Projeto da Bíblia em todos os idiomas

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Campanha quer traduzir a Bíblia para mais de 2,2 mil novos idiomas

Há mais de 2 mil anos Jesus nos deu uma tarefa: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura”, Marcos 16.15. Apesar da globalização, da internet e de outras maravilhas advindas dos avanços tecnológicos, estima-se que todos os anos cerca de 2,5 milhões de pessoas morrem sem sequer saber da existência da Bíblia ou de Jesus Cristo. A tarefa de pregar o Evangelho, especialmente em países restritos, é dificultada pela falta de tradução. Segundo a organização Wyeliffe International, das 6.909 línguas existentes no mundo, ainda há 2.251 que não possuem nenhuma porção das Escrituras e apenas 451 possuem a Bíblia inteira traduzida. Cerca de 10% da população mundial ainda não tem um exemplar da Bíblia em sua língua.

A fim de alcançar os confins da Terra através da Palavra de Deus, foi lançada em 2008 a campanha “Último Idioma — Visão 2025”, que pretende, até 2025, ter, se não concluído, pelo menos iniciado a tradução bíblica em todas as línguas em que as Escrituras ainda são inéditas. Isso significa que sua meta é a tradução da Bíblia para mais de 2,2 mil línguas até o ano de 2025. Para isso, a organização pretende conseguir, pelo menos, mais 3 mil linguistas/tradutores para cooperar com o projeto, que desde 2008 já tem traduzido em média a Bíblia para 75 novos idiomas por ano. Mais de 200 traduções já foram feitas ou estão em processo de conclusão.

Lendo tudo isso, você pode estar pensando: “Mas, como isso é possível, se há mais de 400 anos Lutero traduziu o Novo Testamento quase todo em apenas três meses?”. Pois é, pela lógica os avanços intelectuais e tecnológicos deveriam ter encurtado muito esse tempo, certo? Então, porque ainda existem tantas línguas sem tradução?

O coordenador de Viagens e Correspondentes Internacionais da Missão Portas Abertas, Homero das Chagas, explica que a maior dificuldade para tornar essas traduções possíveis é o fato de que a maioria das línguas que ainda não possuem nada a respeito da Bíblia são apenas orais. “Isso torna mais árduo o trabalho, pois, além de aprender o idioma e criar a sua grafia, o tradutor precisa alfabetizar o povo em sua própria língua”, ressalta Homero, que também é mestre em Letras com dissertação sobre Tradução da Bíblia.

Ainda segundo Homero, outra grande barreira é que na maioria dos casos não existem cristãos nessas etnias. Portanto, o trabalho tem que ser feito com o apoio dos locais, que nem sempre dão resposta positiva ao pedido de colaboração, Além disso, “o tempo de tradução pode demorar de 10 a 30 anos, dependendo da língua, das condições culturais, geográficas, financeiras e, principalmente, da quantidade de pessoas envolvidas no processo”, explica.

Além da Wycliffe International, existem outras instituições que têm colaborado para a realização desse trabalho. À Missão Portas Abertas, por exemplo, trabalha em parceria com algumas organizações para realizar a tradução da Bíblia em países da Ásia Central e também no Vietnã. Outro exemplo é o trabalho de missionários brasileiros que está sendo realizado na Missão ALEM. “Através do CLM - Curso de Linguística e Missiologia, a organização tem capacitado cristãos brasileiros a irem para o campo como missionários-tradutores e ajudarem nessa obra difícil, mas gratificante, que é a tradução da Bíblia”, destaca o coordenador Homero.

Para alcançar seu objetivo, a campanha “Último Idioma — Visão 2025” precisa levantar um bilhão de dólares para financiar a tradução das Sagradas Escrituras para todos os idiomas que ainda não a possuem. Apesar de ainda não ter esta quantia, a campanha já começou a tradução da Bíblia Sagrada em algumas línguas cujos povos ainda não possuem exemplar em seu próprio vernáculo. Os recursos estão sendo captados pela Aliança Global Wycliffe (AGW).

“Estamos no nosso melhor ano de todos em número de traduções já iniciadas”, informa Paul Edwards, diretor-executivo da campanha. A tradução da Palavra de Deus para todos os idiomas do mundo não é uma missão impossível. Apesar disso, as editoras ainda não conseguiram suprir essa necessidade espiritual e o resultado é que 350 milhões de pessoas no mundo ainda não têm a Bíblia em sua língua natal.

Por, Paula Renata Santos e Eduardo Araújo.

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