1) Não está presa a nenhuma “geografia eclesiástica” — Jesus disse: “Nem neste monte, nem em Jerusalém adorareis o Pai”. À genuína adoração ao verdadeiro Deus, que é espírito, não limita a sua natureza divina singular (1 Reis 8.27; 2 Crônicas 2.6; 6.18). Deus não está preso a nenhuma cidade sagrada como Roma, Meca ou mesmo Jerusalém. O local não é importante, nem monte, nem templo, nem mesmo rituais, pois é em nosso espírito que podemos desfrutar amizade, comunhão e intimidade com Deus. A superstição pagã ou mesmo neopentecostal procura símbolos, amuletos, objetos ungidos como pontos de contato com o divino, porém os verdadeiros adoradores aprenderam a adorar o Senhor em espírito e em verdade. Deus é espírito, e como tal, comunica-se no interior do ser humano. O verdadeiro culto é quando o espírito, a parte imortal e invisível do homem, fala a Deus e encontra-se com Ele, que é imortal e invisível.
2) Não é ritualismo — Deus é espírito e exige adoração em espírito. Os judeus amavam as cerimônias, as festas litúrgicas, entretanto o culto genuíno não é engessado pelo formalismo dos rituais. O culto oferecido a Deus em espírito e em verdade não é produzido por frases de efeito, palavras mecanizadas ou mesmo orações repetitivas. É uma entrega quando sob o domínio do Espírito de Deus somos capacitados a morrer para nós mesmos, sendo crucificados com Cristo (Gálatas 2.19; Colossenses 3.3:5).
3) Não é emocionalismo — Culto não deve ser confundido com emocionalismo. É verdade que o Senhor deseja que a nossa adoração não seja desprovida de sentimento, porém o sentimento sem o equilíbrio das Escrituras torna-se sentimentalismo, e a emoção fora do controle das Escrituras descamba para o emocionalismo.
4) Não é existencialismo — À ênfase que pode ser vista na adoração em muitas igrejas hoje gira em torno da experiência antes das Escrituras. Às pessoas apenas buscam sensações, por isso vemos hoje uma grande quantidade de cânticos e hinos de auto-ajuda e auto-aceitação sendo cantados em nossas igrejas. E também pregações psicológicas e com temas do gênero que fazem as pessoas irem para suas casas “descarregadas” e se sentindo bem, mas sem terem adorado a Deus verdadeiramente. O desejo de ser feliz e prosperar é maior do que o de viver uma vida de santidade diante do Senhor.
À maior parte das pessoas avalia o culto como “agradável” não com base no conteúdo bíblico, mas no grau de satisfação pessoal alcançada. Destarte a pregação tornou-se uma homilética de consenso, na qual a boa mensagem não é a que confronta os pecados, mas a que faz a pessoa se sentir melhor. O grande risco desse tipo de adoração é usar a Deus em vez de atribuir-lhe a devida glória.
5) Não vem do racionalismo — Os samaritanos não aceitavam a Palavra de Deus na sua totalidade, aceitavam somente o Pentateuco. Sua adoração era defeituosa, pois não aceitavam completamente as escrituras. Temos de observar toda a Escritura e não apenas as partes com a qual concordamos. À verdadeira adoração não depende do endosso da intelectualidade, nem carece ser fruto da lógica.
6) Características da verdadeira adoração:
a) É teocêntrica — Deus, e somente Ele, deve ser o alvo da adoração cristã. Idolatria é deixar de glorificar a Deus e mudar “a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível” (Romanos 1.21,23). Nem religião, nem adoração podem ser definidas à parte de Deus, pois a adoração é a resposta da criatura à glória revelada do Criador. À verdadeira adoração sempre exaltará Cristo (Apocalipse 5.12), transformará o adorador (2 Coríntios 3.18-19) e convencerá o incrédulo da presença do adorador entre os adoradores (1 Coríntios 14.24-25).
b) É sem discriminação — Os discípulos do Senhor ficaram admirados de verem o Mestre dialogando com uma mulher samaritana (João 4.27). Preconceitos raciais não combinam com a verdadeira adoração a Deus. Sob o Evangelho, todas as pessoas, de todas as tribos, povos e línguas, são chamadas para adorarem ao Deus verdadeiro, que não faz acepção de pessoas (Colossense 3.11; Deuteronômio 10.17; Atos 10.34; Romanos 2.11; Efésios6.9; 1 Pedro 1.17).
c) É transformadora — À samaritana, depois de encontrar-se com Cristo, foi transformada. Ela deixou a sua vida de adultério, tornando-se uma verdadeira missionária. Todos os que desejam realmente adorar a Cristo são transformados, porque jamais uma pessoa que verdadeiramente passa a conhecer, louvar, exaltar e adorar a Deus permanece a mesma.
Por, Paulo André Barbosa.
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