Por que os discípulos de Éfeso foram rebatizados?

Por que os discípulos de Éfeso foram rebatizados?

Por que os discípulos de Éfeso precisaram ser batizados novamente, se já eram batizados no “batismo de João” (Atos 19.1-7)?

O pioneiro na evangelização da cidade de Éfeso foi Apolo (Atos 18.24,25), porém naquela mesma cidade já habitavam outros cristãos como Priscila e Áquila (v.26). Os convertidos pelo trabalho de Apolo foram batizados no batismo conduzido pelo profeta João Batista (Mateus 3.1-6), por isso temos que distinguir os três batismos presentes nos escritos dos Evangelhos e em Atos dos Apóstolos. Inicialmente, aqueles convertidos foram batizados em águas no batismo apregoado por João. Certamente o cerimonial não incluía ser batizado em águas em nome de Jesus, mas era, segundo o ritual praticado pelo profeta, o batismo apenas para arrependimento dos penitentes. Os Evangelhos e Atos trazem a ordenança de Cristo de batizar em águas em Seu nome, o que distinguia este batismo daquele conduzido por João. O terceiro batismo referido nas Escrituras é o batismo no Espírito Santo, o qual é ministrado pelo apóstolo Paulo sobre a vida dos crentes em Éfeso.

Pelo fato de os convertidos terem sido batizados de acordo com o cerimonial efetuado por João, eles tiveram que ser rebatizados em nome de Jesus. O procedimento foi necessário a fim de estarem alinhados à ordenança de Cristo. Em seguida, o Apóstolo dos Gentios impôs sobre eles as mãos e receberam o batismo no Espírito Santo com evidência física de falar em línguas e profetizar. Portanto, este grupo de cristãos receberam três tipos de batismo.

Este é um dos principais textos narrativos que afirmam a necessidade do batismo no Espírito Santo, independente do batismo em águas, bem como da não concomitância simbólica entre o batismo em águas e o batismo no Espírito Santo, concomitância defendida pelos cristãos cessacionistas. Outra prática comum é a crença no recebimento do batismo no Espírito Santo através da imposição das mãos de maneira simbólica. Crê-se que, a partir deste gesto, o Espírito Santo passa a habitar no cristão, sendo confundido com o batismo no Espírito Santo como os pentecostais creem.

Os pentecostais acreditam que os dois batismos, em águas e no Espírito, são distintos e independentes entre si, subsequentes à conversão. Para os não-pentecostais, a pergunta de Paulo (Atos 19.2) traria embutida a possibilidade de a pessoa somente ser cristã quando recebe o batismo no Espírito Santo, mas certamente não é isto que Lucas quer destacar aqui, como podemos ver pelo contexto dessa história.

Outro detalhe é que o Espírito Santo não impõe padrões: o centurião Cornélio e seus familiares são primeiro batizados no Espírito Santo e depois batizados em águas (Atos 10); observamos outro exemplo na cidade de Samaria, onde os cidadãos ouvem a mensagem, são batizados em águas e depois, mediante a imposição das mãos dos apóstolos, receberam o Espírito Santo (Atos 8.14-16). Em Éfeso, os convertidos sequer ouviram falar do batismo no Espírito Santo, embora já tivessem sido batizados no batismo de João.

O fato é que eles não sabiam que o Espírito já havia sido derramado. A notícia da descida do Espírito em pentecostes provavelmente ainda não havia chegado até eles. O que precisa ser evidenciado na questão do batismo em águas e no Espírito Santo é que ambos devem ser precedidos pelo arrependimento, conforme Atos 2.38: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo”.

Por, Claiton Ivan Pommerening.

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