A Bíblia Sagrada registra que Deus não tem contato como pecado devido à Sua santidade, logo, por essa característica, como será essa convivência?
Muito pertinente a pergunta do leitor, e que pode ser respondida pela Bíblia Sagrada. O Milênio (mil anos) será o excelso reinado de Cristo na Terra (Apocalipse 20.1-6) que ocorrerá depois da Grande Tribulação; a criação (natureza) será restaurada ao seu estado original antes da queda do homem (Romanos 8.19-22). Os seus propósitos são vários e complementares: fazer convergir em Cristo todas as coisas, sendo a última dispensação relativa à humanidade (Efésios 1.10); estabelecer a justiça e a paz na Terra, isto é, será uma teocracia, com Jesus reinando diretamente através de seus representantes (Isaías 1.26; Daniel 7.2; Zacarias 14.9); a Igreja glorificada fará parte da administração de Cristo (1 Coríntios 6.2; Apocalipse 2.26,27), apesar do Milênio ser um reino proeminentemente judaico; Israel será cabeça das nações e uma bênção para o mundo (Isaías 27.6; Jeremias 3.17); tanto a “lei” como “a Palavra do Senhor” sairão de Jerusalém (Isaías 2.2; Malaquias 4.2).
O conhecimento de Deus será mais intuitivo do que empírico (Isaías 11.19; Jeremias 31.34; Hebreus 2.14), a piedade norteará as nações (Isaías 60.3; 66.23), haverá pleno derramamento do Espírito Santo (Ezequiel 39.29; Zacarias 12.10), o diabo estará preso neste período e impedido de enganar as nações (Apocalipse 20.1-3). E como explicar a presença do pecado no Milênio, quando ninguém terá obstáculos espirituais para seguir e obedecer ao Filho de Deus?
Para tanto, é de suma importância identificar as classes de povos participantes do Milênio: de um lado, um povo espiritual chamado Igreja, composta dos salvos do Antigo e Novo Testamento, presentes no Arrebatamento 1 Coríntios 15.23), e os mártires ressuscitados oriundos da Grande Tribulação (Apocalipse 20.4), por razões óbvias, todos isentos de pecar pelo seu estado de glorificação.
Porém, de outro lado, dois povos naturais, em estado físico e normal, a saber: o remanescente judaico sobrevivente à Grande Tribulação, e os gentios poupados no julgamento das nações, além do povo nascido de ambos durante o próprio Milênio. Eles demonstrarão de forma cabal que a natureza humana continuará sendo a mesma, quando inconversa (Tiago 1.14,15), não obstante as bênçãos do reinado e da presença pessoal de Cristo. Logo após o Milênio, o demônio será solto e em pouco tempo arrastará as nações sobre os quatro cantos da terra em uma grande rebelião contra Deus (Apocalipse 20.7,8). E o que isto nos ensina no tempo presente?
Escutar [entender] a voz de Deus não implica necessariamente em ouvir [obedecer] (Hebreus 3.15); honrar a Deus com os lábios não assegura honrar a Deus com o coração (Mateus 15.8); receber um espaço de amigo no relacionamento com Cristo não elimina o espaço de servo (João 15.14). Desejar seguir a Cristo não deve se limitar a um sentimento abstrato, mas sim a uma entrega total, debaixo do Seu senhorio (Lucas 9.23). Pecamos por que somos pecadores, e somente em Cristo podemos deixar de ser perdidos e nos tornar achados no Seu aprisco (João 10.1-15.
Por, Gil Monteiro.
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