente não causa divisão na igreja, não causa dissensão entre irmãos, não traz trabalho para o pastor, mas trabalha com o pastor. O obediente não procura argumentos humanos para questionar o dizimo; ele agradece a Deus pela oportunidade de devolver um pouquinho de tudo o que o Senhor tem lhe concedido. O obediente está sempre pronto a servir. Jesus disse que Suas ovelhas ouvem e obedecem Sua voz (João 10.27).

Correção do perdão. Há na Bíblia uma séria advertência de Jesus quanto ao perdão. “Se perdoarmos a quem nos ofendeu, Deus nos perdoa, se não perdoarmos Deus também não nos perdoa” (Mateus 6.14,15). Antes de adorar a Deus, perdoe (Mateus 5.23-26). Perdoe enquanto estão juntos no caminho. Se um for tirado do caminho o outro ficará com um horrível remorso que o escravizará para sempre. Por isso, devemos perdoar e pedir perdão enquanto estamos vivos e no mesmo caminho. O perdão promove comunhão, promove a paz e traz salvação. Não deixe o tempo passar para não virar raiz de amargura (Hebreus 12.14,15). A falta de perdão impede a comunicação com Deus (1Pe 3.7).

O perdão cura de dentro para fora. Um exemplo bíblico é o endemoninhado gadareno (Marcos 5.15-20). Esse homem, ao ser liberto dos demônios que o escravizavam, implorou para ir com Jesus, mas o Mestre recomendou que ele voltasse para a sua casa e contasse o que Deus fez na sua vida. Não é difícil imaginar como era a convivência com esse homem quando ele estava dominado por demônios. Imaginemos, portanto, quantas feridas sentimentais e até físicas a família e os amigos dele carregavam. Se Jesus tivesse levado o homem consigo, certamente seria um grande testemunho por onde ele passasse, mas ficariam muitos problemas sem resolver na casa e na vizinhança do gadareno. Aqui, vejo que o Mestre nos ensina uma preciosa lição de perdão e comunhão: tudo começa em casa. Se estiver tudo bem na família, então estará bem em qualquer lugar; se não estiver bem na família, também não estará bem em lugar nenhum. Uma vez curado por dentro o homem foi para os seus e levou a cura por fora, ou seja, ele estava curado e todos os seus teriam a oportunidade de serem curados também.

Reflitamos nisso: não adianta fugir da situação, a situação vai junto. É melhor obedecer a Palavra de Deus e pedir perdão. Quem não perdoa carrega um peso que não é seu e impede que as bênçãos de Deus cheguem à sua vida, além de correr o sério risco de ficar de fora do Reino de Deus. Perdoar e pedir perdão não são sinais de fraqueza e nem covardia. Perdoar não é sinal de tolerância com o erro e não anula a justiça de Deus. Quando perdoamos e pedimos perdão, somos livres da condenação, porém as consequências do nosso erro podem vir para nós. O malfeitor que estava na cruz ao lado de Jesus e reconheceu a sua situação de pecador pediu ao Mestre que se lembrasse dele e o Senhor o perdoou, porém a vida que ele levou lhe trouxe como consequência a morte na cruz, ou seja, ele foi perdoado e salvo do inferno, mas não desceu da cruz (Lucas 23.42, 43). Quem não perdoa se coloca acima de Deus, porque Deus nos perdoou e nos perdoa sempre que nos humilhamos e reconhecemos a Sua Soberania sobre nós.

Como reflexão final a este texto, pensemos sobre o que o apóstolo Paulo escreveu a Tito. Ele diz que Jesus “se deu a si mesmo por nós, para nos remir de toda iniquidade e purificar para si um povo seu especial, zeloso de boas obras” (Tito 2.14). É um povo “especial”, porque nascemos de novo, somos filhos de Deus, caminhamos perseverantes, livres da condenação do pecado e rumo ao céu de glória; é “zeloso” porque guardamos a doutrina bíblica e praticamos os ensinamentos de Jesus, somos zelosos; é “de boas obras” porque a fé produz boas obras. O salvo não tem prazer em fazer o mal, tudo o que tem em sua casa e fora dela glorifica a Deus. A alegria do crente salvo é fazer o bem, andar em integridade de vida e ser parecido com o seu Salvador. É urgente a correção da rota! O Céu é real! Cristo está voltando!

Por, Marcio Antonio da Silva.

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