A música já existia na mente e no coração de Deus de maneira plena e consistente, e tenho certeza de que tudo o que conhecemos não se aproxima do que Deus planejou. Ainda estamos no “cantochão” da música divina.
A Bíblia registra no livro de Jó um expressivo diálogo poético entre Deus e Jó, no qual o Senhor afirma que, antes da fundação do mundo, já havia música no Céu, pois “os anjos alegremente cantavam” para glorificar ao Criador. Portanto, podemos afirmar que a música tem origem divina, sendo primeiramente executada no Céu. Deus, o Todo-Poderoso, criou a música e o primeiro concerto foi realizado num palco celestial!
Deus criou o tempo e o espaço. Muitas vezes não entendemos como
Ele se utiliza dessas grandezas. Precisamos, através da fé, admitir que Deus é extremamente
poderoso e organizado. Todas as coisas ocorrem no tempo exato! Todas as coisas
se colocam no espaço próprio!
Percebamos: toda a criação, no seu tempo e no seu espaço,
foi criada e posicionada de maneira harmoniosa e cooperativa. Não há conflitos entre
os elementos da criação. Sem ousarmos estudar astrologia ou sermos cientistas, podemos
perceber exemplos peculiares a respeito disso. Vejamos: o sol não se desvia de
seu espaço de ação e coopera transmitindo luz e calor em tempo integral com outros
planetas de nossa galáxia, em especial a Terra e a nossa lua. Como o sol é importante
para nós humanos, para nossa fauna e para nossa flora!
O ciclo da vida depende totalmente dessa organização e cooperação
mútua e Deus determinou, ordenou e administra ininterruptamente todos os seus
movimentos, suas ações e reações. Para a natureza, Deus não fez proposta. Deus
ordenou.
Ao homem, Deus fez uma proposta e ainda o aconselhou: “Eis que
lhe proponho a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolha, pois, a vida
para que vivas, tu e a tua semente”, Deuteronômio 30.19.
Deus tem sido fiel a essa proposta. Ele tem respeitado
sempre a nossa liberdade de escolha. Infelizmente, a maioria dos homens optou pela
morte e pela maldição. Mas, há um povo que fez a melhor escolha e encontrou
vida eterna em Cristo Jesus, e esse povo se organizou em ministérios pertinentes
e tem como metas prioritárias a adoração e o evangelismo, atendendo ao Ide de
Jesus.
Esse Ide não admite espera, não admite reflexões vazias, é imediato,
tem que ser em tempo e fora de tempo, em qualquer lugar, a todos que entendem
nosso comunicado, seja oral, escrito ou por mímica, no caso dos surdos mudos.
Oportunamente, questiono: Estamos pregando para os surdos mudos? “Como crerão
se não há quem pregue?” Estamos treinando pessoas na linguagem de libras
(mímica) para assim procederem? Jesus não morreu por eles também?
No desenvolvimento do nosso Ministério Musical, estamos incumbidos
dessa ordem imperativa do Senhor – “Ide e pregai”.
Será que não estamos em passos lentos ou quase paralisados?
Vamos analisar um pouco.
A) Será que o ministro de música:
1) Não tem sido uma pessoa que organiza todo o projeto musical
do ano junto aos outros regentes?
2) Não tem treinado e orientado seus regentes dentro das técnicas
musicais e da disciplina bíblica, gerando valores espirituais com ênfase no quesito
remir (administrar) o tempo (Efésios 5.16)?
3) Tem atentado para o tipo de música que tem sido trazida para
sua igreja, com relação ao seu conteúdo temático, seu ritmo etc.?
4) Tem sido um bom elo entre seus comandados e o seu pastor?
B) Será que o regente:
1) Não prepara direito seus ensaios, provocando dispersão entre
os componentes e com isso não conseguindo rendimento e perdendo tempo?
2) Não se aperfeiçoa, não traz músicas novas, evitando o
enfado e a falta de desafios?
3) Demora em demasia em atender à solicitação do pastor, no momento
do louvor, utilizando esse momento para escolher o hino a ser executado, distribuir
pastas, ligar instrumentos, afiná-los, ficar anunciando a tonalidade etc.?
4) Não transmite ao grupo que o objetivo de todos não é uma apresentação
musical, mas, sim, uma pregação cantada e que, para isso, deve existir preparação
contendo leitura apurada de partitura, ensaio individual e coletivo na busca de
boa dicção, e afinação, oração, estudo da Bíblia e alta conscientização?
5) Não propicia uma comunicação eficaz entre seu grupo e o ministro
de música da igreja?
C) Será que o instrumentista ou cantor:
1) Acha que o que estudou é o suficiente e que já domina bem
seu instrumento?
2) Acha que, para cantar, não é necessário passar pelas
aulas de canto, visando conhecer seu sistema fonador, atingindo a região de maior
brilho de sua voz, dominando sua respiração, enfim dominando toda a arte e ciência
desse assunto?
3) Acha que não precisa percepção musical? Atente para isso:
“Se a trombeta der sonido incerto, quem se preparará para a batalha?”, 1 Coríntios
14.8.
4) Acha que o seu instrumento só deve ser tocado na igreja e
não em casa? Não sabe que a habilidade é conseguida através de intenso
treinamento? Atente para como os atletas fazem! Atentem para os músicos e
cantores profissionais, que estudam até 8 horas por dia! Atentem para o que a
Bíblia nos diz: “Os filhos das trevas são mais prudentes que os filhos da luz”,
Lucas 16.8.
5) Acha que os acessórios de seu instrumento (cordas,
palhetas etc.) são eternos e não se desgastam? Já percebeu que sonoridade diferente
aparece quando uma revisão é feita?
6) Acha que os instrumentos, especialmente os elétricos, devem
ser ligados e afinados após o início do culto? Não aproveitou o tempo de antecedência
que você tinha?
7) Acha que não precisa frequentar a Escola Dominical, cultos
de doutrina, cultos de oração, de vigília, pois é “levita”? Pensa que, para ser
“levita”, basta tocar? Será que esse rótulo “levita” não está atrapalhando, não
está iludindo? Você sabe realmente como e porquê, e em que condições, um levita
era convocado e como ele se comportava em seu ministério?
8) Acha realmente que alguém pode ser curado ou ter sua vida
liberta de demônios quando você estiver tocando?
D) Será que os pais:
1) Estão destinando tempo de qualidade a seus filhos? Tempo de
qualidade pode ser determinado por pequenos espaços de tempo, desde que sejam utilizados
com a maior eficácia possível, com objetividade e repletos de significação de
amor.
2) Creem que a musicalização infantil despertará a criança
nessa arte e em outras? Em sendo aplicada no ambiente da igreja, ela estará se
desenvolvendo como adoradora, despertando o seu dom.
3) Acreditam que se seus filhos participarem de grupos musicais
da igreja, fortalecerão seu caráter cristão?
4) Acreditam que seus filhos serão fortalecidos na fé? Conheça
o que aconteceu comigo. Dois fundamentos bíblicos serviram de sustentação para minha
vida. São eles:
a) “Educa a criança no caminho em que deve andar” – O meu pai
aplicou com eficácia e obediência esse princípio e obteve êxito. A prova está
no ministério que o Senhor me confiou.
b) “A fé vem pelo ouvir” – Por participar da orquestra desde
os 9 anos, sempre estava exposto às pregações e, por assim ser, minha fé foi “adubada”,
adquirindo consistência tal que tem me assegurado a permanência ininterrupta na
casa do Pai até os dias de hoje e, por certo, até que o Senhor me recolha.
Queridos pais, instrumentistas, cantores, regentes e ministros
de música: reflitam profundamente sobre todos os questionamentos aqui elencados,
que propositadamente formulei em forma de perguntas, pois elas provocam a ida e
a vinda de pensamentos e se tornam muitas vezes autoexplicativas. Percebam que a
maioria dos participantes da área musical só frequenta a igreja aos domingos, muitas
vezes por motivos justos, mas saliento que o tempo em que essas pessoas passam em
contato com as “coisas de fora” é imensamente maior que o tempo dentro da casa
do Senhor congregando e cultuando.
O tempo em que somos bombardeados pelos torpedos de Satanás
é inquestionavelmente maior. O culto a Deus perdura duas horas tão somente. Duas
horas no domingo à noite. Temos ou não que administrar o tempo dentro dessas duas
horas? Essa administração está ou não inserida nos estudos individuais, nos
preparos dos regentes, nos ensaios bem elaborados, no conhecimento prévio de
todos os participantes daquilo que vai acontecer, quando forem acionados?
Administremos bem o tempo, porque os dias são realmente maus.
Agindo assim, estaremos sendo sábios.
por Nilton Didini Coelho
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