Ela estava dizendo que sabia que não tinha direito de comer na mesa, mas o que caísse de resto, ela poderia. Ela conhecia os princípios judaicos. Em Levítico 19.9,10, está escrito: “Quando também segares a messe da tua terra, o canto do teu campo não segarás totalmente, nem as espigas caídas colherás da tua messe. Não rebuscarás a tua vinha, nem colherás os bagos caídos da tua vinha; deixá-los-ás ao pobre e ao estrangeiro. Eu sou o Senhor vosso Deus”.
Deus falou que os extremos do campo não deveriam ser colhidos. Deveriam ser deixados ao pobre e ao estrangeiro. Aquela mulher era estrangeira, mas tinha uma sensibilidade maior. Aprendamos com cela: Você precisa parar com essa autocomiseração. Precisa parar de murmurar e reclamar, dizendo que é o mais feio, mais torto, mais infeliz... Existe um lugar de misericórdia! Há uma porção de misericórdia, e ela só acontece no lugar certo.
No livro de Rute, vemos o perigo do lamento vazio, da autocomiseração. Noemi estava muito mal com ela e com Deus. Em Rute 1.21, ela diz: “Ditosa eu parti, porém o Senhor me fez voltar pobre; por que, pois, me chamareis Noemi, visto que o Senhor se manifestou contra mim e o Todo-Poderoso me tem o afligido? Deus quer nos fazer prosperar, nos fazer viver a honra. Noemi foi incapaz de reconhecer que as suas noras eram bênção de Deus para a vida dela. Mas, no capítulo 2 de Rute, versículos 1 ao 3, vemos a história mudando através de Rute. O texto diz: “Tinha Noemi um parente de seu marido, senhor de muitos bens, da família de Elimeleque, o qual se chamava Boaz. Rute, a moabita, disse a Noemi: Deixa-me ir ao campo, e apanharei espigas atrás daquele que me favorecer. Ela lhe disse: Vai, minha filha! Ela se foi, chegou ao campo e apanhava após os segadores; por casualidade entrou na parte que pertencia a Boaz, o qual era da família de Elimeleque”.
A iniciativa de colher atrás dos seguidores não foi de Noemi, foi de Rute, uma estrangeira. Como aquela mulher siro-fenícia. ela conhecia o lugar da misericórdia.
Noemi tinha esquecido, estava lamentando a vida. Mas, Rute sabia que havia uma palavra de Deus. Rute também tinha noção de autoridade, pois ela diz: “Deixa-me ir”. Rute também não quebrava princípios, pois ela apanhava somente as espigas do chão, e sempre ia atrás dos segadores. Então, ela ouve uma palavra de Boaz: “Estarás atenta ao campo que segarem e irás após elas. Não dei ordem aos servos, que te não toquem? Quando tiveres sede, vai às vasilhas e bebe do que os servos tiraram”,
Rute recebe uma palavra de estar atenta ao campo. Não bastava apenas estar no lugar certo, ela precisava estar atenta. Boaz não mandou entregar na casa de Rute, ela deveria ir buscar. Mateus 7.8 diz: “..o que busca encontra”. O canto do campo era o lugar da misericórdia. Esse lugar deveria ser rebuscado.
Enquanto você estiver pensando nas coisas ruins que te aconteceram, o seu espírito vai se definhando até você ficar cético. Mas, creio que hoje Deus tem uma boa, sacudida e transbordante porção de misericórdia para mim e para você. O resultado da atitude de Rute está nos versículos 17, 18 e 19:
“Esteve ela apanhando naquele campo até à tarde; debulhou o que apanhara, e foi quase um efa de cevada. Tomou-o e veio à cidade; e viu sua sogra o que havia apanhado; também o que lhe sobejara depois de fartar-se tirou e deu a sua sogra. Então, lhe disse a sogra: Onde colheste hoje? Onde trabalhaste? Bendito seja aquele que te acolheu favoravelmente! E Rute contou a sua sogra onde havia trabalhado e disse: O nome do senhor, em cujo campo trabalhei, é Boaz.” Vá para o lugar da misericórdia! É um lugar específico de Deus. Pare de se lamentar da vida! Deus tem um Boaz para você também! Basta estar no lugar da misericórdia.
Por, Jaime Soares.
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