Resgatando do Islã para Cristo

Resgatando do Islã para Cristo

Missionário ganha muçulmanos para Cristo, e um dos frutos de seu trabalho, o argelino Fouad, conta como foi banido de sua família por seguir a Jesus

Missionário Jefferson de França Santos soube que Deus o havia vocacionado para o campo missionário através de um sonho enquanto adolescente. Ao longo do tempo, o Senhor confirmou a Sua vontade na vida do jovem. Depois de um intenso período de busca ao Senhor, o pastor Pedro Fernandes (in memorian), então líder da Assembleia de Deus em Nova Pavuna, no Rio de Janeiro (RJ), resolveu apoiar o seu ingresso em um treinamento para Missões no dia 5 de maio de 2005. Quando ingressou na Missão Horizontes América Latina, o futuro missionário conheceu Caline Jesus Cerqueira de França, que já exercia a função de líder do seminário. Após o casamento, eles seguiram juntos abrindo fronteiras e militando por três anos em diversos países na América Latina. Durante esse período, os jovens missionários implantaram igrejas e consagraram “obreiros para tomarem conta dos convertidos. Os dois são bacharéis em Teologia e Missiologia, além de cursar a língua francesa na Aliança Francesa e Primeiros Socorros na Cruz Vermelha para facilitar a sua entrada na região conhecida como Janela 10/40 — a região do mundo mais hostil à mensagem do Evangelho.

Um dos frutos desse trabalho de evangelização e discipulado é o empresário argelino Fouad, cujo sobrenome foi omitido nesta entrevista por segurança. Nascido em um lar islâmico, Fouad atravessou sérios desafios a fim de provar o Seu amor à Jesus. Assim que a sua família soube que ele havia abandonado o islamismo, o teve como um proscrito.

Nessa entrevista, pastor Jefferson fala de vocação missionária, conta como ele e Fouad se converteram e das consequências para aqueles que ousam abandonar a fé islâmica, nesses países hostis ao Evangelho, para servir a Jesus.

Pastor Jefferson, como você foi vocacionado para a obra missionária?

Fui chamado quando tinha 12 anos de idade. Nessa época, eu tive um sonho no qual eu estava sendo chamado para embarcar em um navio, e quando já estava no convés, pude observar meus pais em terra, acenando como se estivessem se despedindo. Eu acordei assustado, contei para a minha mãe o sonho e ela me tranquilizou dizendo que se tratava de um pesadelo, sem qualquer significado. O tempo passou e ingressei no curso técnico da Faetec, onde estudei Mecânica e Eletrônica. Aos 18 anos, eu já estava na Faculdade Gama Filho para cursar Mecatrônica, com o processo de estágio como Engenheiro Junior na Ambev em andamento. Foi nesse período que eu tive outro sonho, e lembro perfeitamente que o seu conteúdo foi idêntico ao de seis anos antes, mas dessa vez eu estava dentro do navio, escutei tocar três vezes a sirene e pude ver na chaminé o nome “África”. Também ouvi o Senhor falar comigo da seguinte maneira: “Meu filho, eu tenho chamado você para trabalhar neste continente, com um povo no meio do deserto”. Nesse sonho, eu desembarcava e logo me deparava com um deserto. Logo, percebi que era aguardado pela população de uma aldeia, que estava desejosa de ouvir falar de Jesus. Depois, conversei com meus pais, com quem externei meu desejo de partir para o exterior e naquele momento, eu pude perceber que eles ficaram preocupados, principalmente meu pai, que avaliou as dificuldades enfrentadas por um missionário em seu campo de trabalho. Inclusive ele observou que eu logo seria efetivado em uma carreira promissora na Ambev, empresa multinacional. Mas eu insisti e disse que entendia que o Senhor havia me chamado. E se isso fosse verdade, Ele iria falar ao seu coração. E Deus falou com ele. Acho isso muito importante, porque entendo que devemos sair abençoados por nossos pais e a igreja.

Pastor Jefferson, fale um pouco sobre o Fouad. Sabemos que ele é fruto de seu trabalho entre os muçulmanos.

Eu tive a experiência de trabalhar com muçulmanos e ex muçulmanos, e logo conheci vários deles em nosso território. Diante desse vasto campo, passei a discipulá-los, mostrar a eles o que significa ser um cristão, e nesse contexto surgiu o Fouad. Ele estava frequentando a Assembleia de Deus e, em um culto de Missões, ouviu falar de meu trabalho. Almoçamos em sua residência e ele, naquele dia, não conteve a emoção, dizendo: “Jefferson, eu sou um ex-muçulmano e preciso conhecer melhor a Deus. Eu estou sendo discriminado nas igrejas porque as pessoas não conseguem entender a minha situação”.

Fouad, como foi a sua infância e como se deu a sua conversão?

Eu sou descendente dos povos do deserto. Meu pai é de raiz. Tuareg — como se diz, “sangue azul” — e minha mãe é Beriber, outra cultura. Eu tenho boas recordações de quando era pequeno. Recebi de meus pais e avós uma boa educação familiar. Meu pai e minha mãe instruíram os 13 filhos (9 mulheres e 4 homens) com muita dedicação, pois queriam todos bem instruídos igual a eles. Eu vivi em meio à riqueza desde a minha infância. Via meu pai por várias vezes comprar diamantes, minha mãe também costumava comprar. Sou descendente de uma família de muitas posses em meu país e jamais passamos por privações. Passei a residir no Rio de Janeiro há 10 anos. A minha conversão transcorreu da seguinte forma: eu sou empresário e, em uma de minhas viagens de negócios, conheci uma moça brasileira que muito me chamou a atenção pela beleza e o modo como se comportava. Quando a vi pela primeira vez, disse: “Essa mulher vai ser minha esposa”. Eu queria ganhá-la para a religião muçulmana, mas não consegui, pois havia uma luz na vida dela que me envolveu e era bem maior do que o que eu lhe podia oferecer espiritualmente. O Espírito Santo usou a vida dela para me convencer de meus pecados, fazendo cair as escamas dos meus olhos. Jamais aceitei alguém falar de Jesus para mim. Eu era muito religioso e tinha minha religião como perfeita. Para honra e glória de Deus, eu conheci a graça, o amor, a misericórdia e o perdão em Jesus. Hoje, convertido ao cristianismo, sou casado com aquela moça que me ajudou a entender, pelo seu testemunho, que só Jesus Cristo salva.

Fouad o que acontece se alguém abandona a fé islâmica?

A primeira coisa que acontece é a rejeição da família e dos amigos, que o acusam de traição. Eu sou um exemplo: fui deserdado de minha família e hoje é como se meu nome tivesse sido riscado da genealogia familiar. Não existe a mínima chance de eu receber herança de meu pai, caso um dia seja distribuído seus bens entre os filhos.

Pastor Jefferson, você está ligado a alguma agência de Missões?

Eu e minha esposa estamos nos preparando para viajar ao Níger em de uma base missionária na região, a World Horizons, também conhecida como WH Brasil.

Fouad, quais são seus planos para o futuro?

Eu continuo a dedicar a minha vida para Jesus e também desejo criar estratégias para alcançar o maior número possível de pessoas entre o meu povo.

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