“A fé é dar o primeiro passo, mesmo quando você não vê a escada inteira” (Martin Luther King Jr.).
Quando falamos de grandes personagens que marcaram suas
épocas, o pastor Martin Luther King certamente é um desses ícones. Ele foi um
dos mais influentes líderes do movimento dos direitos civis nos Estados Unidos
e uma figura emblemática na luta pela igualdade racial e a justiça social.
Nascido em 15 de janeiro de 1929, em Atlanta, Geórgia, King foi um pastor
batista que utilizou a não-violência como principal ferramenta na sua luta
contra a segregação e a discriminação racial. Ele cresceu em um ambiente de forte
influência religiosa. Seu pai, Martin Luther King Sr., também era pastor; e sua
mãe, Alberta Williams King, era uma importante líder religiosa. King Jr. formou-se em Sociologia no Morehouse
College, uma instituição historicamente negra, e depois obteve um doutorado
em Teologia Sistemática na Universidade de Boston.
Em 1964, Martin Luther King Jr. foi agraciado com o Prêmio Nobel
da Paz em reconhecimento aos seus esforços na luta contra a discriminação
racial por meio da não-violência e da resistência pacífica. Ele foi o mais jovem a receber o
prêmio até então, aos 35 anos. Infelizmente, seus atos geraram desconforto em
muitos influentes de seu tempo. Em 4 de abril de 1968, em Memphis, Tennessee, King foi
alvejado na sacada de seu quarto no hotel onde estava hospedado, falecendo com apenas
39 anos.
A história de King mostra que nem sempre nossos propósitos serão
aceitos pela sociedade. Todavia, isso não deve ser justificativa para o
abandono daquilo em que acreditamos. Quero especialmente mencionar quão
importantes são os propósitos espirituais. Quase sempre, quando listamos nossos
objetivos, poucos ou nenhum deles são espirituais. O pastor batista teve sua
causa baseada em seus propósitos espirituais. Ela estava inteiramente associada
à premissa sagrada de Gálatas 3.28, lemos: “Não há judeu nem grego, escravo nem
livre, homem nem mulher; pois todos são um em Cristo Jesus”.
É indubitavelmente claro que devemos ter propósitos no campo
imaterial, pois estes nos possibilitam alcançar a completude da vida. Sendo
assim, questiono: o que de fato você quer no reino espiritual? Você entende a
importância da vida espiritual? Quais suas expectativas quando o assunto é o Reino
de Deus? Como você pretende contribuir espiritualmente e deixar um legado
espiritual para essa sociedade? A realidade é que muitos de nós estamos
ajuntando tesouros aqui, onde a prata corrói e o ladrão rouba. Estamos desprezando
as riquezas que são eternas.
Vamos destacar algumas lições de Cristo que precisam estar
em nossa caminhada terrena. São premissas bíblicas que servem de reflexão para
o estabelecimento de propósitos espirituais. Vejamos alguns ensinamentos
bíblicos que devem nortear nossa conduta:
O amor ao próximo. “E o segundo, semelhante a este,
é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mateus 22.39). Com base nessa
orientação, indagamos: o que estamos fazendo para benefício das pessoas que
estão ao nosso redor? Estamos sendo úteis para quem está em uma condição
necessitada de ajuda, passando por momentos difíceis? Dentro desse aprendizado,
lembro que quando minha filha mais velha tinha 4 anos, comecei a falar com ela
sobre a importância de olharmos para as pessoas mais carentes financeiramente,
pessoas necessitadas de cesta básica, de um valor para trocar o gás, pagar uma conta
de energia ou mesmo em condições de moradia desumanas. No final do ano de 2024,
levei-a para uma região de nossa cidade onde residem pessoas em condições bem
carentes. Compramos alguns alimentos e doamos. A lição que ficou para ela foi
que não existimos apenas para nós, devemos ser úteis para nosso próximo.
Diferente disso, estamos vivendo uma vida egoísta e distante da vontade do Pai.
Outros pontos que podemos considerar para estabelecer propósitos espirituais
são:
Viver uma vida de oração. “Não andeis ansiosos por
coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, com ação de graças, sejam as
vossas petições conhecidas diante de Deus; e a paz de Deus, que excede todo o
entendimento, guardará os vossos corações e as vossas mentes em Cristo Jesus”
(Filipenses 4.6,7). A comunicação constante com Deus através da oração nos
ajuda a manter uma conexão espiritual forte e a receber orientação divina em
todas as áreas da nossa vida. Quando estabelecemos intimidade com o Pai,
certamente não sofreremos com o mal da ansiedade que tem afetado muitos em
nossos dias. Veja quão proveitosa pode ser a oração quando praticada. Sem dúvida,
uma vida de oração deve fazer parte dos nossos propósitos.
Estudar e meditar nas Escrituras. “Lâmpada para os
meus pés é a tua palavra, e luz para o meu caminho” (Salmos 119.105). A leitura
regular da Bíblia e a meditação em seus ensinamentos nos fornecem sabedoria,
nos guiam moralmente e nos ajudam a alinhar nossas vidas com a vontade de Deus.
A Palavra de Deus proporciona clareza e direção em todas as esferas da vida. O
primeiro passo para estabelecer propósitos é saber se eles estão alinhados à
vontade de Deus; caso contrário, corremos risco de falhar.
Desenvolver e aplicar as virtudes do Reino. “Mas o
fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade,
fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra estas coisas não há lei” (Gálatas
5.22,23). O caráter de uma pessoa deve necessariamente estar associado a essas
virtudes. Trabalhar para desenvolver as virtudes cristãs nos ajuda a viver de
acordo com os ensinamentos de Jesus e sermos testemunhas de Sua graça.
Somos seres espirituais e não podemos viver olhando apenas
para as coisas dessa vida. Devemos viver os propósitos espirituais. Afinal, como
diz a Palavra, “se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis
de todos os homens” (1 Coríntios 15.19).
Referências bibliográficas
Bíblia de Estudo Palavras Chave – hebraico e grego.
Texto bíblico, Almeida Revista e Corrigida, 4ª edição, 2009. Rio de Janeiro. CPAD,
2011.
MIGUEL, Sinuê Neckel. Gandhi e a verdade: reflexões entre
autobiografia e história. Janeiro 2011. State University of Campinas (UNICAMP).
PFEIFFER, Charles F. et al. Dicionário Bíblico Wycliffe.
Rio de Janeiro: CPAD, 2015 (16ª impressão).
por Auricléssio Lima
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