As filhas de Zelofeade e o Dia Internacional da Mulher

As filhas de Zelofeade e o Dia Internacional da Mulher

"As filhas de Zelofeade falam o que é justo; certamente lhes darás possessão de herança entre os irmãos de seu pai; e a herança de seu pai farás passar a elas” (Números 27.11).

Chegou o mês de março, e com ele o retumbar, em nossos ouvidos, de palavras, frases e temas de mensagens voltados para o Dia Internacional da Mulher: Lutas e Conquistas; À mulher na vida social do mundo; Entre a carreira e família; Movimentos feministas; Mais dignidade às mulheres; Mulher que chora; Mulher que sonha; Mulher que ama incondicionalmente. As lojas usaram de todos os artifícios para atrair suas clientes, homenageando-as com rosas e perfumes, brindes e chás. Tudo isso porque a História recente mostra a data, 08 de março, como uma homenagem a 130 mulheres que em 1857 morreram queimadas ao reivindicarem a redução de um horário de trabalho de 16 para 10 horas. Pedido justo, mas que foi recebido com violência e agressividade pelos patrões, os quais não cederam ao solicitado e trancaram o prédio, no qual essas mulheres se encontravam e atearam fogo para fazê-las calarem. Desde 1910, este episódio passou a ser lembrado nas escolas, igrejas e nos meios de comunicação, como uma forma de chamar a atenção da sociedade para o papel e a dignidade da mulher.

Ao estudarmos esse acontecimento histórico vemos o quanto as mulheres são valorizadas e reconhecidas por nosso Deus. Na Palavra do Senhor, bem antes de 1910, encontramos mensagens de valorização à mulher, histórias e fatos bíblicos que mostram o quanto o chamado “sexo frágil” é digno de honra. Merecemos ser ouvidas, e sempre tivemos valor para Deus, e Ele sempre nos honrou perante o sexo oposto e perante a sociedade. E dentre tantas histórias, algumas nos passam despercebidas; entre elas, uma a qual não podemos esquecer. A história das cinco filhas de Zelofeade, que foram a Moisés reivindicar algo que lhes era de direito, mas que a lei não havia reconhecido. Macla, Noa, Tirza, Hogla e Milca eram seus nomes. “E chegaram as filhas de Zelofeade, filho de Hefer, filho de Gileade, filho de Maquir, filho de Manassés, entre as famílias de Manassés, filho de José; e estes são os nomes delas; Macla, Noa, Hogla, Milca, e Tirza” (Números 27.1). Essas cinco mulheres, cujo pai fora um homem de grande reputação entre a família de Manassés, viveram no tempo de Moisés, quando as terras foram divididas entre as tribos. “Todavia a terra se repartirá por sortes; segundo os nomes das tribos de seus pais a herdarão” (Números 26.55).

Aconteceu que Zelofeade, o pai, veio a falecer antes de o povo hebreu entrar na terra prometida, e as mulheres solteiras e ainda jovens, ficaram órfãs. Consequentemente, pela lei mosaica não poderiam herdar parte da terra que era de seu pai. À lei era clara em determinar que quando o pai de família viesse a morrer, seus filhos homens herdariam a terra, ficando maior parte com o primogênito. Caso não tivesse filhos, a herança seria divida entre os irmãos do falecido. Conhecendo que o direito de posse da terra passaria aos seus tios, e preocupadas em como se sustentariam até o casamento, as cinco se uniram, e numa ação imediata, tomaram coragem e foram falar com Moisés e com Eleazar, a fim de que pudessem ter elas mesmas o direito sobre a terra. Chegando a eles, disseram: “Nosso pai morreu no deserto, e não estava entre os que se congregaram contra o SENHOR no grupo de Coré; mas morreu no seu próprio pecado, e não teve filhos. Por que se tiraria o nome de nosso pai do meio da sua família, porquanto não teve filhos? Dá-nos possessão entre os irmãos de nosso pai” (Números 27.3,4). Moisés levou a causa dessas mulheres a Deus, e Ele respondeu: “As filhas de Zelofeade falam o que é justo; certamente lhes darás possessão de herança entre os irmãos de seu pai; e a herança de seu pai farás passar a elas” (Números 27.7). E assim, as cinco, Macla, Noa, Tirza, Hogla e Milca, com a atitude de coragem em lutar pelo que era justo, conquistaram o que lhes era de direito.

Na continuação dessa história, encontramos condições que foram impostas a essas mulheres, a fim de que a terra permanecesse com elas: todas deveriam se casar com homens da mesma tribo, caso contrário, perderiam o direito conferido por Deus a elas. Aprendemos lições maravilhosas com essa história:

Quando nos unimos e levamos a Deus nossas petições somos atendidas, por que ele conhece as nossas necessidades;

O Senhor não ateará fogo a fim de que nossas vozes se calem;

Se falarmos o que é justo, nossas reivindicações são atendidas pelo nosso Deus;

Mesmo sozinhas, sem alguém para nos proteger, sem um esposo, sem um filho, sem um pai, Deus não nos abandona;

Se quisermos herdar aquilo que nos é de direito, as leis de Deus se sobressaem às do homem;

Temos que ser inteligentes: quando conquistamos algo da parte de Deus, temos que ser fiéis, manter a união e não quebrar, jamais, nosso pacto com o Senhor, a fim de que as promessas se cumpram por completo em nossas vidas.

Por isso, enquanto o mundo secular ergue a bandeira conclamando as mulheres para que se unam a fim de lutar por seus direitos e por mais dignidade, nós sempre estaremos unidas na mesma fé, e, assim como as cinco filhas de Zelofeade, já temos da parte de Deus nosso digno reconhecimento muito antes de 8 de março. Continuemos sempre unidas, falando sempre o que é justo, para conquistarmos o que parece impossível aos olhos humanos.

Por, Selma Alves da Silva Ferreira.

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