Seguramente, a posição de irmão mais velho está repleta de desafios e de responsabilidades. Um irmão mais velho é aquele que prepara o caminho para o que virá depois. Exerce a função de um coajudador de seus pais nos cuidados para com o pequenino, livrando-o dos pesos excessivos, apontando facilidades, interpretando as ordens, fazendo-o lembrar-se delas. No dia-a-dia ocupado dos genitores, muitas vezes é um irmão mais velho o adestrador diante dos desafios da vida, o confessor mais chegado, o amigo mais fiel. Um irmão mais velho vai sendo formado em sua liderança familiar futura já na experiência que obtêm com seus irmãos menores. Isso é especialmente verdadeiro quando esse que é mais velho é, ao mesmo tempo, mais novo diante de outros irmãos. Se atentarmos bem, essa não deixa de ser uma perspectiva interessante. Pequeno diante dos grandes, o Brasil sente-se grande diante do desafio de tomar pelas mãos e ajudar a guiar um “povo irmão”.
Do querido Benjamin ao suplantador Jacó, um irmão mais novo pode ter vários nomes. Igualmente, o mais velho pode chamar-se Jesus, mas pode chamar-se Caim. Tais comportamentos acontecem mesmo entre famÃlias fortemente ligadas pelos laços de sangue, que não diremos dos laços puramente comerciais, que dizem “amigo” ou "inimigo” conforme o fluxo do comércio de combustÃveis, as variações das taxas de câmbio ou a alta do dólar. Quando tudo o que faz de nós irmãos são os frágeis laços do interesse financeiro, a composição familiar primeiramente proposta pode sofrer breves e surpreendentes mudanças.
O mais difÃcil de suportar, enquanto isso, é sermos parte, como nação, dos acordos que fazem acima de nossas cabeças os lÃderes pelos quais oramos e constantemente abençoamos. Desde o nosso último artigo temos mantido a expectativa, diante de Deus, de que o paÃs seja guardado do mal e de que a instrução do AltÃssimo alcance o conselho dos poderosos em nosso já tão sofrido Brasil. Pois, como um cego não pode guiar outro cego, sob o risco de ambos caÃrem no abismo, nenhuma direção fora da Palavra de Deus, mesmo tendo as mãos dadas dos acordos comerciais, pode levar a bom termo.
Há, contudo, um supremo consolo. Embora sejamos cidadãos de uma pátria, portadores de uma História, de uma lÃngua, de um pavilhão, sabemo-nos primeiramente cidadãos de uma pátria outra, de outra caminhada e falar, de um outro pavilhão, que nos traz cobertos pelo amor do Pai. Segundo o que temos aprendido na Legislação que nos orienta, nada pode ser motivo suficiente para fazermos semelhantemente aos filhos de Jacó e vendermos por dinheiro nosso irmão — pois esse é o curso dos acontecimentos, descrito em sua forma mais crua — Israel está sendo vendido e as certezas e valores que o protegiam estão sendo corroÃdos, qual sejam, a infalibilidade da Palavra de Deus revelada, a certeza escatológica do retorno do Senhor, a textualidade literal do reinado de Jesus na Terra, na cidade de Jerusalém, a verdade de ser Israel a menina dos olhos de Deus.
O Brasil tocou a menina dos Teus olhos, Senhor! Dos céus, perdoa-nos, dos céus, é AltÃssimo, que guardas os ventos em Teus punhos e os mares nas dobras de Teus vestidos; estende a Tua misericórdia. Lembra-Te que existe aqui um povo, colocado por Tuas mãos neste tempo e neste lugar, que crê na Tua Palavra e espera somente em Ti. Possa nossa voz soar aos Teus ouvidos mais alta que a dos dominadores humanos, pois, como filhos, sabemos que nos ouves, que ouves quando declaramos: nossa aliança está em Deus; a terra que o Senhor deu aos filhos de Israel é deles por promessa e não por mérito; e Jesus voltará para a cidade de Jerusalém que, naquele tempo, ainda existirá. Clamamos e cremos, e esperamos Teu dia. No nome do Eterno, Amém.
Por, Sara Alice Cavalcante.
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