O amor ao dinheiro, raiz de todos os males

O amor ao dinheiro, raiz de todos os males

Em entrevista exclusiva, dada em Genebra ao repórter Jamil Chade, do jornal “O Estado de São Paulo”, Hasan Abu Libdeh, ministro de economia da Autoridade Palestina, revelou que uma missão do Itamaraty desembarcará em Ramallah nos próximos dias para acelerar o processo de um acordo comercial a ser feito com o Mercosul em 2012. A justificativa do acordo seria diversificar os parceiros e diminuir a dependência que têm hoje de Israel, de onde vêm 80 por cento dos produtos consumidos pelos habitantes de Gaza e da Cisjordânia. Libdeh afirmou que a estratégia para diminuir tal dependência envolve diretamente o Brasil: “Queremos fechar em 2012 um acordo comercial com o Mercosul, que será fundamental para permitir um fluxo maior de bens para o mercado local. Seria o primeiro acordo com um bloco de países de fora do Oriente Médio e para nós é fundamental”. À entrevista prosseguiu ressaltando a importância da cooperação em várias áreas, o desejo que os palestinos têm em aprender com o Brasil e a expectativa de uma rodada de negociações já para o mês de outubro. Para isso, o Mercosul deverá enviar uma comitiva para Ramallah. Perguntado sobre a posição da presidente Dilma Rousseff de apoiar o pedido da Autoridade Palestina na ONU, Hasan Abu Libdeh assim se manifestou: “Na Autoridade Palestina, já consideramos o Brasil como uma espécie de irmão mais velho, que nos cuida e faz parte de nossa história política recente. O apoio político brasileiro é fundamental no cenário internacional.”.

Seguramente, a posição de irmão mais velho está repleta de desafios e de responsabilidades. Um irmão mais velho é aquele que prepara o caminho para o que virá depois. Exerce a função de um coajudador de seus pais nos cuidados para com o pequenino, livrando-o dos pesos excessivos, apontando facilidades, interpretando as ordens, fazendo-o lembrar-se delas. No dia-a-dia ocupado dos genitores, muitas vezes é um irmão mais velho o adestrador diante dos desafios da vida, o confessor mais chegado, o amigo mais fiel. Um irmão mais velho vai sendo formado em sua liderança familiar futura já na experiência que obtêm com seus irmãos menores. Isso é especialmente verdadeiro quando esse que é mais velho é, ao mesmo tempo, mais novo diante de outros irmãos. Se atentarmos bem, essa não deixa de ser uma perspectiva interessante. Pequeno diante dos grandes, o Brasil sente-se grande diante do desafio de tomar pelas mãos e ajudar a guiar um “povo irmão”.

Do querido Benjamin ao suplantador Jacó, um irmão mais novo pode ter vários nomes. Igualmente, o mais velho pode chamar-se Jesus, mas pode chamar-se Caim. Tais comportamentos acontecem mesmo entre famílias fortemente ligadas pelos laços de sangue, que não diremos dos laços puramente comerciais, que dizem “amigo” ou "inimigo” conforme o fluxo do comércio de combustíveis, as variações das taxas de câmbio ou a alta do dólar. Quando tudo o que faz de nós irmãos são os frágeis laços do interesse financeiro, a composição familiar primeiramente proposta pode sofrer breves e surpreendentes mudanças.

O mais difícil de suportar, enquanto isso, é sermos parte, como nação, dos acordos que fazem acima de nossas cabeças os líderes pelos quais oramos e constantemente abençoamos. Desde o nosso último artigo temos mantido a expectativa, diante de Deus, de que o país seja guardado do mal e de que a instrução do Altíssimo alcance o conselho dos poderosos em nosso já tão sofrido Brasil. Pois, como um cego não pode guiar outro cego, sob o risco de ambos caírem no abismo, nenhuma direção fora da Palavra de Deus, mesmo tendo as mãos dadas dos acordos comerciais, pode levar a bom termo.

Há, contudo, um supremo consolo. Embora sejamos cidadãos de uma pátria, portadores de uma História, de uma língua, de um pavilhão, sabemo-nos primeiramente cidadãos de uma pátria outra, de outra caminhada e falar, de um outro pavilhão, que nos traz cobertos pelo amor do Pai. Segundo o que temos aprendido na Legislação que nos orienta, nada pode ser motivo suficiente para fazermos semelhantemente aos filhos de Jacó e vendermos por dinheiro nosso irmão — pois esse é o curso dos acontecimentos, descrito em sua forma mais crua — Israel está sendo vendido e as certezas e valores que o protegiam estão sendo corroídos, qual sejam, a infalibilidade da Palavra de Deus revelada, a certeza escatológica do retorno do Senhor, a textualidade literal do reinado de Jesus na Terra, na cidade de Jerusalém, a verdade de ser Israel a menina dos olhos de Deus.

O Brasil tocou a menina dos Teus olhos, Senhor! Dos céus, perdoa-nos, dos céus, é Altíssimo, que guardas os ventos em Teus punhos e os mares nas dobras de Teus vestidos; estende a Tua misericórdia. Lembra-Te que existe aqui um povo, colocado por Tuas mãos neste tempo e neste lugar, que crê na Tua Palavra e espera somente em Ti. Possa nossa voz soar aos Teus ouvidos mais alta que a dos dominadores humanos, pois, como filhos, sabemos que nos ouves, que ouves quando declaramos: nossa aliança está em Deus; a terra que o Senhor deu aos filhos de Israel é deles por promessa e não por mérito; e Jesus voltará para a cidade de Jerusalém que, naquele tempo, ainda existirá. Clamamos e cremos, e esperamos Teu dia. No nome do Eterno, Amém.

Por, Sara Alice Cavalcante.

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