Israel durante a Grande Tribulação

Israel durante a Grande Tribulação

Ao lermos o capítulo 12 de Apocalipse, encontramos um texto surpreendente: entra em cena uma mulher vestida de sol, grávida e com dores de parto; um grande dragão vermelho com sete cabeças e dez chifres; o filho varão que haveria de reger todas as nações; e também, o arcanjo Miguel e os demais seres angelicais. O que é apresentado nessa passagem bíblica revela-nos impressionantes fatos com relação a Israel e a Grande Tribulação, a manifestação do amor de Deus por seu povo, bem como a reafirmação da magnífica e soberana vitória do nosso Senhor sobre o inimigo de nossas almas.

Ao falarmos desse período somos remetidos ao contexto próximo protagonizado por Israel: como pode o povo de Deus, tão amado, tão bem amparado e acolhido, depois de experienciar as histórias mais fascinantes de libertação, dependência e direcionamento do Senhor, viver algo tão terrível quanto a Grande Tribulação?

As relações de Israel com o plano redentor de Deus para com a humanidade dão a essa nação uma centralidade notável na história humana. Israel foi escolhido para representar os interesses divinos na Terra, porém foi envolto em sua infidelidade para com os pactos divinos e, por isso, impôs um rumo muito diferente do que poderia ter sido tomado. É na Grande Tribulação que Israel de forma definitiva responderá por sua idolatria, desobediência e prevaricação. Será tempo de conserto e restauração para Israel (Daniel 9.24-27) onde o Senhor mostrará a Sua fidelidade e o Seu amor para com os filhos de Israel.

Será um período de grandes flagelos e tristes consequências para todos que, assim como Israel, estiverem na Terra. O povo de Israel sofrerá o juízo em consequência da sua história de afastamento dos propósitos de Deus bem como por terem rejeitado o Messias.

Inicialmente, Israel fará um pacto com o Anticristo achando ter encontrado o Messias, mas na metade desse período perceberá o engano e buscará a Cristo, o verdadeiro redentor. A fúria de Satanás será grande, porém Israel será alcançado pela graça divina e a salvação eterna.

Uma importante observação a ser feita é que a Igreja não passará pela Grande Tribulação, pois os remidos já estarão no Céu com o nosso Amado Senhor e Salvador Jesus Cristo. Ao longo do capítulo 12 acompanhamos uma sucessão de eventos onde três personagens são destacados: a mulher, o dragão e o varão. Quem são essas figuras? Vejamos:

A mulher vestida de sol com a lua debaixo dos pés e uma coroa de doze estrelas sobre a cabeça, grávida e já em dores de parto representa, indiscutivelmente, o povo de Israel. A simbologia encontrada em torno da mulher nos dá clareza quanto a essa linha de interpretação (Gênesis 37.9).

Já o grande dragão vermelho é Satanás. A criatura é a figura do poder do mal e da destruição que virá sobre Israel naqueles dias. A cor vermelha evidencia o poder sanguinário que anseia por matar a mulher e o seu filho. Há também uma forte simbologia nas sete cabeças, dez chifres e nos diademas que completam a imagem do dragão vermelho.

É notável como as características do dragão são percebidas na Besta dos capítulos 13 e 17 de Apocalipse. Essa relação revela que os poderes da Besta (que é o Anticristo) tem em sua fonte a figura de Satanás. As cabeças e diademas simbolizam grandes reinos e seus poderes. Nesses dias, o dragão buscará destruir com toda a sua força o povo de Deus, ou seja, a mulher.

Ainda no versículo quatro são mencionadas as estrelas que foram lançadas sobre a Terra. A interpretação mais aceita indica que essas estrelas são demônios sob a liderança de Satanás lançados sobre o mundo promovendo considerável desordem moral, social e espiritual.

E o filho varão? Representa Jesus, o Messias. O messiânico Salmo 2 nos permite compreender bem como será o cumprimento profético desta passagem apocalíptica. Ao lermos que a mulher deu à luz a um filho varão, existe uma direta indicação do nascimento humano de Jesus. Também, no mesmo verso, quando lemos que o “filho foi arrebatado para Deus e para o seu trono”, há uma referência à ascensão de Cristo (Atos 1.9).

Ao relacionarmos os textos de Apocalipse 12 e Miquéias 5, entendemos a mulher (nação de Israel), as dores de parto e a rejeição do Messias como eventos interligados. Finalmente, o grande dragão fracassa ao tentar se levantar contra o filho que foi arrebatado ao trono de Deus. O filho varão, num determinado dia, descerá sobre o Monte das Oliveiras (Zacarias 14) e dominará o governo mundial que estava sob o poderio de Satanás, do Anticristo e do Falso Profeta. O Anticristo e o Falso Profeta serão lançados no Lago de Fogo (Apocalipse 19.19-20) e Satanás, o grande dragão vermelho, será amarrado e lançado no Poço do Abismo (Apocalipse 12.9-7; 20.1-3).

No verso 6, há a menção da mulher em fuga para o deserto que, nesse contexto, é um lugar de refúgio onde estaria a salvo do dragão, Satanás. Israel passará por grandes pressões nesse período, que durará três anos e meio e é o mais terrível já experimentado em toda a sua história, desde os tempos mais remotos. É nesse período que os israelitas que forem fiéis ao antigo pacto não se submeterão ao sistema do Anticristo e fugirão para o deserto formando o remanescente judeu salvo na Grande Tribulação (v. 17).

Segundo os versos 7 a 9, uma grande batalha se dará no céu onde Miguel, protetor dos filhos de Israel, e os anjos de Deus derrotarão completamente os anjos caídos sob o comando de Satanás, o grande dragão vermelho. Diversas passagens bíblicas nos mostram a ligação de Miguel com o povo hebreu apontando-o como seu protetor (Daniel 12.1; 10.13; 10.21; Judas 9). Finalmente, após a vitória de Miguel e dos anjos do Senhor, haverá grande regozijo e alegria no céu. Nesse momento, a Grande Tribulação findará e Cristo, gloriosamente, voltará!

Por, Marcos Tedesco.

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