A credibilidade da mensagem

Como o Espírito Santo fortalece nosso testemunho de Cristo no mundo?

A maioria das pessoas pensa na capacitação do Espírito Santo em termos de ousadia para falar sobre a Boa Notícia da salvação em Jesus Cristo, e isso é verdade, claro, mas sua capacitação para o testemunho envolve mais do que falar com ousadia.

Acredito que a questão mais crítica quanto à eficácia na evangelização hoje é a credibilidade do mensageiro. O apóstolo Paulo declarou que o Evangelho é “o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê” (Romanos 1.16). O poder primário na evangelização não está no mensageiro. Está na mensagem. No entanto, o mensageiro pode ajudar muito na ou dificultar a eficácia da mensagem.

Jesus afirmou claramente que o objetivo essencial da capacitação do Espírito é sermos suas testemunhas. Infelizmente, muitos associam ser uma testemunha apenas com a fala, ou ao que veio a ser chamado de “testemunho”. Mas, para alcançar os espiritualmente perdidos, exige-se um testemunho para além das palavras.

O batismo e a plenitude do Espírito trazem uma nova ousadia para proclamar a mensagem de Cristo e operar os dons espirituais. Traz também uma maior capacidade para o fruto do Espírito — o caráter de Jesus — a ser desenvolvido e comprovado em nossas vidas. Tanto o apóstolo Paulo quanto o apóstolo Pedro manifestaram claramente que o nosso testemunho se estende além de nossas palavras. Paulo escreveu aos cristãos de Tessalônica: “Porque o nosso evangelho não foi a vós somente em palavras, mas também em poder, e no Espírito Santo, e em muita certeza, como bem sabeis quais fomos entre vós, por amor de vós” (2 Tessalonicenses 1.5).

O testemunho de Paulo não era apenas o que ele dizia (“… não somente em palavras”), mas também como ele dizia (“no poder e no Espírito Santo, e em muita certeza”) e em quem era (“como bem sabeis quais fomos entre vós, por amor de vós”).

O apóstolo Pedro apresenta essencialmente os três componentes do testemunho eficaz em sua primeira epístola: “Antes, santificai ao Senhor Deus em vossos corações; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós, tendo uma boa consciência, para que, naquilo em que falam mal de vós, como de malfeitores, fiquem confundidos os que blasfemam do vosso bom porte em Cristo” (1 Pedro 3.15,16).

Note que Pedro indica o que deve dizer (“a razão da esperança que está em vós”). Ele também enfatiza como devemos dizê-lo (“com mansidão e temor”) e a importância de quem somos (“tendo uma boa consciência” e exibindo o “o bom porte [comportamento] em Cristo”). Nossa mensagem é uma combinação do que dizemos, como dizemos e quem somos.

1) O que dizemos — Nossa mensagem é de Jesus. É a mensagem centrada em Cristo que o Espírito honra e usa. Jesus prometeu que o Espírito Santo o glorificaria (João 16.14). Após o Dia de Pentecostes, os primeiros cristãos, com ousadia e claramente, testemunharam sobre Jesus como Ele prometeu que fariam. Como resultado, um grande número de pessoas creram (Atos 2.41; 11.21). Hoje, essa mesma mensagem — Jesus — deve ser claramente comunicada aos espiritualmente perdidos deste mundo. À vida de Jesus Cristo é o ponto de virada da História. O calendário do mundo é articulado sobre o Seu nascimento. Ele é considerado por muitos como um professor, um filósofo ou mesmo um profeta, mas cada pessoa deve ser confrontada com a realidade de quem Ele realmente é: o Filho imaculado de Deus, que deu a Sua vida para pagar a pena pelos nossos pecados. A toda a humanidade deve ser dada um testemunho adequado e uma oportunidade para aceitar Sua oferta de perdão e vida eterna e, pessoalmente, se apresentar ao Seu senhorio.

2) Como compartilhar a mensagem — Como dizemos as coisas comunicam tanto quanto o que dizemos. Nossas emoções, atitudes e ações são tanto uma parte da nossa mensagem como nossas palavras. Em sua Carta aos Colossenses, Paulo disse: “Andai com sabedoria para com os que estão de fora, remindo o tempo. A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como vos convém responder a cada um” (Colossenses 4.5,6). O apóstolo Pedro escreveu: “Antes, santificai ao Senhor Deus em vossos corações; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós, tendo uma boa consciência, para que, naquilo em que falam mal de vós, como de malfeitores, fiquem confundidos os que blasfemam do vosso bom porte em Cristo” (1 Pedro 3.15,16).

Observe que Paulo e Pedro sublinham a forma do nosso testemunho. Paulo diz que o nosso discurso “seja sempre agradável [com graça]”. Pedro diz que devemos falar “com mansidão e temor”, exibindo o “bom porte [comportamento] em Cristo”.

3) Quem somos — À validade de nosso testemunho está relacionada à credibilidade de nossas vidas. O testemunho eficaz depende do caráter. Isso sempre foi verdade, mas em uma cultura que está cada vez mais cética do cristianismo, é ainda mais crítico. Com muitas pessoas, especialmente aquelas que conhecemos pessoalmente, o nosso testemunho individual da diferença que Cristo fez em nossas vidas e as suas provas consistentes através de nossas ações podem ser o que obriga a maioria deles a atentarem para o Evangelho. Em uma sociedade em que as pessoas estão perdendo rapidamente a fé na integridade dos governantes e das empresas, a credibilidade pessoal dos cristãos não é apenas uma bênção adicionada ao testemunho. Ela é um requisito essencial.

Em muitos países, o cristianismo não predomina. À população cristã é pequena, e a presença cristã nos meios de comunicação não existe. Isso pode oferecer uma grande vantagem no evangelismo porque o primeiro testemunho que esses incrédulos recebem nesses países é de alguém que conhecem pessoalmente e cuja vida mudou muito depois de receber Cristo. Eles não têm o problema de precisar superar as percepções negativas que vêm de pessoas conhecidas que comunicam uma mensagem cristã, mas cujas vidas não afirmam essa mensagem.

Muitas vezes, as pessoas pensam na capacitação do Espírito Santo apenas em termos de sinais e maravilhas e dons espirituais. Mas “dunamis”, a palavra grega traduzida por “poder” em Atos 1.8, é maravilhosamente abrangente. Ela simplesmente significa “habilidade” e é aplicada de forma prática à vida cotidiana. O poder que Jesus prometeu aos Seus seguidores é para todos os aspectos da vida cristã e nos permite fazer e ser aquilo que está no propósito de nosso Senhor para nossas vidas.

O poder do Espírito Santo é muitas vezes descrito em termos de visibilidade, de obras espetaculares. No entanto, na maioria das vezes, o tipo de poder de que precisamos na vida cotidiana não é espetacular nem sensacional, mas sobrenatural. Alcançar os propósitos de Deus no mundo precisa de ajuda divina para além de nossas habilidades naturais, precisa de vida sobrenatural, e nem sempre é dramático na aparência. Quando Jesus ensinou Seus discípulos sobre o que iria convencer as pessoas a serem Seus verdadeiros seguidores, Ele não falou sobre os sinais e maravilhas, mas sobre o amor. Ele disse: “Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (João 13.35).

O fruto do Espírito na vida do crente — o amor, a alegria, a paz, a paciência e todas as outras características que Paulo descreve em Gálatas 5 — pode não parecer espetacular, mas certamente pode ser sobrenatural, além de nossas capacidades naturais. Quando as pessoas olham para nós e veem o amor (especialmente para aqueles que nos têm ofendido), o transbordar da alegria em meio à tristeza, a paz nas crises da vida, a paciência na tribulação, a gentileza em resposta à hostilidade, são atraídas a Cristo. Essas são evidências que vislumbram o sobrenatural, que mostram que não estamos apenas sujeitos às nossas próprias emoções naturais. Estamos fortalecidos pelo Espírito Santo para viver à vida que o Senhor nos chamou. À obra sobrenatural do Espírito não será sempre espetacular ou sensacional, mas vai dar provas convincentes da presença e da vida dEle dentro de nós.

À medida que o fruto do Espírito— a natureza de Jesus – torna-se evidente em nossas vidas, o Espírito Santo permite que nosso caráter se torne o que Deus nos chamou para ser. O batismo no Espírito Santo abre o caminho para uma vida de testemunho eficaz de Cristo naquilo que dizemos, como dizemos e no que somos.

Por, Randy Hurst.

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