O que as profecias bíblicas falam sobre a oposição a Israel no final dos tempos e as verdades sobre o Oriente Médio omitidas pela maior parte da imprensa
No final de setembro [2011], cresceram as manifestações contra Israel nas Nações Unidas, no Oriente Médio e na imprensa internacional, depois que o primeiro-ministro de Israel, Benjamim Netanyahu, fez seu discurso na ONU recusando-se a aceitar a imposição de um Estado palestino sem negociações. À proposta da criação imediata de um Estado palestino, feita pelo líder da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, contava com o apoio maciço da Assembleia Geral da ONU, mas foi vetada no Conselho de Segurança das Nações Unidas pelos Estados Unidos, o único país que ainda se mantém — embora bem menos hoje do que antes — um aliado do Estado judeu. Ao todo, 140 dos 193 países que têm assento na Assembleia Geral da ONU se manifestaram contra Israel. Em 23 de setembro, dia do discurso de Netanyahu, milhares de palestinos saíram às ruas de Gaza para protestar, enquanto milhares de jordanianos saíram às ruas de Amã e de diversas outras cidades da Jordânia para exigir, dentre outras coisas, o fim do tratado de paz assinado com Israel em 1994. A Irmandade Muçulmana, principal grupo de oposição da Jordânia, organizou os protestos depois da oração muçulmana da sexta-feira. Os ativistas protestaram próximos à Embaixada israelense em Amã e pediram o fechamento da delegação diplomática.
Mas, antes mesmo dos discursos da última Assembleia Geral da ONU, poucos dias antes dos discursos de Mahmoud Abbas e Benjamim Netanyahu, Egito e Turquia já haviam sido palcos de intensos protestos contra Israel.
Em 9 de setembro, um protesto envolvendo milhares de egípcios contra Israel, realizado nos arredores da embaixada israelense no Cairo, deixou mais de 800 feridos, depois que forças de segurança foram chamadas para evitar o pior. Foram necessários os muros da embaixada serem derrubados e o prédio invadido e destruído pelos manifestantes para, finalmente, as forças de segurança entrarem em ação. O embaixador israelense no Egito, Yitzhak Levanon, deixou o país imediatamente de volta a Israel. E em 15 de setembro, durante a realização de um jogo de futebol na Turquia entre o time turco Besiltas contra o time israelense Maccabi Tel-Aviv, centenas de Istambul gritando “Israel assassino, fora da Turquia!” e “Destruição de Israel, liberdade para a Palestina!”. Os jogadores israelenses tiveram que sair escoltados da Turquia.
Ainda um pouco antes, há alguns meses, Israel impediu a entrada de 69 europeus ativistas pró-palestina em seu território, logo depois que eles desembarcaram no Aeroporto de Tel-Aviv vindos da Europa. Os agentes israelenses, que já haviam monitorado dias antes a mobilização de mais de 300 ativistas anti-Israel no Facebook, dentre eles estes 69 ativistas, fizeram com que esses militantes identificados embarcassem de volta a seus países. Os ativistas vinham principalmente da Suíça e da Itália.
Ou seja, a forte pressão contra Israel no mundo é cada vez mais crescente. Basta lembrar a onda de protestos na Europa e Ásia contra Israel em 2009 e em 2010, e as críticas de Obama a Israel nos últimos dois anos, para se perceber o quanto Israel tem sido alvo da oposição mundial nos primeiros anos do século 21. Nada disso surpreende os leitores da Bíblia, que sabem que textos como o do capítulo 12 do livro do profeta Zacarias mostram que, no final dos tempos, haverá uma onda cada vez mais crescente de antissemitismo no mundo, que culminará com um conflito internacional contra Israel, liderado pelo Anticristo, ocasião em que Jesus aparecerá nos céus com a Sua Igreja para estabelecer o Milênio.
A verdade dos fatos
Em seu discurso de 23 de setembro, Netanyahu lembrou várias injustiças cometidas pela ONU contra Israel e frisou verdades omitidas por boa parte da imprensa internacional quando o assunto é Israel. Alguns trechos seguem abaixo.
“Em Israel nossa esperança de paz nunca diminui. Nossos cientistas, médicos, inovadores, usam seu talento para melhorar o mundo de amanhã. Nossos artistas, nossos escritores, enriquecem o patrimônio da humanidade. Agora, sei que essa não é exatamente a imagem de Israel que muitas vezes é retratada nesta sala. Afinal, foi aqui [na ONU], em 1975, que o antigo anseio do meu povo para restaurar nossa vida nacional em nossa antiga pátria bíblica foi estigmatizado, vergonhosamente, como racismo. E foi aqui, em 1980, aqui mesmo, que o histórico acordo de paz entre Israel e Egito não foi elogiado, mas denunciado! E é aqui que ano após ano Israel é injustamente escolhido como vítima a ser condenada. É escolhido como vítima a ser condenada com maior frequência do que todas as nações do mundo juntas. Vinte e uma das 27 resoluções da Assembleia Geral condenam Israel — a única e verdadeira democracia do Oriente Médio”.
“Esse é um aspecto triste da ONU. É o teatro do absurdo. Não só Israel é apresentado como o vilão, mas, com frequência, os verdadeiros vilões desempenham o papel de protagonistas: a Líbia de Kadafi presidiu a Comissão das Nações Unidas sobre Direitos Humanos; o Iraque de Saddam chefiou o Comitê da ONU sobre Desarmamento. Pode-se dizer: ‘Isso é passado’. Bem, aqui está o que acontece agora, exatamente agora, hoje: o Líbano, controlado pela organização terrorista Hezbollah, preside o Conselho de Segurança da ONU. Isso significa que uma organização terrorista preside a instância encarregada de garantir a segurança do mundo. Isso não poderia acontecer. Então, aqui, na ONU, maiorias podem decidir qualquer coisa de modo automático. Podem decidir que 0 Sol se põe no oeste ou nasce no oeste. Penso que a primeira alternativa já foi pré-ordenada, mas essas maiorias também podem decidir, e decidiram, que o Muro das Lamentações, em Jerusalém, o lugar mais sagrado do judaísmo, é território palestino ocupado”.
“Como primeiro-ministro de Israel, não posso arriscar o futuro do Estado judeu em utopias. Os líderes devem ver a realidade como ela é, não como deveria ser. Devemos fazer o nosso melhor para moldar o futuro, mas não podemos escamotear os perigos do presente. E o mundo em torno de Israel está, definitivamente, tornando-se mais perigoso. O islamismo militante já tomou o Líbano e Gaza. Está determinado a rasgar os tratados de paz entre Israel e Egito e entre Israel e Jordânia. Está envenenando muitas mentes árabes contra os judeus e Israel, contra os Estados Unidos e o Ocidente. Opõe-se não às políticas de Israel, mas à existência de Israel. Agora, alguns argumentam que se quisermos retardar a disseminação do islamismo militante, especialmente nestes tempos turbulentos, Israel deve se apressar em fazer concessões territoriais. E essa teoria parece simples. Basicamente, é assim: deixe o território e a paz avançará. Os moderados sairão fortalecidos, os radicais serão encurralados. E não se preocupe com os incômodos detalhes de como Israel vai se defender. Tropas internacionais farão o trabalho. Essas pessoas me dizem constantemente: basta fazer uma oferta abrangente e tudo vai dar certo. Vocês sabem, há apenas um problema com cessa teoria. Nós a tentamos e não funcionou”.
“Em 2000, Israel fez uma oferta de paz abrangente que cobriu praticamente todas as exigências palestinas. Arafat a rejeitou. Os palestinos, em seguida, lançaram um ataque terrorista que custou milhares de vidas israelenses. O primeiro-ministro Olmert fez uma oferta ainda mais ampla em 2008. O presidente Abbas nem sequer respondeu a ela. Mas, Israel fez mais do que apenas propor ofertas abrangentes. Nós deixamos o território. Retiramo-nos do Líbano em 2000 e de cada centímetro quadrado de Gaza em 2005. Isso não acalmou a tempestade militante islâmica que nos ameaça. Isso só trouxe a tempestade mais perto e a tornou mais forte. Hezbollah e Hamas dispararam milhares de foguetes contra nossas cidades de cada território que abandonamos. Vejam: quando Israel deixou o Líbano e Gaza, os moderados não derrotaram os radicais, os moderados foram devorados pelos radicais. E lamento dizer que as tropas internacionais, como UNIFIL no Líbano e UBAM (ph) em Gaza não impediram os radicais de atacar Israel. Saímos de Gaza na esperança da paz. Não congelamos as colônias na Faixa de Gaza; nós as tiramos de lá. Fizemos exatamente o que a teoria diz: ‘Saiam, voltem às fronteiras de 1967, desmantelem as colônias’. E não creio que as pessoas se lembrem quão longe fomos para conseguir isso. Tiramos milhares de pessoas de suas casas. Tiramos crianças de suas escolas e de seus jardins de infância. Destruímos sinagogas. Nós até mesmo tiramos entes queridos de seus túmulos. E, em seguida, tendo feito tudo isso, entregamos as chaves de Gaza ao presidente Abbas. Ora, a teoria diz que isso deve dar certo, e o presidente Abbas e a Autoridade Palestina poderiam construir um Estado pacífico em Gaza. Vocês podem se lembrar de que o mundo inteiro aplaudiu. Eles aplaudiram nossa retirada como um ato de grande habilidade política. Foi um ato corajoso de paz. Mas, senhoras e senhores, nós não conseguimos a paz. Alcançamos a guerra. Alcançamos o Irã, que, por meio de seu plenipotenciário Hamas, prontamente expulsou a Autoridade Palestina. À Autoridade Palestina entrou em colapso em um dia. Em um dia!”.
“O presidente Abbas disse nesta tribuna que os palestinos estão armados apenas com Suas esperanças e seus sonhos. Sim, esperanças, sonhos e 10 mil mísseis e foguetes Grad fornecidos pelo Irã, para não mencionar o rio de armas letais fluindo agora para Gaza do Sinai, da Líbia e de outros locais. Milhares de mísseis já choveram sobre nossas cidades. Então, vocês podem entender que, dado tudo isso, os israelenses perguntem, de modo correto: ‘Como evitar que isso aconteça também na Cisjordânia?’. Vejam: a maioria de nossas principais cidades do sul do país estão a algumas dezenas de quilômetros de Gaza. Mas, no centro do país, em frente à Cisjordânia, nossas cidades estão a algumas centenas de metros ou, no máximo, a poucos quilômetros de distância da fronteira da Cisjordânia. Por isso, quero perguntar a vocês: Será que algum de vocês, que qualquer um de vocês, traria o perigo para tão perto de suas cidades, de suas famílias? Vocês agiriam de maneira tão descuidada com a vida de seus cidadãos? Israel está preparado para ter um Estado palestino na Cisjordânia, mas não estamos preparados para ter outra Gaza lá. E é por isso que precisamos ter acordos de segurança reais, que os palestinos simplesmente se recusam a negociar conosco”.
“Os israelenses se lembram das lições amargas de Gaza. Muitos dos críticos de Israel as ignoram. Eles, de maneira irresponsável, aconselham Israel a ir por esse caminho arriscado mais uma vez. Ao lermos o que essas pessoas dizem, é como se nada tivesse acontecido. Elas apenas repetem os mesmos conselhos, as mesmas fórmulas, como se nada disso houvesse ocorrido. E esses críticos continuam a pressionar Israel a fazer concessões de larga escala, sem primeiro garantir a segurança de Israel. Louvam como estadistas louváveis aqueles que, de modo involuntário, alimentam o crocodilo insaciável do islamismo militante. Apresentam como inimigos da paz aqueles de nós que insistem que devemos primeiro construir uma barreira resistente para manter o crocodilo de fora, ou no mínimo colocar uma barra de ferro entre suas mandíbulas escancaradas. Assim, diante de rótulos e calúnias, Israel deve considerar melhor conselho. Melhor uma imprensa ruim do que um elogio bom, e melhor ainda seria uma imprensa justa, cujo sentido da história se estendesse além do café da manhã, e que reconhecesse as preocupações legítimas de Israel com sua segurança”.
“As necessidades são muitas, porque Israel é um país bem pequeno. Sem Judeia e Samaria, a Cisjordânia, Israel tem, ao todo, nove milhas de largura. Quero colocar isso em perspectiva, porque vocês estão todos nesta cidade. Isso corresponde a cerca de dois terços do comprimento de Manhattan. É a distância entre Battery Park e a Universidade de Colúmbia. E não se esqueçam de que as pessoas que vivem no Brooklyn e em Nova Jersey são consideravelmente mais agradáveis do que alguns dos vizinhos de Israel. Assim, como vocês protegem um país tão pequeno, cercado por pessoas que juraram sua destruição e armados até os dentes pelo Irã? Obviamente, vocês não podem defendê-lo apenas nesse espaço estreito. Israel precisa de maior profundidade estratégica, e é exatamente por isso que a Resolução 242 do Conselho de Segurança não exige que Israel deixe todos os territórios tomados na Guerra dos Seis Dias. Ele fala na retirada dos territórios, para fronteiras seguras e defensáveis. E, para se defender, Israel deve manter uma presença militar de longo prazo em áreas estratégicas, críticas, da Cisjordânia”. “E há muitas outras questões de segurança vital que também devem ser abordadas. Vejamos a questão do espaço aéreo. Mais uma vez, as pequenas dimensões de Israel criam problemas enormes de segurança. Os Estados Unidos podem ser atravessados por avião em seis horas. Para cruzar Israel, um avião leva três minutos. Então, o minúsculo espaço aéreo de Israel pode ser cortado pela metade e dado a um Estado palestino que não está em paz com Israel? Nosso maior aeroporto internacional está a poucos quilômetros da Cisjordânia. Sem paz, nossos aviões vão se tornar alvos de misseis antiaéreos colocados a nosso lado, no Estado palestino? E como vamos deter o contrabando na Cisjordânia? O problema não é apenas a Cisjordânia, são as montanhas da Cisjordânia. Elas dominam a planície costeira, abaixo da qual fica a maioria da população de Israel. Como poderíamos evitar o contrabando, nessas montanhas, dos mísseis que poderiam ser atirados em nossas cidades”.
“Trago esses problemas porque eles não são problemas teóricos. São muito reais. E, para os israelenses, são assunto de vida e morte. Todas essas potenciais aberturas na segurança de Israel têm de ser fechadas num acordo de paz antes de um Estado palestino ser declarado, e não depois, porque, se deixarmos isso para depois, elas não serão fechadas. E esses problemas vão explodir em nossa cara e explodirão a paz”.
Netanyahu pode ter suas falhas, mas, nesses pontos, demonstra coerência.
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