Aliança e testamento em Jesus Cristo

Aliança e testamento em Jesus Cristo

A Carta aos Hebreus, embora de autoria desconhecida, traz grandes e relevantes informações, dentre as quais duas de suma importância: revelar aos crentes judeus que a religião de seus antepassados havia encerrado em Cristo Jesus e a preocupação de ensinar aos novos convertidos que não voltassem ao judaísmo, pois diversos membros da comunidade que haviam recebido a Jesus Cristo como Salvador pessoal sofriam com a pressão dos familiares e amigos, incluindo as perseguições movidas pelo Império Romano. O ambiente hostil levou-os ao enfraquecimento da fé e a desistência. A missiva também traz uma fórmula para enfrentar os obstáculos, frustrações e tentações que ocorrem na vida.

Ciente do perigo da apostasia entre os crentes de origem judaica, o autor da carta escreveu o conteúdo a fim de motivar, fortalecer e incentivar os novos cristãos a manterem-se firmes na fé que um dia haviam aceitado. “Retenhamos firme a confissão da nossa esperança, pois fiel é o que nos fez a promessa” (Hebreus 10.23). A confissão que veio através da fé: “Ora, a fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos” (Hebreus 11.1). O autor contempla uma visão totalmente inovadora na Aliança inaugurada por Jesus, em substituição ao formato religioso que incluía o sacrifício de animais nas cerimônias e demais costumes da cultura judaica, mas desta vez, em um memorial, isto é, algo que ultrapassa o tempo. Identificado pelo apóstolo Paulo, quando o mesmo escreve a primeira carta aos Coríntios: “Da mesma forma, depois da ceia Ele tomou o cálice e disse: ‘Este cálice é a nova aliança no meu sangue; façam isto, sempre que o beberem, em memória de mim’” (1 Coríntios 11.25 NVI). A aliança que Jesus estabeleceu transcende qualquer ritual ou formalismo religioso, uma vez que esta aliança não foi firmada com material corruptível como os tesouros cobiçados pelos homens como a prata ou o ouro, mas com o seu sangue derramado para o perdão dos pecados dos homens. Apalavra de Deus afirma em Hebreus 9.2 (ACF): “E quase todas as coisas, segundo a Lei, se purificam com sangue; e sem derramamento de sangue não há remissão”. O autor identifica a aliança que Jesus faz em vida (diatheke), isto é, o pacto ou aliança que foi firmado com algo incomum e anormal: “Porque isto é o meu sangue, que é derramado em favor de muitos para o perdão dos pecados, o sangue que garante a aliança feita por Deus como seu povo” (Mateus 26.28 NTLH).

Significado da aliança: os egípcios (cerca de 3000 a.C.) usavam as alianças para simbolizar o compromisso. O anel, em formato de círculo, significava (e ainda significa) que o amor não teria fim, portanto a história da aliança é antiga. O pacto representa um acordo de cumplicidade, amor e fidelidade. A Bíblia fala de algumas alianças que Deus firmou com os homens, representando o compromisso firmado.

Importância da aliança: A aliança é um objeto que possui a forma de um círculo, e por isso não tem fim, simbolizando a eternidade. Em um casamento, o objeto ganhou significado e representa a união espiritual e material entre o homem e a mulher. As alianças, à partir do momento que acontece o rito cerimonial em que são colocadas nos dedos dos nubentes no altar, ambos sinalizam fidelidade e compromisso. O Senhor Jesus dimensiona a sua promessa para conosco através da aliança, como sendo o símbolo maior por Ele firmado em nosso favor. Na aliança Jesus nos concedeu a salvação, perdão e regeneração. O testamento que serviria após a sua morte (diatithemi-tratado). Mas para que serve um testamento? Os dicionários explicam tratar-se de um “ato pelo qual alguém declara suas últimas vontades e estabelece a disposição de seus bens, depois de sua morte. Qualquer escrito postumamente revelado em que seu autor fixa suas opiniões ou projetos”. Embora o termo “testamento”, neste caso, signifique “aliança”, vamos comentar o seu significado jurídico e fazer considerações quanto a vontade de Jesus, antes de sua morte e ressurreição.

A finalidade principal na elaboração de um testamento é a disposição da pessoa em exprimir a sua derradeira vontade; é decidir, ainda em vida, amaneira como os demais vão dispor do patrimônio após a sua morte. Observamos que o autor da carta aos Hebreus, no capítulo nove identifica, com muita propriedade, as intenções do Mestre em nos assegurar ou nos oferecer garantias inegociáveis e intransferíveis da sua vontade.

Em vida, o Senhor faz uma aliança e elabora o testamento para que nós tivéssemos garantias eternas. Muitas vezes não compreendemos a importância na morte de Jesus em nosso favor, a sua execução ocorreu não somente para nos garantir a ressurreição, mas também, assegurar recebermos da herança por intermédio do testamento no qual fomos inseridos. O testamento nos garante os galardões e a vida eterna (1 Pedro 5.10). O Senhor fez conosco uma aliança e para recebê-la, Ele nos inseriu no testamento. Deus o abençoe na pessoa de Jesus Cristo.

BIBLIOGRAFIA

NTLH, ACF-ARA – NVI – Dicionário grego Vine (CPAD). www.waufen.com.br. www.garciadeoliveira.adv.br

Por, Sérgio Luiz Schroeder.

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