O papel e a importância da música

O papel e a importância da música

O episódio que contextualiza o texto de 2 Reis 3.15 narra um momento em que o profeta Eliseu se encontra diante de autoridades que o procuram para que fale em nome do Altíssimo a respeito de uma guerra iminente, sobre a qual não havia uma estratégia vitoriosa. Um desses monarcas era o rei de Israel, Jorão, que não servia ao Senhor, motivo que levou Eliseu a se indignar e até a se recusar em atendê-lo. O profeta reconsiderou apenas por causa da presença de Josafá, rei de Judá, que servia a Deus.

A Bíblia apresenta a seus leitores situações surpreendentes! Quando lemos os textos de 2 Reis 3.15 e 2 Crônicas 20, identificamos um personagem comum: Josafá, que reconhecia a importância de um profeta autêntico que trazia o caminho abençoador vindo do Senhor. Nesses dois episódios, vemos a música tendo participação como elemento importante no desfecho da ação de Deus. A primeira narrativa revela que a música praticada pelo tangedor libera poder do alto sobre a vida do profeta para que este fale o que Deus pretendia. O Senhor trouxe a vitória! Em 2 Crônicas, a música praticada pelos cantores que se dirigiram à frente dos soldados armados trouxe o mesmo poder a fi m de derrotar os inimigos de Judá. Mais uma vez, Jeová trouxe vitória!

Mas, por que Deus se utilizou de música nessas duas estupendas vitórias? Do ponto de vista da maneira como Deus age, não temos que buscar os porquês, pois o Senhor opera da maneira que lhe apraz. A música é criação de Deus e certamente seus benefícios são imensuráveis. Deus é farto em Suas virtudes. Do ponto de vista humano científico, é inegável a gama de benefícios advindos da música. Com sete notas musicais existe a possibilidade ilimitada de combinações entre elas. Desde que o homem descobriu a música (Gênesis 4.21), milhões e milhões de composições se estima terem sido produzidas. E se considerarmos que além dessas sete notas ainda temos os chamados acidentes ascendentes (sustenidos) e descendentes (bemóis), podemos dizer, com certeza, que tenderemos ao infinito nessa questão.

Esse panorama nos fala das misericórdias de Deus naquilo que Ele preparou para o ser humano. Música se resume só ao que ouvimos? De forma alguma! Ela tem em sua estrutura existencial ciências conhecidas, tal como a matemática (fórmulas de compasso, pulsação, métrica etc), a química (ocorre, em quem a ouve, derrames de adrenalina na corrente sanguínea, alterando comportamentos – outros elementos químicos são estimulados ou atenuados durante uma audição) e a física, onde os sons, ao serem emitidos, percorrem os sólidos, os líquidos e os gases (ar) através de ondas longitudinais (tipo espiral cônica). Quando estamos expostos a uma música, ela nos atinge com a eficiência de sua frequência (oscilação de suas ondas – física) e provoca em nosso corpo vibrações que aumentam ou diminuem nosso estado muscular no momento da audição. A isso a ciência chama de dinamogenia. Dizemos assim que a música é dinamogênica, exerce uma poderosa influência sobre a atividade muscular, que aumenta ou diminui, conforme o caráter da melodia, da harmonia ou do ritmo. Exemplificando: se nos colocarmos a ouvir um rock pesado, teremos um estímulo poderoso que nos trará alterações na corrente sanguínea (adrenalina) e também alterações na frequência cardíaca. Isso é fácil de ser comprovado. Por outro lado, se estamos estressados, tensos e nos pomos a ouvir uma música calma, assimilável espontaneamente, certamente teremos controle dos elementos químicos de nosso corpo e diminuição muito favorável de nossos batimentos cardíacos. A música tem essa capacidade! Deus a criou assim.

Mas voltemos a nosso objetivo bíblico. Lembram-se do caso de Davi diante de Saul, quando, ao dedilhar sua harpa, trouxe benção para o rei? O rei estava muito perturbado e foi a ele recomendado chamar o menestrel de Israel. Vemos nesse episódio Deus se utilizando de sua matéria original, a música, nas mãos de Seu ungido e operando tremendo milagre na vida de Saul. Notem que não bastava Davi tocar: a presença da unção de Deus fez a diferença. Deus tinha objetivos nisso tudo!

Alguém pode até pensar ou dizer: “Ah, se a música tem essa capacidade, então não ocorreu intervenção divina nesse episódio!”. Grande engano! Muitas músicas têm sido tocadas e, a despeito de suas qualidades originais, elas não operam milagre! Elas operam o enlevo, o bem-estar, inerentes a elas, em favor de todos os homens, sejam eles crentes ou mesmo ateus.

Deus opera do jeito dEle. Lembram-se da vara nas mãos de Moisés? Uma simples vara! Mas Deus operou maravilhas através de uma vara vegetal, que jamais tinha em si os benefícios que a música possui.

Podemos compreender que o Criador da música tocou em Eliseu e este pediu um tangedor, um tocador de harpa, para que tocasse uma música. Podemos imaginar que Eliseu, pelo menos de forma experimental, empírica, sabia que a musicas tinha função abençoadoras. Ele estava irado com Jorão, o rei de Israel, pois esse fazia o que era mal diante do Senhor. Eliseu entendia que com essa ira, dificilmente seu coração estaria preparado para receber o Espírito do Senhor.

Assim que o tangedor começou a dedilhar as cordas de sua harpa, a unção de Deus veio sobre aquele lugar e certamente o Espírito Santo tomou aquela melodia dulcíssima e a untou com Sua graça e penetrou de maneira carinhosa no coração de Eliseu! O caminho estava pavimentado com a gloria de Deus e ele pode ouvir a sua voz e declamar aos reis o livramento do Senhor!

Diante desses fatos bíblicos e dos estudos científicos, passamos a entender o porquê de iniciarmos nossos cultos com música sacra, com cânticos de louvor. Esse ensino vem dos apóstolos. A igreja neotestamentária foi ensinada assim: “Quando vos reunis, cada um de vós tem salmos...” (1 Coríntios 14.26). Salmos aqui quer dizer hinos. Devemos iniciar nossos cultos com hinos de louvor, pois isso leva à nossa exultação direta ao Criador da música e, simultaneamente, estamos sendo abençoados com as qualidades terapêuticas que Deus atribuiu à música. Adoramos, exultamos, nos acalmamos e nossos corações ficam preparados para receber a Palavra do Criador, a Sua profecia.

Por, Nilton Didini .

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