O Criacionismo Bíblico e Design Inteligente

O Criacionismo Bíblico e Design Inteligente

A origem do universo e da vida despertou desde muito cedo o espírito humano e tem sido a  causa de muitos debates, muitas teorias já foram e são apresentadas para explicar quando  tudo começou. A explicação religiosa tem por base a fé e a científica é baseada na evidência  empírica científica, mas existem variações em ambas as propostas. A proposta da existência de um design na natureza retrocede aos dias de Platão (427-347 a.C.) e as descobertas ao longo  dos séculos confirmam que causas inteligentes detectáveis empiricamente são necessárias  para explicar as estruturas biológicas ricas em informação e a complexidade da natureza, esse  é o conceito de Design Inteligente segundo o cientista Adaulto Lourenço, em seu livro Como  Tudo Começou — Uma Introdução ao Criacionismo. Criacionismo e Design Inteligente podem ser interligados, mas não são a mesma coisa, a proposta e a metodologia de ambos não são a  mesma, nem todo criacionista aceita a Teoria do Design Inteligente e vice-versa.

Teoria da Evolução

O modelo evolucionista tem por base pressupostos naturalistas, sendo a proposta darwinista da seleção natural o principal mecanismo evolutivo. O naturalismo ensina que organismos  biológicos existentes evoluíram no longo processo através das eras  e é a mais aceita para  explicar o evolucionismo. É a cosmovisão em favor da proposta de que o universo e a vida  vieram à existência por meio de processos de geração espontânea, sem intervenção de um ato criador, mas que teriam sido evoluídos até a complexidade atual, é a seleção natural, teoria da  sobrevivência dos mais fortes. O evolucionismo ateu exclui Deus da  criação e a evolução teísta  parte do princípio de que Deus criou o universo e a vida e a evolução se encarregou do  desenvolvimento deles até a perfeição.

Segundo os cientistas, a ciência emprega três classificações de ideias: hipótese, teoria e lei.  Uma hipótese científica é tecnicamente uma opinião aprimorada, uma explicação tal, uma  sugestão. O cientista Adauto Lourenço apresenta a evolução como exemplo: “A suposta  evolução dos invertebrados em vertebrados é uma hipótese. Ela  não pode ser testada. Ela  depende 100% da interpretação (questionável) do registro fóssil”. Teorias científicas são  explicações testáveis, hipóteses depois de submetidas a investigações e testes e que  permanecerem críveis. Adauto Lourenço cita como exemplo a Teoria da Relatividade Geral:  “Podemos acelerar pequenas partículas (como prótons no Large Hadron Collider) com  velocidade próxima à da luz e ver o que acontece”. Só depois que a teoria suporta testes  constantes e universais, de formas diferentes, sempre produzindo o mesmo resultado, é  considerada lei científica, como a teoria  da gravidade proposta por Isaac Newton, que hoje é  lei. Segundo Adauto Lourenço, as propostas básicas da evolução jamais puderam ser  submetidas a uma única experiência científica produzida em laboratório.

O Criacionismo

O criacionismo é a posição que propõe ser a origem do universo e da vida resultados de um  ato criador intencional. Essa cosmovisão é vista com suspeita porque muitos a consideram uma proposta meramente religiosa, como se suas propostas não pudessem ser testáveis  cientificamente, no entanto, elas são passíveis de observações científicas, testes científicos,  lógica científica e leis científicas. Segundo o modelo bíblico, Deus é o Criador do universo e da  vida. Ele criou tudo do nada, ex nihilo. O modelo científico propõe que o mundo foi criado, mas  não tem como provar em laboratório que Deus criou todas as coisas, isso porém, não significa que o universo e a vida não foram criados por Deus.

A narrativa do primeiro capítulo de Gênesis é entendida à luz do contexto bíblico. O ponto de  partida da criação é: “No princípio criou Deus os céus e a terra" (Gênesis 1.1). O verbo hebraico “criou” é bãrã', cuja “raiz denota o conceito de iniciar alguma coisa nova em um certo número de passagens”. Trata-se de um termo essencialmente teológico e é usado somente com referência à atividade de Deus, exceto em outras construções ou graus do verbo hebraico, estrutura  peculiar às línguas semíticas, que altera o seu significado. Essa idéia do fiat divino é apoiada  em toda a Bíblia. Deus trouxe o universo à existência do nada e de maneira instantânea, pela  sua soberana e livre vontade: “Pela fé, entendemos que os mundos, pela palavra de Deus,  foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente” (Hebreus 11.3);  “Porque falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu” (Salmos 33.9); “Digno és, Senhor,  de receber glória, e honra, e poder, porque tu criaste todas as coisas, e por tua vontade são e  foram criadas” (Apocalipse 4.11). Desde o surgimento do darwinismo que a narrativa da  criação foi reavaliada e reinterpretada por muitos teólogos. Hoje, a origem do mundo, conforme  o relato de Gênesis, é interpretada e reinterpretada por diversas tendências teológicas e  filosóficas.

Design Inteligente

O termo inglês design significa “desenho, plano, projeto” e a Teoria do Design Inteligente é uma  proposta científica que visa a detectar os sinais de inteligência encontrados na natureza. À  complexidade da informação que a ciência encontrou em todas as formas de vida faz qualquer  um entender que ela foi planejada, é a evidência de um design inteligente. A descoberta  do  código genético deu um novo impulso a essa Teoria. À estrutura do DNA, que segundo os  geneticistas é idêntica à linguagem como um código de comunicação molecular dentro da  célula. Os cientistas sabem descobriram que a molécula do DNA é como uma mensagem  escrita contendo informações para cada estrutura viva. Isso é uma amostra inconfundível de tal  modo que a  reprodução dessas moléculas em laboratório exige uma origem inteligente,  segundo Adauto Lourenço. Ele também lembra que a Teoria do Design Inteligente “não  identifica nem faz considerações sobre a existência de um designer”.

A tese do relojoeiro, como é conhecida a tese de William Paley, um sacerdote inglês, publicada  em 1802, ele fala em termos  de encontrar um relógio na praia e pode servir como ilustração,  pois propõe que como as partes do relógio foram construídas com o propósito de informar o  tempo, da mesma maneira todas as parte do olho humano foram construídas com o propósito  de enxergar. Assim, concluía Paley, que seria perfeitamente possível discernir as marcas de um  designer inteligente.

Adauto Lourenço argumenta que mesmo que alguém desmonte todo esse relógio e venha a  compreender o seu funcionamento e a descobrir o material de cada uma de suas partes a ponto até de fazer outro relógio exatamente igual ao primeiro, seria tudo isso um estudo científico.  Porém, essa complexa pesquisa não seria suficiente para saber algo sobre o primeiro  relojoeiro, mas nem por isso o seu estudo seria menos científico. Não é, portanto, necessário  conhecer e nem descobrir o relojoeiro para se chegar a conclusão que o relógio foi criado.  Assim, a Teoria do Design Inteligente mostra que as estruturas biológicas encontradas na  natureza exigem causas inteligentes como explicação, ainda que não se saiba quem seja o  criador: “estuda o design encontrado na natureza, não levando em consideração se existe ou  não um designer” (páginas 44, 45), e mais  adiante declara: “Aceitar a existência de um criador  é um ato racional (causa-efeito: método científico — ciência). Aceitar quem é o criador é um ato  de fé (religião)”.

O criacionismo científico propõe demonstrar de maneira empírica que os processos naturais  não são a origem da complexidade encontrada na natureza, não diz que foi Deus que trouxe  todas as coisas à existência, mas que também não são frutos do acaso, que não vieram a  existência por meio de processos naturais e aleatórios. Assim, Design Inteligente é uma teoria  científica que propõe detectar empiricamente se o design observado na natureza é produto de  uma inteligência organizadora ou um produto do acaso e isso está em conformidade com o  criacionismo.

Bíblia e Ciência

Não é verdade que a ciência contradiz a Bíblia e vice-versa. É necessário saber o que  realmente é Ciência e se os pressupostos científicos são realmente científicos. Se o resultado  dessa investigação for positivo, resta ainda saber se o pensamento teológico é realmente  bíblico ou se não está fundamentado numa falsa interpretação das Escrituras. Um exemplo  clássico disso são as descobertas científicas de Galileu Galilei, que contrariavam a  interpretação da Igreja Católica e não  a Bíblia, pois o papa achava que apenas o Sol e a Lua  se moviam e não a terra, com base na interpretação dada à passagem do dia longo de Josué.

Os cientistas já investigaram diversas áreas do saber humano: astronomia e cosmologia,  biologia e genética, paleontologia e  geologia, métodos de datação geofísica e hidrodinâmica,  por que um número considerável deles rejeita completamente o evolucionismo? Muitas coisas  no currículo escolar na aérea de ciências naturais precisam ser revistas, segundo um número  considerável de cientistas, e dentre eles Adauto Lourenço.

Por, Esequias Soares.

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